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ID
2471938
Banca
Quadrix
Órgão
CRM - PI
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                             O Juramento de Hipócrates

      Para cumprir o que a sociedade espera de nós, é preciso lutar por salários dignos, porque hoje é humanamente impossível ser bom médico sem assinar revistas especializadas, ter acesso à internet, frequentar congressos e estar alfabetizado em inglês, língua oficial das publicações científicas. Num campo em que novos conhecimentos são produzidos em velocidade vertiginosa, os esforços para acompanhá-los devem fazer parte de um projeto permanente. Medicina não é profissão para aqueles que têm preguiça de estudar.

      Apesar de absolutamente necessário, o domínio da técnica não basta. O exercício da medicina envolve a arte de ouvir as pessoas, de observá-las, de examiná-las, interpretar-lhes as palavras e de discutir com elas as opções mais adequadas. O tempo dos que impunham suas condutas sem dar explicações, em receituários cheios de garranchos, já passou e não voltará.

      Talvez a aquisição mais importante da maturidade profissional seja a consciência de que a falta de tempo não serve de desculpa para deixarmos de escutar a história que os doentes contam. De fato, muitos deles se perdem com informações irrelevantes, embaralham queixas, sintomas e, se lhes perguntamos quando surgiu a dor nas costas, respondem que foi no casamento da sobrinha. Nesses casos, o médico competente é capaz de assumir com delicadeza o comando do interrogatório de forma a torná- lo objetivo e exequível num tempo razoável.

      Nessa área, sim, temos muito a aprender com os velhos mestres. Hipócrates acreditava que a arte da medicina está em observar. Dizia que a fama de um médico depende mais de sua capacidade de fazer prognósticos do que de fazer diagnósticos. Queria ensinar que ao paciente interessa mais saber o que lhe acontecerá nos dias seguintes do que o nome de sua doença. Explicar claramente a natureza da enfermidade e como agir para enfrentá-la alivia a angústia de estar doente e aumenta a probabilidade de adesão ao tratamento.

      Muitos procuram nossa profissão imbuídos do desejo altruístico de salvar vidas. Nesse caso, encontrariam mais realização no Corpo de Bombeiros, porque a lista de doenças para as quais não existe cura é interminável. Curar é finalidade secundária da medicina, se tanto; o objetivo fundamental de nossa profissão é aliviar o sofrimento humano.

http://drauziovarella.com.br/drauzio/o-juramento-de-hipocrates/.Acesso em 21/03/2016. 

No que diz respeito à palavra "que", destacada no terceiro parágrafo do texto, pode-se dizer que:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO LETRA B.

     

    Vamos ao conceito básico: PRONOME RELATIVO é uma classe de PRONOMES que substituem um termo da oração anterior e estabelece relação entre duas orações.

    Sabendo desse conceito, fica mais fácil acertar a questão quando analisamos o trecho:"Talvez a aquisição mais importante da maturidade profissional seja a consciência de que a falta de tempo não serve de desculpa para deixarmos de escutar a história QUE os doentes contam.

    ===> Sem aplicar a técnica da sintaxe ao pé da letra, mas encontrando a referência ao pronome "QUE", vamos lá...

     

    O que os doentes contam? R= A história     ===> fica claro que a referência é a palavra HISTORIA, logo estabelece relação com a oração anterior.

     

    Nos encontramos na posse ;)