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ID
2539030
Banca
FEPESE
Órgão
SES-SC
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Fundamental é chegar ao essencial


“Por que eu preciso morar em grandes cidades, viver desesperado dentro de um carro para lá e para cá, restringir imensamente meu tempo de convivência com as pessoas de que eu gosto, reduzir o meu ócio criativo para ficar num lugar onde vão me oferecer apenas e tão somente dinheiro?”Essa é uma dúvida que provavelmente atravessou muitas pessoas no trajeto de ida ou de volta do trabalho.

Para alguns, a resposta a esse questionamento poderia vir de pronto: “Porque sem dinheiro não se vive”. Sim, sem dinheiro não se vive, mas só com dinheiro não se vive. Há uma mudança em curso no mundo do trabalho. As pessoas estão começando a fazer uma distinção necessária entre o que é essencial e o que é fundamental.

Essencial é tudo aquilo que você não pode deixar de ter: felicidade, amorosidade, lealdade, amizade, sexualidade, religiosidade. Fundamental é tudo aquilo que o ajuda a chegar ao essencial. Fundamental é o que lhe permite conquistar algo. Por exemplo, trabalho não é essencial, é fundamental. Você não trabalha para trabalhar, você trabalha porque o trabalho lhe permite atingir a amizade, a felicidade, a solidariedade. Dinheiro não é essencial, é fundamental. Sem ele, você passa dificuldade, mas ele, em si, não é essencial. O que eu quero no meu trabalho é ter a minha obra reconhecida, me sentir importante no conjunto daquela obra. Essa visão do conjunto da obra vem levando muitas pessoas a questionar o que, de fato, estão fazendo ali.

Isso não é exclusivo do mundo do trabalho, mas vale para a vida em geral. Nós estamos substituindo paulatinamente a preocupação com os “comos” por uma grande demanda em relação aos “porquês”. O nosso modo de vida no Ocidente está em crise e algumas questões relevantes vêm à tona: a compreensão sobre a nossa importância, o nosso lugar na vida, o que vale e o que não vale, qual é o próprio sentido da existência. Afinal de contas, a ciência nos prometera há cem anos que, quanto mais tecnologia, mais tempo livre haveria para a família, para o lazer, para a amorosidade.

Ora, durante os últimos cinquenta anos se trabalhou em busca de um lugar no mundo do fundamental: a propriedade, o consumo. Isso não satisfaz a nossa necessidade de reconhecimento, de valorização. Hoje temos um fosso entre o essencial e o fundamental, que leva as pessoas a ficarem absolutamente incomodadas: “Por que eu estou fazendo isso?” E a nossa lista dos “porquês” foi sendo substituída pela lista dos “apesar de”: “Apesar do salário...”, “Apesar das pessoas...”, “Apesar desse ambiente, eu faço”. É muito diferente de se ter razões para fazer. Quando há a razão de um lado, o senão de outro, e a balança começa a pesar para a senão, indagamos: “Qual a qualidade da minha vida?”

CORTELLA, M. S. Qual é a tua obra? Inquietações propositivas sobre gestão, liderança e ética. 11 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010, p. 63-65. [Adaptado]

Assinale a alternativa correta, com base no texto.

Alternativas
Comentários
  • R: Letra E

    (...).Essa visão do conjunto da obra vem levando muitas pessoas a questionar o que, de fato, estão fazendo ali.

     

    Isso não é exclusivo do mundo do trabalho, mas vale para a vida em geral. Nós estamos substituindo paulatinamente a preocupação com os

     

    “comos”(busca pelo fundamental) por uma grande demanda em relação aos “porquês”(busca pelo essencial da vida).

     

  • Não teria que ser o contrário, os "comos"(busca pelo essencial) e os porquês (busca pelo fundamental)? 

  • a) O autor assume uma visão neutra e objetiva em relação ao tema que aborda, o que se evidencia pelo uso de argumentos de autoridade expressos em uma linguagem culta. ERRADO ( Claro que não, o autor em várias passagens é enfático em salientar que as pessoas se perderam naquilo que é espiritual em proporção daquilo que é material, naquilo que é essencial e naquilo que é fundamental. Não expressa nada de neutralidade em relação ao assunto)

     

    b)  A crise do modo de vida ocidental deve-se ao uso abusivo da tecnologia e ao avanço da ciência nos últimos cem anos. ERRADO. Em nenhum momento se pode inferir que o Homem está como está porque abusou da tecnologia, ''HAVERIA'' reparem no verbo, futuro do pretérito, Expressa também incerteza, surpresa e indignação. 

     

     

    c) O autor demonstra uma atitude pessimista em relação ao futuro da humanidade, pois acredita que as pessoas não são capazes de se libertarem do consumismo. ERRADO. Ele termina o texto com uma indagação, e, apesar de citar o consumo, não diz que as pessoas não são capazes de se libertar dele.

     

    d) No último parágrafo, o autor aborda o equilíbrio existente atualmente entre razão versus senão na tomada de decisões pelos sujeitos sobre suas vidas afetivas e sociais. (ERRADO) essa deu uma vontade de marcar como certo, todavia : Quando há a razão de um lado, o senão de outro, e a balança começa a pesar para a senão, indagamos: “Qual a qualidade da minha vida?” Não há aquilíbrio, a balança pesa para a ''senão''. 

     

     e) A preocupação com os “porquês” seria correlata a uma busca pelo essencial da vida; enquanto a preocupação com os “comos” estaria vinculada a uma busca pelo fundamental da vida. (certo). Repare lendo o texto que a ligação dos ''porquês'' é correlata com os sentimentos espirituais, os quais o autor julgou essenciais para a nossa vida.

     

    JESUS, A ROCHA FIRME E INABALÁVEL.

     

     

     

     

     

  •  e) A preocupação com os “porquês” seria correlata a uma busca pelo essencial da vida; enquanto a preocupação com os “comos” estaria vinculada a uma busca pelo fundamental da vida. 

    Essa visão do conjunto da obra vem levando muitas pessoas a questionar o que, de fato, estão fazendo ali. Isso não é exclusivo do mundo do trabalho, mas vale para a vida em geral. Nós estamos substituindo paulatinamente a preocupação com os “comos” por uma grande demanda em relação aos “porquês”.