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ID
2501689
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2017
Provas
Disciplina
Economia

A respeito do comércio internacional, julgue (C ou E) o item que se segue.


Em um modelo de dotação relativa de fatores em que os fatores modelados sejam o trabalho qualificado e o não qualificado, o aumento salarial provocado por uma intensa demanda relativa por trabalho não qualificado e associado a baixos níveis de produtividade poderia explicar a chamada armadilha da renda média em países relativamente abundantes em trabalho não qualificado.

Alternativas
Comentários
  • CORRETO.

    As economias em desenvolvimento correm o risco da especialização em processos de “adaptação criativa” – absorvendo tecnologia externa já desenvolvida e demanda menor qualificação da mão de obra (o que eleva salários menos produtivos) – e não privilegiam a “destruição criativa” em que se pode empregar mão de obra mais qualificada e ampliar a dinâmica de desenvolvimento. Desse modo, caem em uma “armadilha da renda média”.

    (Fonte: Prof. Marcello Bolzan, do IDEG)

  • Certo

    Otaviano Canuto: "a armadilha da renda média é o risco de que um país, depois de transitar de níveis baixos de renda para níveis médios, não consigar manter o ritmo e ascender aos patamares de países desenvolvidos. Há coisas em comum em todos os casos de transição de renda baixa para a renda média: a transferência de pessoas de atividades de subsistências para atividades modernas, em geral nas cidades, grandes aumentos na produtividade total, até porque os trabalhadores não precisam ganhar muita escolaridade, usasse tecnologias existentes, etc. e tal."

     

    http://www.infomoney.com.br/mercados/acoes-e-indices/noticia/3146019/otaviano-canuto-fala-como-brasil-pode-sair-armadilha-renda-media

  • Importante notar aqui que a banca usa o termo "poderia explicar". 

    Significa dizer que ela não está afirmando que essa é necessariamente a causa absoluta para a “armadilha”.

    A banca sugere apenas que pode haver uma relação de causa e consequência. E pode mesmo! 

    A proposição do modelo de dotação relativa de fatores é que um país tende a exportar bens cuja produção é intensiva em fatores que ele tem em abundância.

    No caso do país com relativa abundância de mão de obra não qualificada, tem-se que este exportará produtos cuja produção é exatamente intensiva em mão de obra não qualificada e, por consequência, importará produtos com produção intensiva de mão de obra qualificada. 

    A demanda por estes bens fará com que haja elevação salarial no setor "não qualificado", fazendo com que esta economia atinja um patamar de “renda média”. Ou seja, apesar de os salários dos trabalhadores nÃo qualificados ser um pouco maior que os demais países, eles serão, sempre, uma renda média (e nunca serão a mesma renda de um trabalhador qualificado estrangeiro, por exemplo).

    Só que a abundância desta mão de obra não qualificada e cujo salário se elevou devido ao aumento das exportações fará com que os incentivos não sejam direcionados ao crescimento do setor de produção intensiva em mão de obra qualificada. 

    Ou seja, em vez de haver investimentos para o desenvolvimento de um setor que demanda mão de obra qualificada (o que poderia aumentar a renda dos trabalhadores no longo prazo), o país preferiria focar “naquilo que ele já é bom”, fazendo com que se perpetuasse com trabalhos não qualificados.

    Assim, ao não avançar o setor mais qualificado, a produtividade relativamente estagnada faz com que este país não consiga dar o salto de desenvolvimento em direção aos países mais ricos, permanecendo preso à armadilha da renda média, pois sempre produzirá bens que demandem mão de obra com baixa qualificação. 

    Resposta: C