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ID
2591818
Banca
VUNESP
Órgão
Prefeitura de Sertãozinho - SP
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia um trecho da entrevista com o psiquiatra Miguel Chalub, para responder a questão.


A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que a depressão será a doença mais comum do mundo em 2030 – atualmente, 121 milhões de pessoas sofrem do problema.

Para o psiquiatra Miguel Chalub, há um certo exagero nessas contas. Ele defende que tanto os pacientes quanto os médicos estão confundindo tristeza com depressão. Ele afirma que os psiquiatras são os que menos receitam antidepressivos, porque estão mais preparados para reconhecer as diferenças entre a “tristeza normal e a patológica”.

ISTOÉ: Por que tantas previsões alarmantes sobre o aumento da depressão no mundo?

Miguel Chalub: Porque estão sendo computadas situações humanas de luto, de tristeza, de aborrecimento, de tédio. Não se pode mais ficar entediado, aborrecido, chateado, porque isso é imediatamente transformado em depressão. É a medicalização de uma condição humana, a tristeza. É transformar um sentimento normal, que todos nós devemos ter, dependendo das situações, numa entidade patológica.

ISTOÉ: A que se deve essa mudança?

Miguel Chalub: Primeiro, a uma busca pela felicidade. Qualquer coisa que possa atrapalhá-la tem que ser chamada de doença, porque, aí, justifica: “Eu não sou feliz porque estou doente, não porque fiz opções erradas.” Dou uma desculpa a mim mesmo. Segundo, à tendência de achar que o remédio vai corrigir qualquer distorção humana. É a busca pela pílula da felicidade. Eu não preciso mais ser infeliz.

ISTOÉ: O que diferencia a tristeza normal da patológica?

Miguel Chalub: A intensidade. A tristeza patológica é muito mais intensa. A normal é um estado de espírito. Além disso, a patológica é longa.

(Adriana Prado. https://istoe.com.br/74405_O+HOMEM+NAO+ACEITA+ MAIS+FICAR+TRISTE+/ Publicado em 26.05.2010. Adaptado.) 

De acordo com o entrevistado,

Alternativas
Comentários
  • "Segundo, à tendência de achar que o remédio vai corrigir qualquer distorção humana. É a busca pela pílula da felicidade. Eu não preciso mais ser infeliz." GABARITO E

  • A) os períodos de luto ou de adversidades cotidianas justificam, acertadamente, a medicalização dessas condições humanas pelos especialistas.  errado: É transformar um sentimento normal, que todos nós devemos ter, dependendo das situações, numa entidade patológica.

    B) as pessoas atualmente não aceitam mais se sentir infelizes, por isso têm se empenhado em fazer escolhas de vida mais sensatas.            errado: Justifica: “Eu não sou feliz porque estou doente, não porque fiz opções erradas.” Dou uma desculpa a mim mesmo.

    C) o tratamento de indivíduos que manifestem tristeza ausente de traços patológicos deve ser feito com a prescrição regular de antidepressivos.

    errado: Ele defende que tanto os pacientes quanto os médicos estão confundindo tristeza com depressão. Ele afirma que os psiquiatras são os que menos receitam antidepressivos, porque estão mais preparados para reconhecer as diferenças entre a “tristeza normal e a patológica”.

    D) a depressão é um estado de espírito que, por ser vivenciado pelo indivíduo por um breve período, constitui uma distorção humana. errado: A tristeza patológica é muito mais intensa. A normal é um estado de espírito. Além disso, a patológica é longa.

    E) a medicalização da tristeza é decorrente, entre outros fatores, do anseio das pessoas por viverem permanentemente felizes. Correto: Segundo, à tendência de achar que o remédio vai corrigir qualquer distorção humana. É a busca pela pílula da felicidade. Eu não preciso mais ser infeliz.

  • Gabarito: e. 

    Prova disso é o trecho "(...) Qualquer coisa que possa atrapalhá-la [a felicidade] tem que ser chamada de doença, porque, aí, justifica: 'Eu não sou feliz porque estou doente, não porque fiz opções erradas.'"

    Boa sorte e bons estudos!

  • Analisando as alternativas:

    a) os períodos de luto ou de adversidades cotidianas justificam, acertadamente, a medicalização dessas condições humanas pelos especialistas.

    Errada. A medicalização nem sempre é recomendada da maneira correta.

     

    b) as pessoas atualmente não aceitam mais se sentir infelizes, por isso têm se empenhado em fazer escolhas de vida mais sensatas.

    Errada. Muito pelo contrário as pessoas têm feito escolhas INsensatas.

     

     

    c) o tratamento de indivíduos que manifestem tristeza ausente de traços patológicos deve ser feito com a prescrição regular de antidepressivos.

    Errada. O doutor não é muito afável aos medicamentos antidepressivos.

     

     

    d) a depressão é um estado de espírito que, por ser vivenciado pelo indivíduo por um breve período, constitui uma distorção humana.

    Errada. A depressão pode ser breve ou também longa, num certo período de tempo.

  •                                                                                             ENTREVISTA

     

    ISTOÉ: Por que tantas previsões alarmantes sobre o aumento da depressão no mundo?

     

    Miguel Chalub: Porque estão sendo computadas situações humanas de luto, de tristeza, de aborrecimento, de tédio. Não se pode mais ficar entediado, aborrecido, chateado, porque isso é imediatamente transformado em depressão. É a medicalização de uma condição humana, a tristeza. É transformar um sentimento normal, que todos nós devemos ter, dependendo das situações, numa entidade patológica.

     

    De acordo com o entrevistado,

    e) a medicalização da tristeza é decorrente, entre outros fatores, do anseio das pessoas por viverem permanentemente felizes. 

  • Comentário genial, obrigada!