SóProvas


ID
2558446
Banca
FCC
Órgão
TST
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      A coletânea de aforismos que constituem os dois volumes de Humano, demasiado humano, considerado o marco inicial do segundo período da produção de Nietzsche, é um ajuste de contas definitivo com as ideias fundamentais do sistema filosófico de Schopenhauer.

Dedicando o livro à memória do filósofo francês Voltaire e escolhendo como epígrafe uma citação de René Descartes, Nietzsche já o insere simbolicamente na tradição da filosofia das Luzes, caracterizada pela confiança no poder emancipatório da ciência, em seu triunfo contra as trevas da ignorância e da superstição. Não por acaso, portanto, a obra tem como subtítulo Um livro para espíritos livres.

Se, para o jovem Nietzsche, era a arte – e não a ciência – o que constituía a atividade metafísica do homem, em Humano, demasiado humano ela é destituída desse privilégio. Fazendo uma referência velada a pressupostos fundamentais da filosofia de Schopenhauer, dos quais partilhara, Nietzsche toma agora o cuidado de se afastar criticamente deles. “Que lugar ainda resta à arte? Antes de tudo, ela ensinou, através de milênios, a olhar com interesse e prazer a vida, em todas as suas formas. Essa doutrina foi implantada em nós; ela vem à luz novamente agora como irresistível necessidade de conhecer. O homem científico é o desenvolvimento do homem artístico”.

Se, para o jovem Nietzsche, o aprofundamento do conhecimento científico conduzia à proliferação de um saber erudito e estéril, que sufocava a vida, para o Nietzsche do período intermediário o conhecimento científico torna livre o espírito.

Pouco mais tarde, Nietzsche aprofundaria seu novo entendimento relativo ao papel da ciência e à oposição entre esta e a arte. Contrapondo-se àqueles que valorizam apenas a imaginação e as obras-primas do disfarce estético, o filósofo afirma: “eles pensam que a realidade é horrível; contudo, não pensam que o conhecimento até da mais horrível realidade é belo, do mesmo modo que aquele que conhece bastante e amiúde está, por fim, muito longe de considerar horrível o grande todo da realidade, cuja descoberta lhe proporciona sempre felicidade. A felicidade do homem do conhecimento aumenta a beleza do mundo”.

(Adaptado de: GIACOIA JUNIOR, Oswaldo. Nietzsche. São Paulo, Publifolha, 2000, p. 42-46) 

De acordo com o texto,

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: A

    "Se, para o jovem Nietzsche, era a arte – e não a ciência – o que constituía a atividade metafísica do homem, em Humano, demasiado humano ela é destituída desse privilégio. Fazendo uma referência velada a pressupostos fundamentais da filosofia de Schopenhauer, dos quais partilhara, Nietzsche toma agora o cuidado de se afastar criticamente deles ...  O homem científico é o desenvolvimento do homem artístico”. 

  • LETRA A

     

    O texto relata a transição das ideias de Nietzsche, entre suas obras produzidas na juventude e na sua fase mais madura.

     

    Como ponto divisor de águas das suas ideias tem-se a obra Humano, demasiado humano.

     

     

    Os trechos que apontaram a letra A como resposta:

     

    a) em Humano, demasiado humano, Nietzsche afasta-se das ideias propostas por Schopenhauer, com as quais havia se identificado anteriormente (...):

     

    Se, para o jovem Nietzsche, era a arte – e não a ciência – o que constituía a atividade metafísica do homem, em Humano, demasiado humano ela é destituída desse privilégio. Fazendo uma referência velada a pressupostos fundamentais da filosofia de Schopenhauer, dos quais partilhara, Nietzsche toma agora o cuidado de se afastar criticamente deles.

     

    (...) e aponta para o poder de libertação proporcionado pelo conhecimento científico:

     

    Se, para o jovem Nietzsche, o aprofundamento do conhecimento científico conduzia à proliferação de um saber erudito e estéril, que sufocava a vida, para o Nietzsche do período intermediário o conhecimento científico torna livre o espírito.

  • Aquele texto pro candidato perder meia hora. 

  • Agora tudo fica claro, mas na hora da prova eu já nem sabia mais quem tinha escrito, Schopenhauer, Nietzsche ou Voltaire kkkkkk 

  • A pessoa para entender esse texto na hora da prova é meio tenso! Misericórdia. 

  • Voltaire não é nome de remédio???...kkkkk

     

  • A)  "produção de Nietzsche, é um ajuste de contas definitivo com as ideias fundamentais do sistema filosófico de Schopenhauer." (2 linha)

    "Fazendo uma referência velada a pressupostos fundamentais da filosofia de Schopenhauer, dos quais partilhara, Nietzsche toma agora o cuidado de se afastar criticamente deles."CERTO

     

    B) o substítulo refere-se ao esírito livre daqueles que buscam o conhecimento. "confiança no poder emancipatório da ciência, em seu triunfo contra as trevas da ignorância e da superstição". ERRADA

     

    C) não há juízo de valor no texto. ERRADA

     

    D) "“Que lugar ainda resta à arte? Antes de tudo, ela ensinou, através de milênios, a olhar com interesse e prazer a vida, em todas as suas formas. Essa doutrina foi implantada em nós; ..." como bem se observa, essa doutrina refere-se ao seu termo antecedente.. -à arte. ERRADA

     

    E) Em nenhum momento no texto encontra-se expresso qualquer informação acerca "dos horrores da realidade" ERRADA

  • FRASE QUE FUNDAMENTA O ITEM :

     

    A) Em Humano, demasiado humano, Nietzsche afasta-se das ideias propostas por Schopenhauer, com as quais havia se identificado anteriormente, e aponta para o poder de libertação proporcionado pelo conhecimento científico.

     

     

    COMPARANDO:

     

     

    ''Fazendo uma referência velada a pressupostos fundamentais da filosofia de Schopenhauer, dos quais partilhara, Nietzsche toma agora o cuidado de se afastar criticamente deles.''

     

    ( LINHAS 7 E 8 )

     

     

    GAB A

  • Sangue de jesus! foi uns 13 min para conseguir interpretar o texto, e ainda errei a alternativa :(

  • Essa questão é fácil, problema é que por a alternativa a) estar "entregue", a gente desconfia e vai ler as outras e perde tempo, mas percebe que é fácil de identificar o erro em todas.

  •  a)"em Humano, demasiado humano, Nietzsche afasta-se das ideias propostas por Schopenhauer, com as quais havia se identificado anteriormente..

     ... em Humano, demasiado humano ela é destituída desse privilégio. Fazendo uma referência velada a pressupostos fundamentais da filosofia de Schopenhauer, dos quais partilhara, Nietzsche toma agora o cuidado de se afastar criticamente deles.

    partilhara: quer dizer que não partilha mais, tanto é que ele agora afasta dos pressupostos de Schopenhauer,  --> pretérito mais que perfeito do indicativo Passado do Passado

     e aponta para o poder de libertação proporcionado pelo conhecimento científico. "

    o conhecimento científico torna livre o espírito = o conhecimento da ciência liberta

     b)o subtítulo da coletânea de aforismos escrita por Nietzsche permite pressupor que nesta obra valoriza-se antes a liberdade de imaginação do artista, tido como o arauto da civilização moderna, do que os princípios da ciência.  

    a obra tem como subtítulo Um livro para espíritos livres.
    Nietzsche já o insere (o livro) simbolicamente na tradição da filosofia das Luzes, caracterizada pela confiança no poder emancipatório da ciência.

    c)ao afirmar que o jovem Nietzsche considerava pouco profícuo o acúmulo de conhecimento científico, em oposição ao caráter produtivo da estética, o autor do texto estabelece um juízo de valor a respeito da ingenuidade do filósofo. 

    Acredito que o autor do texto teve juízos de fato/realidade do que juízo de valor/percepções individuais. E quem está estabelecendo juízo de valor aqui é a banca FCC chamando o Nietzsche de ingênuo.

    d)a doutrina mencionada no 3° parágrafo, que Nietzsche considera ter sido “implantada em nós”, refere-se à crença no poder do conhecimento científico, em conformidade com os pressupostos do pensamento de Schopenhauer, contra os quais se opôs abertamente. 

    A doutrina foi implantada em nós: é que a arte nos ensinou a olhar com interesse e prazer a vida, em todas as suas formas, portanto já deixa errada a alternativa.

    e)desenvolvido tardiamente, o entendimento de Nietzsche sobre a importância da ciência para a felicidade do homem leva-o à condenação precipitada do caráter ilusório da arte, esta que, para o autor do texto, representa o belo edificante em oposição aos horrores da realidade. 

    achei contraditória essa alternativa pois fala em tardiamente e depois precipitado.

    desenvolvido tardiamente é diferente de "Pouco mais tarde, Nietzsche aprofundaria seu novo entendimento relativo ao papel da ciência e à oposição entre esta(ciência) e a arte. "  ele aprofundaria o entendimento da oposição CiênciaXartes  e não sobre a importância da ciência pra felicidade do homem.

    A parte final da alternativa está errada fala que : belo X horrores da realidade.  Para Nietzsche  "o conhecimento até da mais horrível realidade é belo" então não há oposição alguma, há sim beleza na na mais horrível realidade.=, beleza e realidade mesmo que horrorossa podem ser fundidas.
     

  •  b)

    o subtítulo da coletânea de aforismos escrita por Nietzsche permite pressupor que nesta obra valoriza-se antes a liberdade de imaginação do artista, tido como o arauto da civilização moderna, do que os princípios da ciência.  

    Acho que eh o contrário

  • deivson

     

    Essa questão é fácil, problema é que por a alternativa a) estar "entregue", a gente desconfia e vai ler as outras e perde tempo, mas percebe que é fácil de identificar o erro em todas.

     

    NAOOOOOOOOOO ACHEI ESSA QUESTAO FACIL

     

    PQP

     

    TIVE QUE LER O TEXTO UMAS 4 VEZES PRA PODER RESPONDER..

     

    NA HORA DA PROVA, UMA QUESTAO DESSA DEVE SER DEIXADA DE LADO.

     

    SINCERAMENTE..

     

    OU VC EH UM GÊNIO....!!!! KKK

     

    FALOU

  • ESSA FOI OSSO MDS. ERREI VARIAS VEZES.

     

    a)em Humano, demasiado humano, Nietzsche afasta-se das ideias propostas por Schopenhauer, com as quais havia se identificado anteriormente, e aponta para o poder de libertação proporcionado pelo conhecimento científico

     

     

    Pouco mais tarde, Nietzsche aprofundaria seu novo entendimento relativo ao papel da ciência e à oposição entre esta e a arte. Contrapondo-se àqueles que valorizam apenas a imaginação e as obras-primas do disfarce estético, o filósofo afirma: “eles pensam que a realidade é horrível; contudo, não pensam que o conhecimento até da mais horrível realidade é belo, do mesmo modo que aquele que conhece bastante e amiúde está, por fim, muito longe de considerar horrível o grande todo da realidade, cuja descoberta lhe proporciona sempre felicidade. A felicidade do homem do conhecimento aumenta a beleza do mundo”.

  • RESP. LETRA  A

     a)

    em Humano, demasiado humano, Nietzsche afasta-se das ideias propostas por Schopenhauer, com as quais havia se identificado anteriormente, e aponta para o poder de libertação proporcionado pelo conhecimento científico. 

    Se, para o jovem Nietzsche, era a arte – e não a ciência – o que constituía a atividade metafísica do homem, em Humano, demasiado humano ela é destituída desse privilégio. Fazendo uma referência velada a pressupostos fundamentais da filosofia de Schopenhauer, dos quais partilhara, Nietzsche toma agora o cuidado de se afastar criticamente deles. 

  • Hehehe Eu adorei o texto. Porém, se eu não tivesse estudado Direito, eu teria estudado, muito provavelmente, Filosofia Hehehe

     

    Aliás, eu levo alguns aforismos (pensamentos) de Nietzsche na minha ética do dia-a-dia. Também partilho de uma visão pessimista e niilista da existência Hehehe

     

    Vida longa à república e à democracia, C.H.

  • Li o texto, li as alternativas, voltei no texto e com esses trechos consegui acertar. 

    Texto rebuscado e filosófico. Achei difícil.

    (...) Fazendo uma referência velada a pressupostos fundamentais da filosofia de Schopenhauer, dos quais partilhara, Nietzsche toma agora o cuidado de se afastar criticamente deles. “

    Se, para o jovem Nietzsche, o aprofundamento do conhecimento científico conduzia à proliferação de um saber erudito e estéril, que sufocava a vida, para o Nietzsche do período intermediário o conhecimento científico torna livre o espírito.

  • facil? nunca nem vii.kkk

    li, reli, li de novo, voltei inumeras vezes, e não achei nada que me levasse a resposta:(

    pesada. uma questão dessa na prova caceta legal:(

    fcc vai com calma:(

  • GAB A

     

    a) Em Humano, demasiado humano, Nietzsche afasta-se das ideias propostas por Schopenhauer, com as quais havia se identificado anteriormente, e aponta para o poder de libertação proporcionado pelo conhecimento científico.

     

    Se, para o jovem Nietzsche, era a arte – e não a ciência – o que constituía a atividade metafísica do homem, em Humano, demasiado humano ela é destituída desse privilégio. Fazendo uma referência velada a pressupostos fundamentais da filosofia de Schopenhauer, dos quais partilhara, Nietzsche toma agora o cuidado de se afastar criticamente deles

    Se, para o jovem Nietzsche, o aprofundamento do conhecimento científico conduzia à proliferação de um saber erudito e estéril, que sufocava a vida, para o Nietzsche do período intermediário o conhecimento científico torna livre o espírito.

     

    Obs: 

    Eu correlacionei e tudo bateu com a letra a, fique com vontade de ler as outras como sempre, mas percebi que iria perder tempo e ficar confusa, então me joguei e acabei acertando. Isso não quer dizer que sou boa, tudo é relativo, até pq erro muitas outras consideradas facéis, tbm percebi muitos colegas que acompanho aqui no qc e q são FERAS reclamando da densidade da questão. 

     

     

  •  a)(CORRETA)

    em Humano, demasiado humano, Nietzsche afasta-se das ideias propostas por Schopenhauer, com as quais havia se identificado anteriormente, e aponta para o poder de libertação proporcionado pelo conhecimento científico. 

     

    ---Esse trecho do texto fala expressamente o que é cobrado na alternativa A. Com o restante da leitura, isso se torna ainda mais claro.

     

    Fazendo uma referência velada a pressupostos fundamentais da filosofia de Schopenhauer, dos quais partilhara, Nietzsche toma agora o cuidado de se afastar criticamente deles. “Que lugar ainda resta à arte? Antes de tudo, ela ensinou, através de milênios, a olhar com interesse e prazer a vida, em todas as suas formas. Essa doutrina foi implantada em nós; ela vem à luz novamente agora como irresistível necessidade de conhecer. O homem científico é o desenvolvimento do homem artístico”.

     

    BONS ESTUDOS!!!

  • Se alguém acertou essa questão sem ter que ler pelo menos 3 vezes o texto pra entender, pode se candidatar a uma cadeira na Academia Brasileira de Letras...

  • Pelos deuses, trocaram o texto da prova de doutorado com a do concurso! Mas vamos lá:

    a) Correta!

     

    b)Nietzsche passa a valorizar a ciência como um passo seguinte à arte  (É O OPOSTO) --> "O homem científico é o desenvolvimento do homem artístico"

     

    c)Não vi esse juízo de valor no texto!

     

    d) "...contra os quais se opôs abertamente."  ERRADO pois, pelo texto, --> "Fazendo uma referência velada a pressupostos fundamentais da filosofia de Schopenhauer"

     

    e)"desenvolvido tardiamente, o entendimento de Nietzsche sobre a importância da ciência para a felicidade do homem..." ERRADO pois, pelo texto, --> "Pouco mais tarde, Nietzsche aprofundaria seu novo entendimento relativo ao papel da ciência e à oposição entre esta e a arte."

  • Sem palavras

  • O texto permite que a gente entenda o quão belo é a nossa horrível realidade a respeito da interpretação desse tipo de texto na Hora da prova!

  • Olá pessoal :)

     

    Essa é uma típica questão para deixar para o final da prova e fazer se der tempo!!! Texto dífícil, chato e extremamente complexo!!! Errei a questão como muitos !!! 

     

    Dica de prova: deixem pro final e só façam se der tempo! Essa questão é apenas para eliminar candidatos!! ( Já estou na estrada dos concursos há mais de 5 anos :)

     

    Somos capazes de coisas inimagináveis, mas muitas das vezes não sabemos disso!!!

     

     

  • mamão com açucar!

  • Seguinte, partilho do que a Silvia Marques falou, colaboradora 10 desde quando me entendo por gente e tenho qc como investimento.

    Confiem...

    Fiz essa questão por último e demorei bem uns 10 minutos nela, fora que li reli o texto, volta e meia ficava na duvida de outras alternativas. Chato é pouco para esse texto. Porém, o parágrafo corrabora com a assertiva letra A. Eu pensava que já ia errar.... OHHHHH TRISTEZA.

    Li reli e vi que "dos quais partilhara"  havia se identificado anteriormente.

     

    GAB LETRA A

  • Essa banca é muito sacana. Ela deixa a prova de Português enfadonha, chata ao extremo, porque fica colocando textos filosóficos do além do para além.. Tô fazendo concurso para a área jurídica, não é pra ser filósofo de Tribunal não. 

  • Que texto da peste!

     

  • Acho a banca ótima, sempre traz textos que agregam na vida e transcendem apenas serem objetos para uma análise de prova. Uma pena nem todos concordarem com isso.

  • Texto demoníaco! :0

  • No conforto de casa, sem tempo pra se preocupar pra responder é de boa, quero ver uma poha de um texto desse no dia da prova kkkkkkkkkkkkkkkkkkk

  • No conforto da casa, eu demorou um 10 minutos pra responder por causa desse texto, maluco! Imagine na prova haha