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ID
2528434
Banca
FUNDATEC
Órgão
IGP-RS
Ano
2017
Provas
Disciplina
Medicina Legal
Assuntos

No estudo dos diversos diagnósticos diferenciais de mortes suspeitas, podemos observar características e sinais fisiológicos e macroscópicos. Sobre eles, assinale a alternativa INCORRETA.

Alternativas
Comentários
  • A questão avalia os conhecimentos do candidato em tanatologia forense.
    Atenção: pede-se a alternativa INCORRETA.

    A) CERTO. A embolia pulmonar é uma causa muito comum de morte súbita. Esse quadro é habitualmente provocado quando o paciente tem uma trombose nas pernas e um pedaço desse trombo se solta, viajando pela circulação sanguínea em direção aos pulmões. Se o êmbolo (coágulo que viaja pela circulação sanguínea) for grande o suficiente, ele pode obstruir a artéria pulmonar, provocando um súbito e extenso infarto no pulmão. O principal fator de risco para um embolia pulmonar é a presença de trombose nas veias profundas dos membros inferiores, cujo os fatores de risco são: cirurgias recentes, principalmente da região pélvica ou das pernas; traumatismos dos membros inferiores; câncer; insuficiência venosa grave dos membros inferiores; uso de pílula anticoncepcional; gravidez; doenças da coagulação.

    B) CERTO. Pacientes com hemorragia digestiva aguda alta normalmente se apresentam com hematêmese (vômitos com sangue vivo, coágulos ou escuro) e/ou melena (fezes pretas, pastosas e com odor fétido). Nos casos de sangramentos profusos pode se apresentar como enterorragia (sangue vivo ou coágulos exteriorizados pelo reto).

    C) CERTO. Alguns venenos, dependendo da dose ingerida, podem levar a morte súbita. Pancreatite aguda necrotizante é um subtipo grave de apresentação clínica que compõe o quadro de pancreatite aguda, com alta letalidade. Caracteriza-se pela destruição e necrose do tecido pancreático.

    D) CERTO. A Síndrome de Waterhouse-Friderichsen ou adrenalite hemorrágica é uma grave doença das glândula adrenais (ou supra-renais) classicamente relacionada à bactéria Neisseria meningitidis e mais comumente causada pela bactéria Gram negativa Pseudomonas aeruginosa. Esta síndrome é a forma mais severa de septicemia meningocócica. As manifestações clínicas iniciais abrangem febre, calafrios, cefaleia e vômitos. Por conseguinte, surgem erupções cutâneas, que primeiramente caracterizam-se como máculas e, posteriormente, evoluem para petéquias e púrpuras, de coloração cinza escuro. Por fim há hipotensão, que rapidamente leva ao choque séptico.

    E) ERRADO. A SARA é caracterizada por inflamação difusa da membrana alvéolo-capilar, em resposta a vários fatores de risco pulmonares ou extrapulmonares. Esses fatores de risco causam lesão pulmonar através de mecanismos diretos (exemplo: aspiração de conteúdo gástrico, pneumonia, lesão inalatória, contusão pulmonar) ou indiretos (exemplo: sepse, traumatismo, pancreatite, politransfusão). Ocorre lesão à membrana alvéolo-capilar, independente da causa desencadeante da lesão pulmonar, com extravasamento de fluido rico em proteínas para o espaço alveolar. Esta patologia conduz a um aumento da permeabilidade dos capilares pulmonares e consequente edema pulmonar, o qual é independente de patologia cardíaca (não tem origem cardiogênica!).

    Gabarito do professor: Alternativa E.

  • E.Não precisa que o corpo esteja totalmente submerso. Quando a pessoa sobrevive após resgate por 24 horas, os autores falam em semiafogamento ou quase-afogamento. Na evolução podem ocorrer complicações de ordem pulmonar, como a síndrome da angústia respiratória do adulto (SARA). Acredita-se que a água doce altere a estrutura do surfactante e que a salgada apenas dilua ou remova e que esse efeito perdure por várias horas após a eliminação da água de afogamento. Seja como for, o colapso alveolar pode ser intenso a ponto de reduzir e muito a complacência pulmonar e causar perda considerável do trabalho cardíaco, já que o sangue passa por septos de alvéolos não arejados. É isso que explica os casos de pessoas que passam bem nas primeiras horas, mas em 12 a 24 horas descompensam e evoluem para um quadro clínico de síndrome da angústia respiratória do adulto (SARA). HERCULES, Hygino de C. Medicina Legal, texto e Atlas, 2ª Edição, pg. 565.