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ID
2552254
Banca
VUNESP
Órgão
IPRESB - SP
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                  A idade das palavras


      Já cansei de ver gente madura falando gíria para parecer jovem. O trágico é que, em geral, a gíria é velha, daí que é terrível ver uma senhora madura e plastificada dizendo “Eu sou prafrentex!”.

      Esse termo foi usado nos anos 60 para dizer que uma jovem aceitava comportamentos mais ousados, tipo viajar no fim de semana para a praia com um grupo de amigos, o máximo de liberdade imaginável até então.

      Mas agora é passado… Assim como as variações para falar de homem bonito. Houve época em que era “pão”, agora se usa gato, se não estou atrasado… Volta e meia noto alguém exclamar à passagem de um homem atlético: “Ai, que pão!”.

      Esse é o mal das gírias. Marcam a juventude de cada um. O tempo passa, mas fica difícil mudar o modo de falar.

      Lembro o sucesso de “boko moko”, criado por uma marca de refrigerante para rotular de cafona quem não tomava a tal bebida. Caiu na boca do povo. Cafona vale? Ou devo dizer “out”, como na década de 90?

      Reconheço, tenho saudade de certos termos. Lembro-me das conversas com os amigos nos anos 70, quando fiz faculdade e era frequente ouvir “tou numas com ela”, equivalente, guardadas algumas proporções, ao “ficar” de hoje em dia.

      Que adolescente aceitaria hoje ir a um “mingau dançante”? Vão para a balada, para a “night”. Aliás, a maioria foge de mingau e de qualquer delícia que engorde!

      Muita gente odeia gíria e a considera um dialeto capaz de estraçalhar a língua. Elas esquecem que, no seu tempo, também a usavam.

      Não é fácil acompanhar sua evolução e, às vezes, me confundo: não sei se ainda se fala “hype” para indicar algo que no passado foi “in”. Ou que alguém é “fashion”, para dizer que está “nos trinques”, como nos anos 80.

      A verdade é: não há botox ou plástica que resista. Gíria velha denuncia a idade mais do que as rugas!

(Walcyr Carrasco. http://vejasp.abril.com.br/cidades/ a-idade-das-palavras/ Adaptado)

De acordo com o texto, é correto afirmar que

Alternativas
Comentários
  • Analisando as alternativas :

     

    a) há mulheres que, na década de 90, surpreenderam a sociedade com atitudes ousadas como viajar sem a companhia dos pais.

    Errada. Não há nenhuma passagem do texto sobre mulheres viajando sem a companhia dos pais na década de 90 e sim na década de 60. Há um relato do seguinte trecho abaixo:

    Esse termo foi usado nos anos 60 para dizer que uma jovem aceitava comportamentos mais ousados, tipo viajar no fim de semana para a praia com um grupo de amigos, o máximo de liberdade imaginável até então. Parágrafo terceiro

     

     

     

    b) há pessoas que jamais utilizaram gírias, pois consideram que essas palavras tornam a linguagem incompreensível. 

    Errada. Conforme o texto, há pessoas que utilizaram gírias.

     

     

     

    c) há mulheres que usam frequentemente gírias com o objetivo de aparentar menos idade, uma estratégia que surte os efeitos pretendidos.

    Errada. Porque tais efeitos, às vezes, não são pretendidos conforme o texto.

     

     

     

    e) há jovens que achariam divertido empregar, no bate-papo com amigos, expressões como “mingau dançante” ou “tou numas com ela”.

    Errado. Não há nenhuma passagem do texto sobre afirmativa acima e nehuma inferência sobre esse excerto.

     

     

     

     

    Qcom - Questão comentada

    https://www.youtube.com/channel/UCBY27FNGgRpPa-PgFubwjPQ/videos

  • d) Correta: "Cafona vale? Ou devo dizer “out”, como na década de 90?" expressa a dúvuda do autor.

  • "Não é fácil acompanhar sua evolução e, às vezes, me confundo".

  • d) há pessoas que, como o autor, se confundem ao empregar gírias, já que são expressões que mudam conforme a época.

    "Lembro o sucesso de “boko moko”, criado por uma marca de refrigerante para rotular de cafona quem não tomava a tal bebida. Caiu na boca do povo. Cafona vale? Ou devo dizer “out”, como na década de 90?"
    "Não é fácil acompanhar sua evolução e, às vezes, me confundo: não sei se ainda se fala “hype” para indicar algo que no passado foi “in”. Ou que alguém é “fashion”, para dizer que está “nos trinques”, como nos anos 80."

  • Em nenhum momento no texto ele diz que outras pessoas também se confundem ao empregar gírias. 

  • Onde no texto diz que há pessoas que se confudem ao empregar gírias?

  • Não é fácil acompanhar sua evolução e, às vezes, me confundo: não sei se ainda se fala “hype” para indicar algo que no passado foi “in”. Ou que alguém é “fashion”, para dizer que está “nos trinques”, como nos anos 80. Aquele trecho traz a ideia de confusão do autor.

    Já cansei de ver gente madura falando gíria para parecer jovem. O trágico é que, em geral, a gíria é velha, daí que é terrível ver uma senhora madura e plastificada dizendo “Eu sou prafrentex!”. Pessoas fazendo confusão ao utilizar uma gíria velha para parecer "nova" e acaba mostranto o contrário.

          A verdade é: não há botox ou plástica que resista. Gíria velha denuncia a idade mais do que as rugas!    Esse trecho traz uma ideia confusão. Ao confudir as gírias eles "entregam às suas idades".

    Observação: essa é a minha visão.

  • Por mais textos assim !