Habitualmente, a pessoa entra na órbita da doença pela negação, depois se revolta, algum tempo depois entra em depressão e, por último, não sem algum esforço e trabalho pessoal, alcança a possibilidade de enfrentamento real. Essa ordem não é fixa, e qualquer combinação é passível de ser encontrada na prática, de modo que depois de entrar na órbita a pessoa pode mudar de posição, vindo a ocupar qualquer uma delas. (SIMONETTI).
NEGAÇÃO = Esse é um mecanismo de defesa que aparece quando há um certo medo de confrontar a situação imposta.
REVOLTA= A revolta geralmente se inicia como frustração, e é fácil observar que uma pessoa frustrada primeiramente se irrita para depois se deprimir. Parece quase uma sequência natural: frustração-irritação-depressão. A doença é um evento com alto poder de frustração. Também no sentido prático a doença é muito frustrante. Ela frustra nossa liberdade e nossa rotina. Predomínio do sentimento de raiva.
DEPRESSÃO = Na depressão a pessoa se entrega passivamente a sua doença. É como uma desistência, nada espera do futuro e pode mesmo se negar a qualquer esforço quanto ao tratamento. Não costuma ser uma fase de desespero; é muito mais de desesperança, onde a pessoa não acredita que possa ser curada, ou então a cura possível não interessa em razão das perdas que acarreta, podendo chegar a um ponto em que já não há nem mesmo o medo de um desfecho fatal. Não tem medo da morte, nem vontade de viver, mas há tristeza. É um equivoco pensar que a pessoa deprimida, pela sua manifesta indiferença, não sofre: sofre sim, e bastante. (SIMONETTI).
ENFRENTAMENTO REAL = Quando o paciente alcança essa posição de enfrentamento ele já passou pelas outras posições, já deixou para trás suas fantasias de onipotência, e pode agora encarar sua doença de maneira mais realista. O enfrentamento é um adeus às ilusões que provoca no paciente uma mudança, nem sempre fácil de ser explicada, mas bastante evidente pelo posicionamento em relação a doença que agora passa a ser uma alternância, uma mistura, entre a luta e o luto (SIMONETTI).
Toda situação de adoecimento comporta uma possibilidade de esperança, sempre (SIMONETTI).