Trata-se de uma das grandes críticas de Foucault à ciência psicológica. Segundo ele, a psicologia se coloca no lugar de disciplina de aplicação da norma e de instrumento auxiliar do poder, comprometida com a manutenção do status-quo. Como ciência, ou como conjunto de saberes e práticas sobre o sujeito, ela tem o poder socialmente reconhecido de enunciar a subjetividade, dizer quem são os indivíduos, quem somos nós; no entanto, ela sempre nos enuncia como sujeitos da norma, remetidos a ela, comparativamente a outros sujeitos como nós, marcando e nomeando os desvios em termos de médias, curvas, condutas adequadas ou não, sancionadas ou não, quando não, patologizadas. O que ganha visibilidade nesta crítica são suas práticas disciplinares e disciplinarizantes, suas ligações com o problema político da normalização (para além de qualquer laudo ou parecer “técnico”), e suas relações com os jogos dos dispositivos, para os quais oferece suporte de saber a práticas de separação, marcação, comparação, classificação e identificação dos indivíduos.
Quem escolheu a busca não pode recusar a travessia - Guimarães Rosa
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Gabarito: B