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A partir da decada de 1870, começaram a surgir um série de sintomas de crise do segundo reinado. Dentre eles,o inicio do movimento republicano e os atritos do governo imperial com o Exército e a Igreja. Além disso, o encaminhamento do problema da escravidão provocou desgastes nas relações entre o Estado e suas bases sociais de apoio.
GABARITO: LETRA D
FONTE: LIVRO HISTÓRIA DO BRASIL, 14 ED.ATUALIZADA, BORIS FAUSTO.
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4) A “Questão militar”
Com a Guerra do Paraguai, tornou-se evidente a importância do exército que, a partir de então, passa a exigir um espaço político que lhe era negado pela monarquia. Basta dizer que a monarquia privilegiava a Guarda Nacional, e não o exército. Houve uma série de acontecimentos em que os militares demostraram descontentamento com a monarquia, chamada genericamente de “questão militar”. Os militares passam a apoiar a República para adquirirem um comando político do Estado. É importante também destacar que entre os militares havia forte presença do Positivismo, ideologia de caráter modernizador e cientificista, que não se coadunava com a postura tradicionalista da monarquia.
5) A “Questão religiosa”
No Império havia o Padroado (a igreja era sustentada pelo Estado) e o Imperador exercia o beneplácito (direito de vetar as ordens papais). O Papa Pio IX escreveu a Bula (carta papal) Syllabus proibindo os católicos de participar da maçonaria. Esta bula foi vetada por Pedro II, no entanto, dois bispos (o de Belém e de Olinda) tentaram impô-la, indo contra a ordem do imperador. Eles foram presos e posteriormente anistiados
(perdoados) mas ficou um mal-estar entre a Igreja e o império, pois muitos católicos passaram a considerar o Padroado como uma intromissão do Estado na igreja e a apoiarem a república que defendia o Estado laico, no qual há a separação entre igreja e Estado, achando assim que a igreja teria uma liberdade que lhe era negada pelo padroado.
6) A abolição da escravidão e a reação da elite cafeeira fluminense:
Quando a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea (13 de maio de 1888) a escravidão não era fundamental para a economia do país. No entanto, a elite cafeeira fluminense relutou em aceitar o fim da escravidão, pois o escravo é uma mercadoria e o simples fim da escravidão, sem indenização aos senhores escravistas, significaria perdas econômicas para os senhores de escravos. A abolição foi feita sem a indenização aos senhores de escravos, o que fez com que a burguesia cafeeira fluminense, de base escravista, deixasse de apoiar a monarquia. Neste momento, a monarquia encontra-se isolada. Nenhum grupo político importante a apoia.
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1) Transição do trabalho escravo para o trabalho assalariado:
A Lei Euzébio de Queirós (1850) tornava a importação de escravos crime de pirataria e provocou uma crise na mão-de-obra escrava, por falta de reposição desta mão-de-obra, havendo assim a gradual entrada mão-de-obra imigrante (livre). A crise da escravidão significa a crise da Monarquia escravista.
2) Surto industrial e crescimento urbano:
Com a proibição da importação de escravos os capitais aplicados nesta atividade são investidos em outros setores econômicos tipicamente urbanos como a indústria e obras de infra-estrutura (ferrovias, bancos, portos, etc.) Com este crescimento urbano cresce uma população marginalizada politicamente, sem direitos políticos, pois só os ricos tinham direitos políticos (o voto era censitário) e passam a apoiar a república, que defendia o sufrágio universal (voto de todos homens livres e maiores de idade).
3) Ascensão econômica da burguesia cafeicultora paulista:
Como a burguesia cafeicultora paulista utilizava como mão-de-obra a imigrante (livre) não sofreu com a crise da mão-de-obra escrava, que predominava no Vale do Paraíba (RJ). Assim, enquanto a elite cafeeira fluminense entra em decadência, a elite cafeeira paulista está em ascensão econômica.
Obtendo poder econômico ela vai desejar obter o poder político, ou seja, o controle do Estado brasileiro. Só que a monarquia escravista era dominada pela elite cafeeira fluminense, o que significa que para a burguesia paulista ter o controle do Estado deveria derrubar a monarquia, por isto esta elite torna-se republicana, como forma de obter o controle do Estado brasileiro, e federalista (autonomia política e econômica para as províncias) como forma de se opor ao unitarismo (rígido controle político da capital) imperial.
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Em se tratando de queda do Império, devemos nos lembrar do TRIPÉ IMPERIAL: Exército, Igreja, e Fazendeiros.
Exército:
Com a Guerra do Paraguai, o exército percebeu sua importância, mas mesmo assim não era valorizado pelo Império, que privilegiava a Guarda Nacional. Exigiu-se então, um espaço político que a Monarquia não os dava. Basta dizer que a monarquia privilegiava a Guarda Nacional, e não o exército. Era proibido dar entrevista à imprensa, tinham baixos salários, entre outros diversos fatores. O exército também era a favor da abolição da escravatura.
Igreja:
No Império havia o Padroado (a igreja era sustentada pelo Estado) e o Imperador exercia o beneplácito (direito de vetar as ordens papais).Até que um papa proibiu que maçons frequentassem a igreja, esta bula foi vetada por Pedro II, no entanto, dois bispos (o de Belém e de Olinda) tentaram impô-la, indo contra a ordem do imperador. Eles foram presos e posteriormente anistiados
(perdoados) mas ficou um mal-estar entre a Igreja e o império, pois muitos católicos passaram a considerar o Padroado como uma intromissão do Estado na igreja e a apoiarem a república que defendia o Estado laico, no qual há a separação entre igreja e Estado, achando assim que a igreja teria uma liberdade que lhe era negada pelo padroado.
Fazendeiros:
De forma bem resumida, os fazendeiros cafeicultores e açucareiros já vinham descontentes com o império com a criação da Lei Eusébio de Queiroz, depois com a Lei do Ventre Livre, Lei dos sexagenários e por fim a Lei Áurea (Abolição em 1888). Com isso, deixaram de apoiar a monarquia.
Sem o TRIPÉ COLONIAL, o Império nada é.
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MIREFA - MILITARES / RELIGIÃO (IGREJA CATÓLICA) / FAZENDEIROS.
GAB. D
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III. O monopólio da elite cafeeira paulista, ao longo do Segundo Reinado, no cargo da presidência do Conselho.
Para complementar os comentários dos colegas. Sobre essa afirmativa: creio que esteja errada porque começam a surgir novas elites paulistas que querem participar da política, mas na monarquia não há esse espaço e possibilidade. Assim, as ideias republicanas ganham força, essas elites apoiam o partido republicano fundado em 1870, o que contribui - junto com os outros fatores - com o fim do império e o início da república em 1889.