SóProvas


ID
2590969
Banca
FGV
Órgão
SEFIN-RO
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I – Do que as pessoas têm medo?


A geração pós-1980 e início de 1990 só conhece os tempos militares pelos livros de História e pelas séries da TV. Para a maioria dela, as palavras “democracia” e “liberdade” têm sentido diferente daquele para quem conheceu a falta desses direitos e as consequências de brigar por eles. Se hoje é possível existir redes sociais; se é possível que pessoas se organizem em grupos ou movimentos e digam ou escrevam o que querem e o que pensam, devem-se essas prerrogativas a quem no passado combateu as arbitrariedades de uma ditadura violenta, a custo muito alto.

A liberdade não é um benefício seletivo. Não existe numa sociedade quando alguns indivíduos têm mais liberdade que outros, ou quando a de uns se sobrepõe à de outros.

É fundamental para a evolução das sociedades compreender que o status quo das culturas está sempre se modificando, e que todas as modificações relacionadas aos costumes de cada época precisaram quebrar paradigmas que pareciam imutáveis. Foi assim com a conquista do voto da mulher, com a trajetória até o divórcio e para que a “desquitada” deixasse de ser discriminada. Foi assim, também, com outros costumes: o comprimento das saias, a introdução do biquíni, a inclusão racial, as famílias constituídas por união estável, o primeiro beijo na TV e tantas outras mudanças que precisaram vencer os movimentos conservadores até conseguirem se estabelecer. Hoje, ninguém se importa em ver um casal se beijando numa novela (desde que o casal seja formado por um homem e uma mulher). Há pouco mais de 60 anos, o primeiro beijo na TV, comportado, um encostar de lábios, foi um escândalo para a época.

A questão do momento é se existe limite para a expressão da arte.

                                    Simone Kamenetz, O Globo, 18/10/2017. (Adaptado) 

A última frase do texto encaminha a discussão da liberdade para o terreno da arte, já que ocorreram, recentemente, numerosos protestos contra algumas exposições em várias cidades brasileiras.


Nesse caso, pode-se antecipar que a posição da autora do texto deve ser a de que

Alternativas
Comentários
  • Pode-se antecipar que a posição da autora do texto deve ser a de que  ...

    Gab-

    e)

    a liberdade deve ser total também no terreno artístico. 

  • a) a arte deve ter limites morais.

    Errada. Não necessáriamente , dependendo do contexto que ela estiver enquadrada.

     

    b) as exposições de arte devem obedecer aos costumes de cada época. 

    Não, pois a arte é um conceito de libedade também.

     

     

    c) a arte, como a liberdade, deve ser seletiva. 

    Errada. De acordo com o texto, a liberdade não é seletiva.

     

    d) as artes só devem ser limitadas pelas leis.

    Errada. Primeira que eliminei! não há nada sobre legislação no texto.

  • Alguém me fala, por gentileza, onde está a LIBERDADE TOTAL da letra E no texto?

  • Resposta correta: Letra E

    "(...)  A liberdade não é um benefício seletivo. Não existe numa sociedade quando alguns indivíduos têm mais liberdade que outros (...)"

    "(...) É fundamental para a evolução das sociedades compreender que o status quo das culturas está sempre se modificando, e que todas as modificações relacionadas aos costumes de cada época precisaram quebrar paradigmas que pareciam imutáveis. (...)"  

    Para a autora do texto, não seria possível estabelecer um "padrão estático" de liberdade /arte, tampouco demilita-la;   Estariamos em constante evolução/mudança

    Ela argumenta que foram quebrados paradigmas que pareceiam "inquebráveis" - ou seja - fatos que já foram classificados como "impossíveis/aberrações" hoje são fatos comuns/normais.

    Em outras palavras, os limites de cada época foram - e vão continuar sendo - superados. O que significa dizer que não há limites.

    A diferença do que é, ou  não, socialmente aceito encontra-se justamente no momento em que vivemos...  

    Se hoje a sociedade acha determinada expressão da arte vulgar, em poucos anos poderá achar natural.  Assim como já ocorreu com "(...) o comprimento das saias, a introdução do biquíni, a inclusão racial, as famílias constituídas por união estável, o primeiro beijo na TV e tantas outras mudanças  que precisaram vencer os movimentos conservadores até conseguirem se estabelecer. Hoje, ninguém se importa em ver um casal se beijando numa novela  (...)"

  • FGV é a banca mais "amor ou ódio" que existe

  • Para responder à pergunta não basta ler a última frase, mas todo o texto.

    Quando a autora diz "É fundamental para a evolução das sociedades compreender que o status quo das culturas está sempre se modificando, e que todas as modificações relacionadas aos costumes de cada época precisaram quebrar paradigmas que pareciam imutáveis" resta claro que ela compreende que tais mudanças, consideradas escandalosas por uns, possibilitaram em várias épocas a EVOLUÇÃO das sociedades (ou seja, consistem em algo positivo). 

    Portanto, quando arremata com "A questão do momento é se existe limite para a expressão da arte", afirma implicitamente que tais limitações à expressão da arte seriam também limites à própria "evolução" das sociedades, já que pelas ideias por ela trazidas no texto subentende-se que essa total liberdade seria necessária à quebra de paradigmas. Assim, vejamos cada alternativa:

     

    A) ERRADA. Ao longo de todo o texto a autora expõe certos limites morais como algo negativo (ex. descriminação da mulher "desquitada")

    B) ERRADA. O texto defende que quando a arte confronta os costumes de sua época, provoca evolução da sociedade, portanto essa alternativa afirma justamente o contrário.

    C) ERRADA. Segundo o texto a liberdade, pelo contrário, não é seletiva, senão não seria liberdade.

    D) ERRADA. Há extrapolação do texto, que em momento algum se refere à limitação legal da arte, embora seja possível inferir que a autora deve acreditar que isto seria algo negativo.

    E) CORRETA. Pelo exposto anteriormente.

     

  • A opinião da autora encontra-se fundamentada no seguinte trecho:

     

    "A liberdade não é um benefício seletivo. Não existe numa sociedade quando alguns indivíduos têm mais liberdade que outros, ou quando a de uns se sobrepõe à de outros."

     

    A liberdade pregada pela autora é estendida à liberdade de expressão, que sendo limitada acaba por cercear um dos direitos fundamentais do homem de manifestar livremente suas opiniões e ideias sem medo de ser submetido à censura.

  • eu acertei, mas eu rí dessa questão rs

    fgv loka loka loka

     

  • sobre o limite para a expressão da arte

    Recentemente, numerosos protestos contra algumas exposições em várias cidades brasileiras.

     

    texto:

    ''a liberdade não é um benefício seletivo. Não existe numa sociedade quando alguns indivíduos têm mais liberdade que outros, ou quando a de uns se sobrepõe à de outros.''

    ''todas as modificações relacionadas aos costumes de cada época precisaram quebrar paradigmas que pareciam imutáveis.''

    ''...e tantas outras mudanças que precisaram vencer os movimentos conservadores até conseguirem se estabelecer. ''

     

    mudanças precisaram ''vencer os movimentos conservadores'' no passado, precisaram quebrar paradigmas que pareciam imutáveis... 

     

     

    o título do texto: Do que as pessoas têm medo? 

     

    Ou seja... as pessoas estão protestando, querem censurar arte x... do que as pessoas têm medo? 

     

    Entendi mais ou menos assim. Mas como há alguma margem para subjetividade, daria para fazer por eliminação também

     

    gabarito: E

  • DICA: pulem para a próxima questão e não fiquem vendo os comentários dessa, virou baixaria de direita X esquerda.

  • A construção dos parágrafos demonstrando modelos de paradigmas que foram quebrados, leva à conclusão de que a arte tb deve ter sua liberdade plena!

    ;)

     

  • Acho que se o gabarito fosse que "a arte deve romper barreiras" ou "a arte de quebrar limites impostos pela época" estaria mais coerente.

  • "Se hoje é possível existir REDES SOCIAIS; se é possível que pessoas se organizem em grupos ou movimentos e digam ou escrevam o que querem e o que pensam, devem-se essas prerrogativas a quem no passado combateu as arbitrariedades de uma ditadura violenta, a custo muito alto".

     

    MARK ZUCKERBERG QUE O DIGA!

  • É uma questão dessas que anula candidado pela opinião própria e pessoas que não tem capacidade de separar. SE CONCENTREM NO TEXTO. OPINIÃO PRÓPRIA É LÁ FORA DEPOIS QUE SAIR DA SALA

  • A geração pós-1980 e início de 1990 só conhece os tempos militares pelos livros de História e pelas séries da TV. Para a maioria dela, as palavras “democracia” e “liberdade” têm sentido diferente daquele para quem conheceu a falta desses direitos e as consequências de brigar por eles. Se hoje é possível existir redes sociais; se é possível que pessoas se organizem em grupos ou movimentos e digam ou escrevam o que querem e o que pensam, devem-se essas prerrogativas a quem no passado combateu as arbitrariedades de uma ditadura violenta, a custo muito alto.

    A liberdade não é um benefício seletivo. Não existe numa sociedade quando alguns indivíduos têm mais liberdade que outros, ou quando a de uns se sobrepõe à de outros.

    É fundamental para a evolução das sociedades compreender que o status quo das culturas está sempre se modificando, e que todas as modificações relacionadas aos costumes de cada época precisaram quebrar paradigmas que pareciam imutáveis. Foi assim com a conquista do voto da mulher, com a trajetória até o divórcio e para que a “desquitada” deixasse de ser discriminada. Foi assim, também, com outros costumes: o comprimento das saias, a introdução do biquíni, a inclusão racial, as famílias constituídas por união estável, o primeiro beijo na TV e tantas outras mudanças que precisaram vencer os movimentos conservadores até conseguirem se estabelecer. Hoje, ninguém se importa em ver um casal se beijando numa novela (desde que o casal seja formado por um homem e uma mulher). Há pouco mais de 60 anos, o primeiro beijo na TV, comportado, um encostar de lábios, foi um escândalo para a época.

    A questão do momento é se existe limite para a expressão da arte.

    -> a autora diz que a liberdade não pode ser seletiva, ou seja, não dá para ser liberal pela metade, não é possível dizer que esta liberdade está certa e aquela está errada. A liberdade, em sua essência, é livre. Não dá para permitir que um grupo faça uso dessa liberdade (em toda sua extensão) e querer que o outro grupo faça um uso restrito ( o que por si só já contradiz a ideia de liberdade).

    a) não, o oposto. Limites morais condicionariam a liberdade.

    b) não, o oposto.

    c) não. Se a arte for seletiva, ela não será livre. A liberdade é exatamente não ser seletivo, ser de todos.

    d) ela não trabalha a questão da lei. Todo o texto é escrito no âmbito social ou sociopolítico. Não há um enfoque nas questões legais.

    e) gabarito.

  • só sei que ela tem cabelo no sovaco.

  • Quase vomitei com esse texto. É cada ser medíocre que colocam pra escrever...isso aí é o que chamam de filosofia hoje em dia.

  • Não concordei muito com esta questão, pois o texto menciona também sobre o beijo, desde que seja entre homem e mulher, como a liberdade deve ser total?

  • Liberdade Total? Totalmente sem noção, o texto deixou claro que a palavra liberdade tem significados diferentes conforme a época, e que houveram conquistas com o decorrer dos anos.

  • Não seria uma extrapolação afirmar que a liberdade deve ser total também no terreno artístico???? Não entendi...

  • Quando vi "O Globo", já sabia a resposta.