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ID
243691
Banca
CESGRANRIO
Órgão
Petrobras
Ano
2010
Provas
Disciplina
Direito Financeiro
Assuntos

No que se refere às Fontes de Financiamento a Longo Prazo da empresa, considere as circunstâncias a seguir.

I - Em condições normais de mercado, o custo da dívida é menor que o custo do capital próprio, para uma empresa solvente.

II - Se a RPGA Industrial S.A. vai abrir uma nova unidade fabril em Rio Amarelo e pode financiar o projeto apenas com lucros retidos ou pode fazê-lo com 50% de dívida e 50% de lucros retidos, então em condições normais de mercado, o lucro líquido, após os impostos gerados pelo empreendimento, será menor se forem usados apenas lucros retidos.

III - Se a firma A paga imposto de renda na alíquota de 35%, e a firma B paga na alíquota de 20%, então a firma B tem mais incentivos para uma alta alavancagem financeira que a firma A, ao se considerar apenas esse aspecto.

IV - Na controvérsia sobre a política ótima de dividendos, a corrente que segue as ideias propostas por Modigliani e Miller diz que a política de dividendos é irrelevante.

São corretas APENAS as circunstâncias

Alternativas
Comentários
  • p { margin-bottom: 0.21cm; }

    I – Verdadeiro – Visto que é permitido o abatimento de despesas com a utilização recursos de terceiros para fins de apuração do IR, enquanto com o capital próprio não. Assim, em condições normais de mercado o custo da dívida é menor que o custo do capital próprio.

    II - Falso - Se forem usados apenas o lucro retido, o lucro líquido após os impostos gerados será maior do que se forem utilizada opção 50% de capital próprio e 50% de capital de terceiro, pois é permitido o abatimento de despesas com a utilização recursos de terceiros para fins de apuração do IR, enquanto com o capital próprio não.

    III – Falso – De acordo com Gitman a alavancagem financeira consiste na capacidade da empresa de utilizar encargos financeiros fixos para maximizar os efeitos de variações no lucro antes de juros e imposto de renda (LAJIR) sobre o lucro por ação, assim a empresa que recolhe mais IR, ou seja a empresa A (35%), obterá mais incentivos para uma alta alavacagem financeira, visto que a obtenção de recursos financeiros de terceiros e o abatimento desta despesa financeira para fins de apuração do IR são mais vantajosos a uma aliquota de 35% que de 20%.

    IV – Verdadeiro – A teoria da irrelevância dos dividendo uma teoria proposta por Miller e Modigliani que sustenta o seguinte: em um mundo perfeito, o valor da empresa não é afetado pela distribuição de dividendos, sendo determinado somente pela capacidade de gerar lucros e o risco de seus ativos.

    Logo, resposta letra B - apenas I e IV estão corretas.

  • Olá pessoal,
     
    Alguém poderia explicar melhor a afirmação número II?

    Pra mim essa questão está certa, pois a utilizar do capital de terceiros até uma certa quantidade combinado com o capital próprio aumenta o LPA. No caso da questão, se a empresa utilizar os lucros retidos e não destribuí-los o custo do capital próprio tende a aumentar. Agora se ela usar uma estruta ótima de capital o LPA irá aumentar por conta também do fator dedutível do capital de terceiros.

    Analisando de outra forma, talvez a questão estaria certa se o exercícios falasse que os 50% de CT e 50%P fosse a estrutura ótima de capital, portanto, teria um lucro líquido maior.

  • Concordo com vc Luiz, pois na opção de financiamento com 100% de cap proprio (lucros retidos) a empresa pagaria Ir sobre 100% do capital financiante, enquanto que se escolhesse 50/50 para o financiamento, ela teria o benefício da dedução das despesas financeiras com cap de terceiros e não pagaria IR sobre esse montante. Ou seja, na opção do cap próprio, o lucro liquido pós IR seria menor do que na opção 50/50.

    Muito estranho...
  • Guilherme, considere porém que, a empresa nessas circunstâncias não vai ter despesas financeiras com capital de terceiros... Ou seja, vamos fazer uma simulação>

    Supondo que a empresa tenha 200.000,00  de capital financiado com capital de terceiros a uma taxa de 10%, e que tenha obtido um Lucro bruto de 100.000,00 em determinado período além de uma taxa de 15% do IR, e que da BC do IR pudesse ser deduzido os juros s/ capital de terceiros:

    Teríamos:


    Lucro Bruto = 100.000,00
    (-) Desp. financeiras = (20.000,00)
    (=) Lucro antes do IR = 80.000,00
    (-) IRPJ =          (9.000,00)*
    (=) Lucro Bruto = 71.000,00

    *BC IRPJ = Lucro Antes do IR - Despesas Financeiras = 60.000,00


    Considerando a mesma situação, vamos supor que esses 200.000,00 fosse financiado com capital prórpio, ou seja, não gerariam Juros Sobre capital de terceiros (supondo também que a empresa não emprega a remuneração com a utilização de juros s/ capital próprio, que também é dedutível para fins de IRPJ).

    Lucro Bruto = 100.000,00
    (=) Lucro antes do IR = 100.000,00
    (-) IRPJ =          (15.000,00)*
    (=) Lucro Bruto = 85.000,00

    *BC IRPJ = Lucro Antes do IR = 100.000,00

    Ou seja, por mais que os juros sobre capital de terceiros seja alto, a dedutibilidade deste valor sobre o cálculo do IR nunca eliminará o efeito das despesas financeiras no resultado do exercício (progressão geométrica). Deste modo, conforme explicado na questão, o lucro, sendo utilizado apenas o capital próprio (retenção de lucros) será maior pela inexistência de despesas financeiras no exercício.

    abs e bons estudos.
  • I – Em condições normais de mercado, o custo da dívida é menor que o custo do capital próprio, para uma empresa solvente.


    Com uma empresa solvente ele quer dizer simplesmente que essa empresa tem capacidade de pagar suas dívidas, ou seja, será fácil para ela pegar uma empréstimo e ela não atrasará os pagamentos.
    Por que o capital de terceiros é mais barato que o capital próprio? O capital de terceiros é mais barato (custo de capital menor) do que o capital próprio porque aqueles que emprestam recursos não correm o risco operacional do negócio. aqueles que detém o capital próprio – sócios e acionistas – correm o risco operacional junto com a empresa

     

    II – Se a RPGA Industrial S.A. vai abrir uma nova unidade fabril em Rio Amarelo e pode financiar o projeto apenas com lucros retidos ou pode fazê-lo com 50% de dívida e 50% de lucros retidos, então em condições normais de mercado, o lucro líquido, após os impostos gerados pelo empreendimento, será menor se forem usados apenas lucros retidos.


    O final de uma DRE nos mostra o seguinte:

    (=)Lucro antes do juros e imposto de renda.
    (-) Juros

     (=)Lucro antes do imposto de renda.
    (-) IR
    (=) Lucro Líquido

    Ou seja, quem tem dívida tem juros a pagar e esses juros diminuem o lucro líquido. Então, usar somente os lucros retidos aumentará o lucro líquido e não diminuirá. Afirmativa errada.

    III – Se a firma A paga imposto de renda na alíquota de 35%, e a firma B paga na alíquota de 20%, então a firma B tem mais incentivos para uma alta alavancagem financeira que a firma A, ao se considerar apenas esse aspecto.


    Vamos olhar para a mesma estrutura de DRE que coloquei acima:

    (=)Lucro antes do juros e imposto de renda.
    (-) Juros
    (=)Lucro antes do imposto de renda.
    (-) IR
    (=) Lucro Líquido

     

    As fórmulas de alavancagem levam em conta o LL, vamos analisar pela seguinte fórmula: LAJIR/LL (se usa LAIR quando a questão descarta a incidência de impostos). Quanto maior a minha alíquota do IR, menor será o meu LL, se eu diminuo o denominador da fração eu aumento o número, no caso, aumento o meu grau de alavancagem financeira. Ou seja, quem tem maior alíquota tem menor LL e maior alavancagem. Quem tem a maior alíquota, no caso, é a empresa A então ela teria maior alavancagem financeira.

     

    IV – Na controvérsia sobre a política ótima de dividendos, a corrente que segue as ideias propostas por Modigliani e Miller diz que a política de dividendos é irrelevante.


    Essa é justamente a Proposta de M&M. A proposição I sem impostos diz que o WACC (custo médio ponderado de capital) determinada pelo capital próprio e capital de terceiros, se mantém inalterado qualquer que seja a alavancagem financeira. Ou seja, qualquer que seja a dívida o WACC permanece inalterado. Ou seja, a política de dividendos é indiferente. Alternativa correta.

     

    Fonte: http://admcomentada.com.br/petro2010/20-cesgranrio-petrobras-administrador2010/ ADAPTADO