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ID
2472394
Banca
VUNESP
Órgão
TJ-SP
Ano
2017
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Para René Spitz (2013), as relações objetais se estabelecem

Alternativas
Comentários
  • Spitz (1996) descreveu 3 etapas no desenvolvimento do bebê:

    Estágio não objetal, o estágio pré-objetal e o estabelecimento do objeto libidinal.

    No estágio não objetal, o comportamento do bebê é inteiramente passivo em relação ao mundo.

    O início do estágio pré-objetal é marcado pela reação do sorriso: o bebê sorri ao ver o rosto de um adulto. Essa fase representa o início de um comportamento ativo.

    O estabelecimento do objeto libidinal é marcado pela ansiedade dos 8 meses: entre o 6.º e o 8.º mês, o bebê, diante de uma pessoa estranha, mostra-se ansioso e a rejeita. Presume-se que seja uma reação desprazerosa à ausência da mãe. A aquisição dessa capacidade de distinguir a mãe de um estranho representa que há uma verdadeira relação objetal; a mãe tornou-se o objeto libidinal do bebê.

    Fonte:Cheniaux Junior, Elie, 1965. Manual de psicopatologia / Elie Cheniaux. - 5. ed. - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015.

    LETRA: B

  • René Spitz aponta três estágios de desenvolvimento que estão diretamente relacionados com o aparecimento de organizadores psíquicos. O primeiro estágio (Pré-Objetal) se dá do nascimento até por volta dos três meses, quando observa-se uma indiferenciação por parte da criança em relação ao mundo externo. A partir dos três meses, em geral a criança começa a expressar os primeiros sorrisos, simbolizando a base das relações sociais e o começo da separação de si com o mundo externo (apesar da relação com os objetos ainda ser indiferenciada). À esse período (dos 03 aos 08 meses, aproximadamente) Spitz nomeou de Estágio Precursor do Objeto. O último estágio ocorre somente a partir do 8º mês e é chamado de Estágio do Objeto Libidinal, onde aparece o 2º organizador psíquico: o medo de estranhos. A criança já consegue se diferenciar da mãe e diferenciar o que é mãe e o que é não-mãe. O medo de perder o objeto libidinal a faz ficar ansiosa. A partir do 2º ano, quando a criança aprende a falar (e a entender o conceito da palavra "não") as relaçoes objetais se solidificam.

    Assim, podemos dizer que a interiorização da mãe como objeto libidinal tem início na angústia do 8º mês, quando a criança entra no terceiro estágio do desenvolvimento (Estágio do Objeto Libidinal). Esse período pode variar entre os 6 e os 8 meses, aproximadamente.

    A letra A não está correta, pois segundo Spitz, os processos psíquicos não existem ao nascer. É algo que vai sendo adquirido no primeiro ano através de protótipos do psiquismo.

    A letra C trata do 1º organizador psíquico (aparecimento do sorriso), momento em que a criança ainda não consegue fazer a distinção entre si e o mundo externo.

    As letras D e E tratam da primeira mamada e do período gestacional, respectivamente; momento em que a criança está completamente indiferenciada.

    Resposta letra B

  •  Estágios do Desenvolvimento:

    Spitz descobriu que no processo de estabelecimento das relações objetais a criança passa por três estágios: pré-objetal; objeto precursor, objeto real. O bebê não somente aumenta ou diversifica suas respostas, ele confere ao objeto um novo significado na medida do seu desenvolvimento.

    • 1º Estágio - Pré-Objetal

    Idade: até 3 meses: Inicia-se com o nascimento e termina em torno do 3º mês. A interação da criança com o ambiente externo é fisiológica; não existe vontade ou qualquer representação psíquica ou consciência. A criança não se distingue do meio, ou seja, não existe um objeto. Ela recebe os estímulos externos, e devido ao seu mecanismo de proteção interna, e nem os percebe.

    O rosto humano estabelece-se, assim, como o primeiro sinal de memória do bebê, pois é o que mais a criança vê em uma situação que mobiliza afeto. Nenhum outro objeto é foco de atenção da criança neste período e/ou capaz de provocar a resposta ao sorriso. As emoções primárias, fome, sede, prazer e desprazer, são precursores do afeto. O sorriso surge apenas à figura humana, não acontecendo para objetos.

    2º Estágio - Precursor do Objeto

    Idade: 3 aos 8 meses: O surgimento do tônus muscular leva à sustentação da cabeça e do tronco, e posteriormente, a criança consegue manter-se sentada e com capacidade de pegar e largar objetos voluntariamente.

    O bebê de quatro meses pode ser visto tocando a boca, os dedos, até mesmo junto com a mamadeira, observando seus dedos no momento de preensão. Em torno do 6º mês, muitas vezes é visto tocando os próprios pés, interessando-se pelos membros inferiores.

    A relação com a mãe é especial, sendo que a criança mostra desconforto quando abandonada pela mãe, o que ainda não acontece quando é privada de algum brinquedo. Surge a reação de medo entre o 4º e 6º mês aproximadamente, dirigido a um objeto, pessoa ou coisa, com a qual a criança teve uma experiência negativa.

    • 3º Estágio - Objeto Real

    Idade: 8 a 12 meses: Tem início quando a criança prefere a mãe, apresentando sinais visíveis de ansiedade diante de um estranho. Criança e mãe comunicam-se cada vez mais de forma direcionada e os gestos da mãe passam a ter significado para a criança e vice-versa. O primeiro desse sinal é o balançar de cabeça indicativa de “não”. A partir do 8º mês, mais ou menos, se a mãe interrompe a atividade da criança dizendo “não” e balançando a cabeça, a criança para a atividade evidenciando o entendimento do sinal.

    A partir daí surge a linguagem na vida da criança. No início composta de palavras incompletas, até aproximadamente 18 meses. Em regra sua linguagem expressa suas necessidades e representa um pedido de ajuda. Só mais tarde inicia-se a comunicação com ajuda de símbolos verbais. Quando o bebê pronuncia “mamã”, isto pode significar muitas coisas e até frases, como: “estou com fome”; “quero água”; “tire-me daqui”.