- ID
- 2588734
- Banca
- VUNESP
- Órgão
- Câmara da Estância Balneária de Itanhaém - SP
- Ano
- 2017
- Provas
- Disciplina
- Português
- Assuntos
Personagem do imaginário popular e de uma novela, a marquesa de Santos, célebre amante de dom Pedro I, aos poucos deixa o rodapé da história para ganhar personalidade, ambição e protagonismo mais nítidos. A partir de arquivos pouco estudados, pesquisadores e historiadores redesenham a trajetória da paulista Domitila de Castro Canto e Melo como uma mulher forte, independente, pragmática e de excepcional tino financeiro. “Domitila era plural, muito mais que uma amante”, resume o historiador Paulo Rezzutti, que está relançando seu livro Domitila – A verdadeira História da Marquesa de Santos, de 2013, com documentos inéditos e reveladores.
O mais significativo, em termos históricos, é o diário que confirma a existência do primeiro dos cinco filhos dos dois amantes, um menino sobre o qual se especulava haver nascido, mas de quem não se tinha notícia de ter sobrevivido.
Mesmo sendo criticada pelas costas e alvo constante de caricaturas e artigos injuriosos, Domitila, mulher bonita, inteligente e alegre, experimentou ascensão social meteórica na capital. Frequentava seus saraus todo mundo que era importante. No ápice da trajetória de amante imperial, foi nomeada dama de honra da pobre Leopoldina, que sofria com a situação, e ganhou o título de marquesa, o segundo degrau da nobreza brasileira.
A paixão de Domitila e dom Pedro ficou registrada em cartas não recomendáveis para menores. “Ele a amava com amor selvagem, sem conhecer limites nem regras de direito, moral ou religião”, diz a historiadora Mary Del Priore, que pesquisou a vida da marquesa.
(Luísa Bustamante, As faces de Domitila. Veja, 09.08.2017. Adaptado)