Graças à língua, o homem liberta-se das circunstâncias imediatas, o ‘aqui e agora’, e expande para o passado e o futuro o cenário em que se passam os episódios de sua vida. Ou seja: graças à língua, o homem nomeia ou evoca seres não presentes na situação de fala; reporta-se a situações e experiências passadas, revive-as e provoca em seu ouvinte ou leitor sensações análogas às que experimentou; projeta experiências futuras ou cria seres que compõem cenários imaginários e participam de acontecimentos imaginários.
Graças à língua, os conteúdos expressos em nossos enunciados não precisam, portanto, ser reflexos de dados presentes na situação comunicativa, mas sempre hão de ser conceitos potencialmente significativos, aptos a compor textos que podem ser produzidos em lugares e épocas distintos do espaço e tempo em que as coisas relatadas ou referidas ocorreram.
AZEREDO, José Carlos. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo: Publifolha, 2011, p. 49.
De acordo com o texto,