SóProvas


ID
2555443
Banca
INEP
Órgão
ENEM
Ano
2017
Provas
Disciplina
Espanhol
Assuntos

El eclipse


Cuando Fray Bartolomé Arrazola se sintió perdido aceptó que ya nada podría salvarlo. La selva poderosa de Guatemala Io había apresado, implacable y definitiva. Ante su ignorância topográfica se sentó con tranquilidad a esperar la muerte. Al despertar se encontró rodeado por un grupo de indígenas de rostro impasible que se disponía a sacrificarlo ante un altar, un altar que a Bartolomé le pareció como el lecho en que descansaria, al fin, de sus temores, de su destino, de sí mismo. Tres años en el país le habían conferido un mediano dominio de las lenguas nativas. Intentó algo. Dijo algunas palabras que fueron comprendidas. Entonces floreció en él una idea que tuvo por digna de su talento y de su cultura universal y de su arduo conocimiento de Aristóteles. Recordó que para ese día se esperaba un eclipse total de sol. Y dispuso, en lo más íntimo, valerse de aquel conocimiento para engañar a sus opresores y salvar la vida. — Si me matáis — les dijo — puedo hacer que el sol se oscurezca en su altura. Los indígenas Io miraron fijamente y Bartolomé sorprendió la incredulidad en sus ojos. Vio que se produjo un pequeño consejo, y esperó confiado, no sin cierto desdén. Dos horas después el corazón de Fray Bartolomé Arrazola chorreaba su sangre vehemente sobre la piedra de los sacrifícios (brillante bajo la opaca luz de un sol eclipsado), mientras uno de los indígenas recitaba sin ninguna inflexión de voz, sin prisa, una por una las infinitas fechas en que se producirían eclipses solares y lunares, que los astrônomos de la comunidad maya habían previsto y anotado en sus códices sin la valiosa ayuda de Aristóteles.

MONTERROSO, A. Obras completas y otros cuentos. Bogotá: Norma, 1994 (adaptado).


No texto, confrontam-se duas visões de mundo: a da cultura ocidental, representada por Frei Bartolomé Arrazola, e a da mítica pré-hispânica, representada pela comunidade indígena maia. Segundo a narrativa,

Alternativas
Comentários
  • O texto apresentado acima se chama "El eclipse" e faz parte da obra "Obras completas y otros cuentos".
    Para identificarmos em qual das alternativa está a resposta certa para essa questão, analisaremos uma a uma:
    A) Os catequizadores espanhóis avalizam os saberem produzidos pelas comunidades indígenas hispano-americanas: essa alternativa está errada, já que os catequizadores, na verdade, não aprovavam estes saberes.
    B) Os indígenas da comunidade maia mostram-se perplexos diante da superioridade do conhecimento aristotélico do frei espanhol: essa alternativa está errada, pois os indígenas, na verdade, não acreditaram na superioridade do frei.
    C) O catequizador espanhol Arrazola apresenta-se adaptado às culturas autóctones, ao promover a interlocução entre os conhecimentos aristotélico e indígena: essa alternativa está errada, já que o catequizador não promove essa interlocução.
    D) O episódio representa, de forma neutra, o significado do conhecimento ancestral indígena, quando comparado ao conhecimento ocidental: essa alternativa está errada, pois não há essa representação no episódio.
    E) Os conhecimentos acadêmicos de Arrazola são insuficientes para salvá-lo da morte, ante a sabedoria astronômica da cultura maia: essa alternativa está certa, de modo que o catequizador tenta enganar os indígenas, mas esses não acreditam no que ele diz, pois sabem que o que ele disse era, na verdade, uma mentira.

    Logo, a partir desta análise, podemos concluir que a resposta certa para essa questão está na alternativa de letra E.

    Gabarito dado pela banca: letra E.
    Gabarito do professor: letra E.

  • Dos horas después el corazón de Fray Bartolomé Arrazola chorreaba su sangre vehemente sobre la piedra de los sacrifícios (brillante bajo la opaca luz de un sol eclipsado), mientras uno de los indígenas recitaba sin ninguna inflexión de voz, sin prisa, una por una las infinitas fechas en que se producirían eclipses solares y lunares, que los astrônomos de la comunidad maya habían previsto y anotado en sus códices sin la valiosa ayuda de Aristóteles.


    Duas horas depois, o coração de Fray Bartolomé Arrazola pingava seu sangue veementemente sobre a pedra sacrificial (brilhante sob a luz opaca de um sol eclipsado), enquanto um dos nativos recitava sem qualquer inflexão de voz, sem pressa, um a um datas infinitas em que ocorriam eclipses solares e lunares, que os astrônomos da comunidade maia haviam previsto e anotado em seus códices sem a valiosa ajuda de Aristóteles.


    E) os conhecimentos acadêmicos de Arrazola são insuficientes para salvá-lo da morte, ante a sabedoria astronômica da cultura maia.

  • O eclipse

    Quando Fray Bartolomé Arrazola se sentiu perdido, aceitou que nada poderia salvá-lo. A poderosa selva da Guatemala o havia capturado, implacável e definitiva. Diante de sua ignorância topográfica, ele sentou-se calmamente para esperar a morte. Ao acordar, encontrou-se rodeado por um grupo de indígenas de rostos impassíveis que se preparavam para sacrificá-lo diante de um altar, altar que a Bartolomé parecia a cama na qual repousaria, enfim, de seus medos, de seu destino, de si mesmo. Três anos no país deram-lhe um domínio médio das línguas nativas. Estou tentando algo. Ele disse algumas palavras que foram compreendidas. Então uma ideia floresceu nele que ele considerou digna de seu talento e sua cultura universal e seu árduo conhecimento de Aristóteles. Ele lembrou que um eclipse solar total era esperado para aquele dia. E ele decidiu, no fundo, usar esse conhecimento para enganar seus opressores e salvar sua vida. - Se vocês me matar - disse ele - posso fazer o sol escurecer no auge. Os nativos o encararam e Bartolomé surpreendeu a descrença em seus olhos. Ele viu um pequeno conselho sendo produzido e esperou com confiança, não sem algum desdém. Duas horas depois, o coração de Fray Bartolomé Arrazola gotejava seu sangue com veemência na pedra dos sacrifícios (resplandecente sob a luz opaca de um sol eclipsado), enquanto um dos indígenas recitava sem inflexão de voz, sem pressa, um por um infinito datas em que ocorreriam eclipses solares e lunares, que os astrônomos da comunidade maia haviam previsto e registrado em seus códices sem a valiosa ajuda de Aristóteles.