A casa-grande, residência do senhor de engenho, é uma
vasta e sólida mansão térrea ou em sobrado; distingue-se
pelo seu estilo arquitetônico sóbrio, mas imponente, que ainda
hoje empresta majestade à paisagem rural, nas velhas
fazendas de açúcar que a preservaram. Constituía o centro
de irradiação de toda a atividade econômica e social da propriedade.
A casa-grande completava-se com a capela, onde
se realizavam os ofícios e as cerimônias religiosas [...]. Pró-
ximo se erguia a senzala, habitação dos escravos, os quais,
nos grandes engenhos, podiam alcançar algumas centenas
de “peças”. Pouco além serpenteava o rio, traçando através
da floresta uma via de comunicação vital. O rio e o mar se
mantiveram, no período colonial, como elementos constantes
de preferência para a escolha da situação da grande lavoura.
Ambos constituíam as artérias vivificantes: por meio delas o
engenho fazia escoar suas safras de açúcar e, por elas, singravam
os barcos que conduziam as toras de madeira abatidas
na floresta, que alimentavam as fornalhas do engenho,
ou a variedade e a multiplicidade de gêneros e artigos manufaturados
que o engenho adquiria alhures [...].
(Alice Canabrava apud Déa Ribeiro Fenelon (org.).
50 textos de história do Brasil,1986.)
Quanto à relação do engenho colonial com as áreas externas
a ele, o texto