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ID
2589979
Banca
FGV
Órgão
SEFIN-RO
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                   Texto I – Há sempre o inesperado


Quem não nasceu de novo por causa de um inesperado?

Iniciei-me no exílio antropológico quando – de agosto a novembro de 1961 – fiz trabalho de campo entre os índios gaviões no sul do Pará. Mas, como os exilados também se comunicam, solicitei a uma respeitável figura do último reduto urbano que visitamos, uma cidadezinha na margem esquerda do rio Tocantins, que cuidasse da correspondência que Júlio César Melatti, meu companheiro de aventura, e eu iríamos receber. Naquele mundo sem internet, telefonemas eram impossíveis e cartas ou pacotes demoravam semanas para ir e vir.

Recebemos uma rala correspondência na aldeia do Cocal. E, quando chegamos à nossa base, no final da pesquisa, descobrimos que nossa correspondência havia sido violada.

Por quê? Ora, por engano, respondeu o responsável, arrolando em seguida o inesperado e ironia que até hoje permeiam a atividade de pesquisa de Brasil. Foi quando soubemos que quem havia se comprometido a cuidar de nossas cartas não acreditava que estávamos “estudando índios”. Na sua mente, éramos bons demais para perdermos tempo com uma atividade tão inútil quanto estúpida. Éramos estrangeiros disfarçados – muito provavelmente americanos – atrás de urânio e outros metais preciosos. Essa plausível hipótese levou o nosso intermediário ao imperativo de “conferir” a correspondência.

Mas agora que os nossos rostos escalavrados pelo ordálio do trabalho de campo provavam como estava errado, ele, pela primeira vez em sua vida, acreditou ter testemunhado dois cientistas em ação.

Há sempre o inesperado.

                      Roberto da Matta. O GLOBO. Rio de Janeiro, 18/10/2017 

Na sua mente, éramos bons demais para perdermos tempo com uma atividade tão inútil quanto estúpida”.


No contexto, esse fragmento representa o que pensa(m)

Alternativas
Comentários
  • sua retoma quem havia comprometido em cuidar das nossas cartas, intermediário da correspondência para o autor.

  •  

    GAB: A

    Foi quando soubemos que quem havia se comprometido a cuidar de nossas cartas não acreditava que estávamos “estudando índios”.  Na sua mente, éramos bons demais para perdermos tempo com uma atividade tão inútil quanto estúpida.

  • achei facil que fiquei com medo de marca pensando ser pegadinha kkkk

     

  • Verdade henrique eduardo.

  • Foi quando soubemos que quem havia se comprometido a cuidar de nossas cartas não acreditava que estávamos “estudando índios”.  Na sua mente, éramos bons demais para perdermos tempo com uma atividade tão inútil quanto estúpida. Marquei B, pois é perceptivél que quem fala é o autor do texto, não tendo como ter certeza se o intermediário da correspondência, realmente pensa isso!

  • FGV = Sempre voltar ao texto para reler e interpretar.
    Mata a maioria das questões.

  • tão fácil que achei q ia cair no conto da FGV

     

  • Gabarito: "A" >>> o intermediário da correspondência. 

     

    "(...) Foi quando soubemos que quem havia se comprometido a cuidar de nossas cartas não acreditava que estávamos “estudando índios”. Na sua mente - (de quem havia se comprometido de cuidar das cartas) -, éramos bons demais para perdermos tempo com uma atividade tão inútil quanto estúpida (...)" 

     

  • com base nos trechos retirados do texto. Conclui-se como resposta a alternativa a.

    Foi quando soubemos que quem havia se comprometido a cuidar de nossas cartas não acreditava que estávamos “estudando índios”.  Na sua mente, éramos bons demais para perdermos tempo com uma atividade tão inútil quanto estúpida.

    Essa plausível hipótese levou o nosso intermediário ao imperativo de “conferir” a correspondência.

  • Questão que dá medo de responder.

  • Depois de responder a questão: Q863326 fica mais fácil rs

  • Observe o seguinte trecho:

    Foi quando soubemos que quem havia se comprometido a cuidar de nossas cartas não acreditava que estávamos “estudando índios”. Na sua mente, éramos bons demais para perdermos tempo com uma atividade tão inútil quanto estúpida. Éramos estrangeiros disfarçados – muito provavelmente americanos – atrás de urânio e outros metais preciosos. Essa plausível hipótese levou o nosso intermediário ao imperativo de “conferir” a correspondência.

    As partes destacadas deixam clara a incredulidade da pessoa responsável por cuidar das correspondências, ou seja, do intermediário da correspondência. Ele não acreditava que dois pesquisadores estivessem “perdendo tempo” estudando índios e, por um momento, pensou que fossem espiões, o que o levou a violar a carta alheia.

    Resposta: A