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ID
2540578
Banca
UFES
Órgão
UFES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Administração Geral
Assuntos

São características dos Estudos Críticos em Organizações:

Alternativas
Comentários
  • De onde essa banca tirou essa questão, só pode ter sido lá da @#%&**.

  • Essa ela tirou da casa do romero juca..by ciro gomes

  • Intenção emancipatória

    Os ECA procuram enfatizar, nutrir e promover o potencial da consciência humana para refletir de maneira crítica sobre as práticas opressivas, facilitando, assim, a extensão dos níveis de autonomia e responsabilidade das pessoas. Por autonomia entende-se a capacidade dos seres humanos produzirem julgamentos que não sejam impedidos ou deformados por dependências sociais inúteis associadas à subordinação e às desigualdades de riqueza, de poder e de conhecimento. Por responsabilidade entende-se o desenvolvimento de uma consciência de nossa interdependência social e, conseqüentemente, a compreensão de nossa responsabilidade coletiva para com os outros. A transformação emancipatória opera-se, então, à medida que as pessoas procuram mudar - pessoal, coletiva e progressivamente - seus hábitos e as instituições que impedem o desenvolvimento de sua autonomia e de sua responsabilidade (Alvesson e Willmott, 1996).

    Resumidamente e de forma geral, podemos perceber que a teoria crítica visa a favorecer um desenvolvimento racional e democrático das instituições modernas, nas quais cidadãos responsáveis, auto-reflexivos e autônomos se tornam progressivamente menos dependentes de receber entendimentos sobre suas necessidades. Eles tornam-se menos direcionados pela aparente naturalidade e inevitabilidade da ordem político-econômica prevalecente (Alvesson e Willmott, 1996). Permanece subjacente a esse processo de desenvolvimento uma visão da emancipação que é de natureza parcial e realizável na administração e nas práticas organizacionais de todos os dias, buscando promover teorias e práticas administrativas que carreguem menos exclusão e dominação (Watson, 1994; Alvesson e Willmott, 1996; Anthony, 1998). A abordagem crítica adotada pelos ECA não pretende solucionar de forma definitiva o problema da dinâmica social e política que modela a maneira como as pessoas pensam, ressentem-se e agem. Ela busca operar no fluxo diário das práticas opressivas, dominantes e excludentes que, inutilmente, atrapalham o desenvolvimento pessoal e coletivo no âmbito organizacional.

    http://www.fgv.br/rae/artigos/revista-rae-vol-43-num-4-ano-2003-nid-45129/

  • Intenção desvinculada da performance

    Outro traço fundamental dos ECA se deve ao fato de que tais estudos não buscam desenvolver conhecimentos que contribuam para a maximização de outputs contra um mínimo de inputs. Ou seja, os ECA não visam a celebrar conhecimentos inscritos em uma lógica instrumental de cálculo dos meios com relação aos fins ou que melhorem o desempenho econômico das organizações. Os estudos considerados como não críticos obedecem ao princípio da performance que subordina o conhecimento à eficiência, à eficácia e à lucratividade. Em uma perspectiva não crítica, a performance refere-se a um imperativo em torno do qual todo conhecimento ou prática deve ser gerado, sem jamais deixar espaço a questionamentos nem a dúvidas. O desenvolvimento de uma pesquisa na abordagem crítica não se preocupa em gerar conhecimento em função da melhoria da performance econômica da organização. Seu foco está na tentativa de emancipar as pessoas dos mecanismos de opressão, tendo, de fato, o humano como ponto fundamental.

  • O que é ser crítico para os Estudos Críticos em Administração?

    Se levarmos em conta a diversidade de abordagens e tradições teóricas que compõem a teoria administrativa, será que poderíamos considerar qualquer crítica da administração como engajada nesse campo de pesquisa? Será que ser crítico em administração significa apontar problemas e possíveis soluções? Será que mostrar que algo está incorreto e deve ser corrigido implica ser crítico? A tarefa de criticar algo ou apontar aspectos negligenciados pela abordagem funcionalista não significa ser crítico, nos termos dos ECA. No composto complexo e heterogêneo de abordagens críticas, baseando-nos em Fournier e Grey (2000) e Alvesson e Willmott (1992b, 1996), podemos estabelecer três parâmetros fundamentais para identificar um estudo como sendo de natureza crítica. Segundo esses autores, além das nuanças entre as diferentes tradições críticas em administração, variadas concordâncias e uma ampla gama de objetivos comuns permitem delimitar suas fronteiras identitárias, de ação e de pesquisa. São elas: (1) a promulgação de uma visão desnaturalizada da administração, (2) intenções desvinculadas da performance e (3) um ideal de emancipação.

    Visão desnaturalizada da administração

    Por intermédio do processo de naturalização - ampla e vulgarmente utilizado pelas teorias tradicionais -, a formação social é abstraída do contexto histórico e conflituoso de sua origem, sendo tratada como uma entidade concreta e relativamente fixa. Os arranjos institucionais, nesse processo, não são vistos como escolhas, mas sobretudo como arranjos naturais e evidentes por si próprios, totalmente estrangeiros às relações de poder (Alvesson e Deetz, 1999). Enquanto as teorias administrativas do século XX se engajam em um duplo movimento de construção da realidade organizacional e de ornamentação dessa realidade com racionalidade, cientificidade e naturalização, os ECA são, em contrapartida, engajados no questionamento sistemático de tal edifício teórico (Fournier e Grey, 2000). Assim, os ECA consideram a organização como uma construção sócio-histórica, tornando-se importante compreender como as organizações são formadas, consolidadas e transformadas no interior e no exterior.