- ID
- 2434282
- Banca
- CS-UFG
- Órgão
- CELG/GT-GO
- Ano
- 2017
- Provas
-
- CS-UFG - 2017 - CELG/GT-GO - Analista de Gestão - Administrador
- CS-UFG - 2017 - CELG/GT-GO - Analista Técnico - Analista de Infraestrutura em Tecnologia da Informação T.I
- CS-UFG - 2017 - CELG/GT-GO - Analista Técnico - Engenheiro de Meio Ambiente
- CS-UFG - 2017 - CELG/GT-GO - Analista Técnico - Engenheiro Eletricista
- Disciplina
- Português
- Assuntos
Leia o texto a seguir para responder à questão.
Fontes renováveis serão protagonistas no futuro da
energia do Brasil
Até 2050, a demanda por energia elétrica no Brasil
deve triplicar, segundo estimativas da Empresa de Pesquisa
Energética (EPE) e do Ministério de Minas e Energia.
Atendê-la com um sistema confiável, sustentável e acessível aos consumidores é um desafio. E ao mesmo tempo,
apresenta uma série de boas oportunidades não só de negócio,
mas de desenvolvimento da indústria nacional, de
formação de mão de obra qualificada e de inclusão social.
[...]
Fontes renováveis e diversificação da matriz
Com cerca de 8,5 milhões de quilômetros quadrados
de território cortado por rios caudalosos, mais de sete mil
quilômetros de litoral, bem como condições climáticas favoráveis,
não surpreende que o Brasil já tenha quase 90% de
sua matriz energética elétrica renovável.
O problema é que mais da metade dela está concentrada
em energia hidrelétrica, o que ficou evidente com a
seca que assolou o País em 2015, e acabou por contribuir
para a elevação do preço da energia nacionalmente. “Mas
toda crise tem seu lado positivo”, diz Marcos Costa, da GE.
“Percebemos que não podemos ser tão dependentes da geração
hidrelétrica, precisamos diversificar”.
Fontes alternativas não faltam. Segundo Ferreira, da
CPFL, se explorássemos todo potencial de geração de
energia eólica e solar do país, por exemplo, que soma 440
mil MW, já teríamos três vezes mais energia que toda nossa
capacidade instalada atualmente, que é de 140 mil MW.
Hoje, porém, a capacidade instalada de geração eólica, a
mais desenvolvida das duas, é de pouco mais de 6 mil MW,
ou 4,8% do total, segundo dados do Boletim Mensal de Monitoramento
do Sistema Elétrico, de setembro de 2015, do
Ministério de Minas e Energia.
Pode parecer pouco, mas não é. Afinal, o primeiro leilão
para esse tipo de geração de energia foi em 2009, como
lembra Elbia Silva Gannoum, da ABEEólica. “Começamos
há pouco mais de cinco anos e já somos a 10ª economia do
mundo em geração de energia eólica, e o 4º País do mundo
que mais aumentou a capacidade instalada em 2014”, diz.
“Geramos 40 mil postos de trabalho, investimos R$ 18 bilhões
no ano passado, e vamos gerar mais de 50 mil postos
de trabalho em 2015, com outros R$ 22 bilhões investidos”.
As perspectivas e o ritmo de crescimento são tão bons que
a estimativa é de que, até 2025, 25% da matriz de energia
brasileira poderão ser de energia eólica. E ainda há a solar,
de biomassa e outras variações de energia térmica.
Geração distribuída e confiabilidade da rede
Outra tendência no mercado de energia que rivaliza
com a explosão das energias renováveis, com destaque
para a eólica, é a geração distribuída. Segundo números da
GE, até 2020, projetos de produção descentralizada de
energia – em unidades menores, mais ágeis e próximas de
quem vai usar a força produzida – receberão investimentos
da ordem de US$ 200 bilhões em todo o mundo. No mesmo
período, a taxa de crescimento desse tipo de produção será
quase 40% superior à taxa de crescimento da demanda
mundial por energia. “No caso das máquinas aeroderivadas,
que chegam à potência nominal em apenas 10 minutos, podemos
gerar entre 18 MW e 100 MW”, afirma Marcos Costa,
da GE.
Segundo o executivo, trata-se de uma boa opção no
Brasil para complementar a oferta de energia em horários
de pico em indústrias, por exemplo, ou durante intermitências.
O sistema, guardadas as devidas proporções, é o
mesmo que funciona nas termelétricas espalhadas pelo
país e que, em 2015, foram fundamentais para garantir a estabilidade
e a confiabilidade do sistema elétrico brasileiro durante
a crise hídrica. “São sistemas que não só são
confiáveis, mas também eficientes e limpos, principalmente
quando funcionam com gás natural, que produz metade das
emissões de sistemas que funcionam com diesel e carvão”,
afirma Costa.
Há até a opção de usar lixo orgânico e o biogás que
ele produz para rodar as turbinas, como já se faz em uma
fazenda de porcos nas Filipinas, ou ainda uma fazenda leiteira
na Índia. Nesses casos, o benefício pode ser triplo: não
se emite o metano do biogás, gera-se energia e, se houver
cogeração, aproveita-se o calor dos motores, o que faz a
eficiência da máquina superar os 60%.
Inovação e eficiência
[...]
A busca por eficiência, fundamental para garantir o futuro
da energia no país, passa, invariavelmente, pelas inovações
tecnológicas. Um exemplo recente da dependência saudável do setor por inovações é a lâmpada LED. Durante
o racionamento do ano 2000, 99% das lâmpadas residenciais
eram incandescentes e gastavam 94% de energia gerando
calor, e apenas 6% gerando luz.
Hoje, as proporções de geração de luz e calor em uma
lâmpada de LED são o inverso – e as lâmpadas duram 10
vezes mais. “A área de energia vai ser muito demandada
por inovação e tecnologia”, diz José Carlos Miranda, presidente
da Companhia Hidro-Elétrica do São Francisco
(Chesf). “Mas falta gente, somos carentes de pessoal capacitado”,
afirma.
Elbia, da ABEEólica, faz coro. “Recentemente foram
abertos dois cursos de mestrado e dois de graduação em
energia eólica no País”, diz. “Mas ainda não estamos na velocidade
do mercado”. Investir na formação e capacitação
para este setor não é só garantir o futuro da energia no Brasil,
mas também abrir um novo flanco de inteligência industrial
que, em última instância, pode culminar na geração de
tecnologia brasileira de ponta com grande potencial de exportação.
“Somos o país da energia renovável”, diz Wilson,
da CPFL. “São muitas as oportunidades por aqui”.
GALILEU. Disponível em:<https://revistagalileu.globo.com/Caminhos-para-futuro/Energia/noticia/2015/11/fontes-renovaveis-serao-protagonistas-no-futuro-da-energia-do-brasil.html>. Acesso em: 6 abr. 2016. (Adaptado).
A construção correlativa não só X, mas (também) Y aparece, no texto, em:
• “[...] não só de negócio, mas de desenvolvimento da indústria nacional [...]” (1º §);
• “[...] não só são confiáveis, mas também eficientes e limpos” (7º §);
• “não é só garantir o futuro da energia no Brasil, mas também abrir um novo flanco da inteligência industrial” (11º §).
Relativamente ao valor semântico e à atuação na argumentação
do texto, essa construção