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ID
2552260
Banca
VUNESP
Órgão
IPRESB - SP
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                  A idade das palavras


      Já cansei de ver gente madura falando gíria para parecer jovem. O trágico é que, em geral, a gíria é velha, daí que é terrível ver uma senhora madura e plastificada dizendo “Eu sou prafrentex!”.

      Esse termo foi usado nos anos 60 para dizer que uma jovem aceitava comportamentos mais ousados, tipo viajar no fim de semana para a praia com um grupo de amigos, o máximo de liberdade imaginável até então.

      Mas agora é passado… Assim como as variações para falar de homem bonito. Houve época em que era “pão”, agora se usa gato, se não estou atrasado… Volta e meia noto alguém exclamar à passagem de um homem atlético: “Ai, que pão!”.

      Esse é o mal das gírias. Marcam a juventude de cada um. O tempo passa, mas fica difícil mudar o modo de falar.

      Lembro o sucesso de “boko moko”, criado por uma marca de refrigerante para rotular de cafona quem não tomava a tal bebida. Caiu na boca do povo. Cafona vale? Ou devo dizer “out”, como na década de 90?

      Reconheço, tenho saudade de certos termos. Lembro-me das conversas com os amigos nos anos 70, quando fiz faculdade e era frequente ouvir “tou numas com ela”, equivalente, guardadas algumas proporções, ao “ficar” de hoje em dia.

      Que adolescente aceitaria hoje ir a um “mingau dançante”? Vão para a balada, para a “night”. Aliás, a maioria foge de mingau e de qualquer delícia que engorde!

      Muita gente odeia gíria e a considera um dialeto capaz de estraçalhar a língua. Elas esquecem que, no seu tempo, também a usavam.

      Não é fácil acompanhar sua evolução e, às vezes, me confundo: não sei se ainda se fala “hype” para indicar algo que no passado foi “in”. Ou que alguém é “fashion”, para dizer que está “nos trinques”, como nos anos 80.

      A verdade é: não há botox ou plástica que resista. Gíria velha denuncia a idade mais do que as rugas!

(Walcyr Carrasco. http://vejasp.abril.com.br/cidades/ a-idade-das-palavras/ Adaptado)

A frase que apresenta ideia coerente com o significado das gírias citadas no texto está na alternativa:

Alternativas
Comentários
  • Nos trinques

     

    Correto, perfeito, no figurino, isento de falha, erro ou defeito.

    Exemplo: Agora sim, Manjerico, tua caranga está nos trinques, bacana.

     

     

     

     

    Fonte:

    http://www.dicionarioinformal.com.br/nos+trinques/

  • GABARITO: E

     

    Complementando:

     

    No penúltimo parágrafo, podemos econtrar a resposta:

     

    Não é fácil acompanhar sua evolução e, às vezes, me confundo: não sei se ainda se fala “hype” para indicar algo que no passado foi “in”. Ou que alguém é “fashion”, para dizer que está “nos trinques”, como nos anos 80.

  • Gabarito Letra E 

    A- Ele é um pão se refere no texto = Um homem Atlético

    B- Ela é prafrentex se refere no texto = ver uma senhora madura e plastificada dizendo...

    C- Ele está numas com ela se refere no texto =  ao “ficar” de hoje em dia.

    D- Ele é um boko moko se refere no texto = criado por uma marca de refrigerante para rotular de cafona quem não tomava a tal bebida. 

    E- alguém é “fashion”, para dizer que está “nos trinques”, = se refere uma pessoa bem vestida.

     

  • Gabarito letra E.

    Não é fácil acompanhar sua evolução e, às vezes, me confundo: não sei se ainda se fala “hype” para indicar algo que no passado foi “in”. Ou que alguém é “fashion”, para dizer que está “nos trinques”, como nos anos 80.

  • Um exemplo da expressão nos trinques:

     

    "...ela de batom vermelho e ele sempre nos trinques..." — Leite Derramado, Chico Buarque (2009)

  • Sou de 90 e falo "nos trinques"! rsrsrsr