- ID
- 2511331
- Banca
- CESPE / CEBRASPE
- Órgão
- Prefeitura de São Luís - MA
- Ano
- 2017
- Provas
- Disciplina
- Português
- Assuntos
Sem dúvida foram as teses ilustradas que clandestinamente entraram a formar a bagagem ideológica dos nossos árcades e lhes deram mais de um traço constante: o gosto da clareza e da simplicidade graças ao qual puderam superar a pesada maquinaria cultista; os mitos do homem natural, do bom selvagem, do herói pacífico; enfim, certo mordente satírico em relação aos abusos dos tiranetes, dos juízes venais, do clero fanático, mordente a que se limitou, de resto, a consciência libertária dos intelectuais da Conjuração Mineira. A análise a que a historiografia mais recente tem submetido o conteúdo ideológico da Inconfidência é, nesse ponto, inequívoca: zelosos de manter o fundamento jurídico da propriedade (que a Revolução Francesa, na sua linha central, iria ratificar), os dissidentes de Vila Rica apenas se propunham evitar a sangria que nas finanças mineiras, já em crise, operaria a cobrança de impostos sobre o ouro (a derrama).
Alfredo Bosi. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1997, p. 66-7 (com adaptações).
De acordo com o texto precedente, as relações entre o Arcadismo
e a Inconfidência Mineira se limitaram aos interesses das elites
locais, sem ter havido reivindicação de mudanças profundas na
estrutura da sociedade brasileira. Essa perspectiva dos árcades
brasileiros se expressou esteticamente pela