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ID
2565220
Banca
FCC
Órgão
TRF - 5ª REGIÃO
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                                         Juízo de valor


      Um juízo de valor tem como origem uma percepção individual: alguém julga algo ou outra pessoa tomando por base o que considera um critério ético ou moral. Isso significa que diversos indivíduos podem emitir diversos juízos de valor para uma mesma situação, ou julgar de diversos modos uma mesma pessoa. Tais controvérsias são perfeitamente naturais; o difícil é aceitá-las com naturalidade para, em seguida, discuti-las. Tendemos a fazer do nosso juízo de valor um atestado de realidade: o que dissermos que é, será o que dissermos. Em vez da naturalidade da controvérsia a ser ponderada, optamos pela prepotência de um juízo de valor dado como exclusivo.

      Com o fenômeno da expansão das redes sociais, abertas a todas as manifestações, juízos de valor digladiam-se o tempo todo, na maior parte dos casos sem proveito algum. Sendo imperativa, a opinião pessoal esquiva-se da controvérsia, pula a etapa da mediação reflexiva e instala-se no posto da convicção inabalável. À falta de argumentos, contrapõem-se as paixões do ódio, do ressentimento, da calúnia, num triste espetáculo público de intolerância.

      Constituem uma extraordinária orientação para nós todos estas palavras do grande historiador Eric Hobsbawm: “A primeira tarefa do historiador não é julgar, mas compreender, mesmo o que temos mais dificuldade para compreender. O que dificulta a compreensão, no entanto, não são apenas as nossas convicções apaixonadas, mas também a experiência histórica que as formou.” A advertência de Hobsbawm não deve interessar apenas aos historiadores, mas a todo aquele que deseja dar consistência e legitimidade ao juízo de valor que venha a emitir.

                                                                 (Péricles Augusto da Costa, inédito

O violento embate entre juízos de valor nas redes sociais poderia ser bastante amenizado no caso de se aceitar, conforme recomenda o historiador Hobsbawm, a disposição de

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: letra D.

     

    A resposta está localizada no último parágrafo. A letra D é uma paráfrase do trecho abaixo.

     

    Eric Hobsbawm: “A primeira tarefa do historiador não é julgar, mas compreender, mesmo o que temos mais dificuldade para compreender. O que dificulta a compreensão, no entanto, não são apenas as nossas convicções apaixonadas, mas também a experiência histórica que as formou.”

  •  

    FUNDAMENTO

     

    (linhas 10 e 11 / úlitmo parágrafo)

     

     

    Constituem uma extraordinária orientação para nós todos estas palavras do grande historiador Eric Hobsbawm:

     

    A primeira tarefa do historiador não é julgar, mas compreender, mesmo o que temos mais dificuldade para compreender. O que dificulta a compreensão, no entanto, não são apenas as nossas convicções apaixonadas, mas também a experiência histórica que as formou.

     

     

     d) preceder o juízo de valor (PRIMEIRA PARTE DO GRIFO) do exame das condições históricas que determinam a atribuição de sentido ao objeto de julgamento (SEGUNDA E TERCEIRA PARTE DO GRIFO)

     

     

    GAB D 

  • a) evitar o julgamento de fenômenos históricos de DIFÍCIL INTERPRETAÇÃO (extrapolação), sobretudo os que nos são CONTEMPORÂNEOS (extrapolação). 

    b) aceitar como legítimos os juízos de valor JÁ CONSOLIDADOS (extrapolação) na alta tradição dos historiadores mais experientes. 

    c) definir COM BASTANTE PRECISÃO (extrapolação) qual o juízo de valor a ser adotado como critério para a compreensão de um fato.

    e) pressupor que a compreensão de um fato histórico depende da emissão de juízos de valor JÁ LEGITIMADOS SOCIALMENTE (extrapolação). 

  • acertei, pois olhei essa parte O que dificulta a compreensão, no entanto, não são apenas as nossas convicções apaixonadas, mas também a experiência histórica que as formou.

  • Não entendi essa questão porque preceder significa colocar algo antes de outra coisa. Então seria colocar o juízio de valor antes do exame das condições históricas. Isso iria aumentar o embate, não amenizaria, o que é pedido na questão é o que reduz o embate... Alguém poderia ajudar?
    indiquei para comentários...

  • Priscila Marcelle, concordo com as suas considerações. Entendo que o vocábulo "preceder" não foi empregado de forma correta.

    Também indiquei para comentários do professor, vamos aguardar! 

  • GAB D

     

    O juízo de valor deve ser precedido do exame das condições históricas que determinam a atribuição de sentido ao objeto de julgamento.

     

    Isto é, as condições  históricas devem preceder o juízo de valor.

     

    O violento embate entre juízos de valor nas redes sociais poderia ser bastante amenizado no caso de se aceitar  a disposição de  ... o exame das condições históricas que determinam a atribuição de sentido ao objeto de julgamento precede o juízo de valor

     

     Constituem uma extraordinária orientação para nós todos estas palavras do grande historiador Eric Hobsbawm: “A primeira tarefa do historiador não é julgar, mas compreender, mesmo o que temos mais dificuldade para compreender. O que dificulta a compreensão, no entanto, não são apenas as nossas convicções apaixonadas, mas também a experiência histórica que as formou.” A advertência de Hobsbawm não deve interessar apenas aos historiadores, mas a todo aquele que deseja dar consistência e legitimidade ao juízo de valor que venha a emitir.

     

                                

     

  • Acertei, mas a questão deu um nó nos meus neurônios.

    Fiquei tentado em marcar a alternativa (E)

    pressupor que a compreensão de um fato histórico depende da emissão de juízos de valor já legitimados socialmente.

    Mas não concordei com esse final

  • Essa questão acertei por eliminação. Primeiro li o comando e os itens, depois fui ao texto com algumas palavras chaves em mente.

    a) Errado - Não fala em evitar julgamento, é mais no sentido de compreender.

    b) Errado - Não fala em aceitar como legítimo, mas sim compreender, aceitando a etapa da mediação.

    c) Errado - Fiquei na dúvida quando cheguei nele, mas o texto não traz que é necessário definir um juizo de valor a ser adotado, mas sim que é algo subjetivo, parte da própria pessoa.

    d) Gabarito - Fala justamente que antes de julgar (emitir um juízo de valor) é importante compreender o fato histórico...

    e) Errada - Não fala em pressupor, mas sim em compreender. 

  • A questão de precedência justifica-se pelo fato de o texto expressar que a experiência histórica que nos formou, nas palavras do autor citado, também influencia a compreensão.

  • No enunciado "a disposição de" significa:

     
    transitivo indireto 
    desfazer-se de (algo)

    Por isso a confusão.
    Desfazer-se dessa mania de julgar antes de conhecer o contexto histórico.

    Me corrijam se me equivoquei.

  • Priscilla Marcelle, pensei a mesma coisa que vc. Emanuel Rodrigues desvendou o enigma!

     

    O violento embate entre juízos de valor nas redes sociais poderia ser bastante amenizado no caso de se aceitar a disposição de preceder o juízo de valor do exame das condições históricas que determinam a atribuição de sentido ao objeto de julgamento.

     

    Vamos tomar cuidado com o enunciado, gente! 

     

  • A profª Flávia Rita corrigiu a prova toda!!!


    https://www.youtube.com/watch?v=ypnVmry6v1Y

  • Essa regência do preceder (escrito como vtdi, sem o pronome) é q lascou meu entendimento. A interpretaçao ficaria muito mais fácil se a alternativa fosse redigida assim: "preceder AO juízo de valor UM exame das condições históricas que determinam a atribuição de sentido ao objeto de julgamento." Escrito como está no item "d", dá a entender que o OBJETO do juízo de valor seria esse "exame das condições históricas que determinam a atribuição de sentido ao objeto de julgamento", quando na verdade o texto fala que antes de emitir juízo de valor deve haver compreensao, e que essa compreensao é obstada pelas paixoes pessoais e pela conjuntura histórica em que tais paixões sao forjadas.

  • Não concordo com o gabarito

    Na minha visão, as condições históricas são inarredáveis. Não há como se desfazer, deixar de lado, todo o ambiente histórico que formou determinado acontecimento e, a partir daí, formar um juízo.

    Se isso ocorresse, aí sim, teríamos a formação de múltiplas opiniões totalmente desfocadas da realidade.

    Como se iria compreender melhor algo, afastando-se do contexto histórico? Se isso ocorresse, seria um juízo de valor mais ou menos próximo da realidade?

  • Cara, eles escrevem da forma mais difícil possível.

    Traduzindo o gabarito:

    O embate nas redes sociais poderia ser amenizado caso o indivíduo examinasse o seu histórico pessoal antes de atribuir um determinado sentido/juízo de valor ao objeto em análise, pois o julgamento que cada um fará é fortemente influenciado pelo seu passado.