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ID
2591353
Banca
VUNESP
Órgão
Câmara de Taquaritinga - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      O líder é um canalha. Dirá alguém que estou generalizando. Exato: estou generalizando. Vejam, por exemplo, Stalin. Ninguém mais líder. Lenin pode ser esquecido, Stalin, não. Um dia, os camponeses insinuaram uma resistência. Stalin não teve nem dúvida, nem pena. Matou, de fome punitiva, 12 milhões de camponeses. Nem mais, nem menos: 12 milhões. Era um maravilhoso canalha e, portanto, o líder puro.

      E não foi traído. Aí está o mistério que, realmente, não é mistério, é uma verdade historicamente demonstrada: o canalha, quando investido de liderança, faz, inventa, aglutina e dinamiza massas de canalhas. Façam a seguinte experiência: ponham um santo na primeira esquina. Trepado num caixote, ele fala ao povo. Mas não convencerá ninguém, e repito: ninguém o seguirá. Invertam a experiência e coloquem na mesma esquina, e em cima do mesmo caixote, um pulha indubitável. Instantaneamente, outros pulhas, legiões de pulhas, sairão atrás do chefe abjeto.

           (Nelson Rodrigues, “Assim é um líder”. O óbvio Ululante. Adaptado)

É correto afirmar que, do ponto de vista do autor,

Alternativas
Comentários
  • Alt. C 

     c) líderes são lembrados especialmente por atos que ele classifica como canalhice.

    1º parágrafo --> referência: Era um maravilhoso canalha e, portanto, o líder puro.

  • PRA NÃO PERDER A PRÁTICA, SEGUE UMA REDAÇÃO SOBRE O TEMA

     

            Todas as nações que prosperaram tiveram grandes líderes. Diante dessa constatação, indaga-se: quais as características primordiais para exercer a liderança, e quais as consequências para um país sem ícones respeitáveis - dignos de comando?

     

           Observando-se os grandes nomes que se destacaram na história percebem-se algumas peculiaridades. Todos eles inspiram confiança ao seu redor e são motivadores natos. Isso é, sem dúvida, essencial para a autoestima dos liderados e para possibilitar a realização de grandes propósitos. Ademais, os ícones agem com determinação na busca por um ideal e são visionários.

     

               Na fundação dos EUA, cita-se duas grandes personalidades: Washington e Lincoln. O primeiro comandou a independência dos norte-americanos, sendo motivo de orgulho e exemplo de líder militar. O segundo conseguiu unir aquele país após uma sangrenta guerra pela secessão, fazendo aflorar o sentimento patriótico e a coesão nacional - que foi fundamental para aquela nação se tornar a mais rica e poderosa do mundo.

     

               Com efeito, ao longo da nossa história, poucos se destacaram como eminentes condutores, a exemplo de Getúlio Vargas. Consequentemente, falta por aqui aquele importante sentimento patriótico e cívico supramencionado. Nesse viés, a situação política e econômica que enfrentamos demonstra a crise de representatividade, bem como os desmandos que são cometidos em virtude da falta de comando. Assim, por carecer de líderes respeitáveis, o nosso país não consegue implementar as reformas que precisa para resolver os antigos problemas sociais que se alastram.

     

            Evidencia-se, portanto, que para ser um grande líder, não basta ter carisma, é necessário, sobretudo, competência. Enfim, visto que a aptidão para exercer a liderança pode ser estimulada e adquirida, precisamos investir na preparação dos nossos jovens, principalmente dos que demonstrarem pré-disposição ao comando, para não sofrermos os nefastos efeitos da falta de liderança no país