SóProvas


ID
2597602
Banca
CONSULPLAN
Órgão
Câmara de Nova Friburgo - RJ
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                Internet e fraude


      Alguém duvida que a internet tenha mudado a vida das pessoas? Não, ninguém pode duvidar disso. A internet não é apenas um meio de comunicação ou de informação; é um jeito de viver, um novo jeito de viver, e a história do mundo vai se dividir em duas fases: AI (antes da Internet) e DI (depois da Internet).

      E ai do AI! A internet subverteu totalmente a milenar ideia de que os mais velhos detêm o conhecimento. Agora, são eles que têm de aprender com os jovens, e não o contrário. Um aprendizado que, aliás, funciona: num projeto conduzido nos Estados Unidos, adolescentes, orientados por professores de informática, prontificaram-se a dar aulas sobre computador e internet para pessoas de idade. Ficaram, os veteranos, melindrados com a situação? Nada disso. Antes do treinamento, só 5% sentiam-se à vontade com internet. Depois do treinamento, essa porcentagem subiu para 80%. O vovô pode, sim, aprender com os netos. Vale para computador, vale para celular, vale até para controle remoto.

      Mas há um lugar em que a internet está causando problemas: a sala de aula.

      No passado, era muito comum os professores pedirem aos alunos que preparassem, em casa, trabalhos sobre temas diversos. As pesquisas para isso eram feitas em bibliotecas ou em enciclopédias. No mínimo, os jovens tinham de copiar os textos. Agora eles simplesmente podem baixá-los da internet. E podem contar também com o auxílio de empresas especializadas, que elaboram até teses de mestrado e de doutorado. A frequência com que isso está acontecendo é muito grande; nos Estados Unidos, 50% dos alunos admitem que já recorreram a esse tipo de fraude. Por causa disso, surgiu uma nova especialidade, a detecção de fraudes, um método que conta até com um programa de computador, o Turnitin, capaz de identificar a cópia.

      Pergunta: será que isso vale a pena? Transformar os professores em êmulos da Polícia Federal será a solução do problema? Ou seria melhor pensar sobre as causas desse fenômeno?

      Em primeiro lugar, precisamos nos dar conta de que, como foi dito, copiar os alunos sempre copiaram, só que antes faziam isto à mão. Alguém alegará que dessa forma aprendiam alguma coisa, mas trata-se de uma afirmação questionável: copiar pode ser simplesmente uma coisa mecânica. O melhor é perguntar: qual deve, afinal, ser a característica de um trabalho de aluno? A mim a resposta parece óbvia. O trabalho do aluno, como o trabalho de qualquer pessoa – como este texto que vocês estão lendo –, deve refletir seu pensamento e suas emoções. Ou seja: o trabalho deve ser eminentemente pessoal. Deixem-me dar um exemplo tirado do ensino de medicina. Podemos pedir a um aluno que escreva sobre as relações médico-paciente, e aí, sem dúvida, ele encontrará na internet montes de textos copiáveis. Ou podemos pedir que descreva um episódio de sua própria vida: uma doença que teve e o papel que o médico desempenhou então, com sua avaliação a respeito. Aí não tem como colar. Só a autenticidade resolve. E essa autenticidade será extremamente educativa para o aluno.

      Ou seja: a internet nos ensina coisas, sim. Até quando temos de pensar a respeito das armadilhas da internet e de como evitá-las.

(SCLIAR, Moacyr. Do jeito que nós vivemos – Belo Horizonte: Editora Leitura, 2007.)

Antes do treinamento, só 5% sentiam-se à vontade com internet.” (2º§) A alternativa a seguir em que o sinal indicativo de crase foi usado pelo mesmo motivo de “à vontade” é:

Alternativas
Comentários
  • LETRA C

     

    A crase é obrigatória nas locuções adverbiais, conjuntivas ou prepositivas, formadas de palavras femininas. ex: à direita, à procura de, à toa,à beira,à vista , à margem, às custas.


     

  • texto associado   

    texto associado   

    Antes do treinamento, só 5% sentiam-se à vontade com internet.” (2º§) A alternativa a seguir em que o sinal indicativo de crase foi usado pelo mesmo motivo de “à vontade

    Os professores saíram, às pressas, procurando os indícios de fraudes dos alunos.

    Acho que a explicação que caberia aqui foi o motivo de MODO usado nos dois contextos, por isso o uso da Crase

  • No enunciado em questão, "à vontade" é uma locução feminina, a qual é obrigatório o uso da crase. Isto ocorre também na alternativa C. Nas demais alternativas há a crase devido a junção da preposição A mais o artigo A/AS.

  • Ocorre a crase na expressão "à vontade" porque esta é uma locução adverbial formadas por palavra feminina (vontade).

    O mesmo acontece na letra (c), com a expressão "às pressas".

    Os outros casos são simples fusões da preposição "a" (exigida pelo verbo) com o artigo definido "a" (anteposto a substantivos femininos).

     

    Saiba mais: http://revisandoseutexto.com.br/crase-usos-comuns/

  • AS EXPRESSÕES FEMININAS QUE INDICAREM TEMPO, MODO, LUGAR E INTENSIDADE, HÁ CRASE.

    NA QUESTA " À VONTADE" É O MODO DE COMO FICARAM COM À INTERNET.

    A)  Os alunos entregaram à professora os trabalhos copiados da internet.

    JUSTIFICATIVA: QUEM ENTREGA, ENGREGA ALGO A ALGUÉM, LOGO TEM PREPOIÇÃO "A", A PROFESSORA PODE TROCAR POR AO PROFESSOR, TEM CRASE MAS NÃO É PELO MESMO MOTIVO.

     

     b) A internet revolucionou a comunicação e proporcionou conforto às pessoas

    JUSTIFICATIVA: QUEM PROPORCIONA, PROPORCIONA ALGO A ALGUÉM, LOGO TEM PREPOSIÇÃO "A". ÀS PESSOAS, PODE TROCAR  "AO HOMEM", TEM CRASE MAS NÃO É PELO MESMO MOTIVO.

     

     c) Os professores saíram, às pressas, procurando os indícios de fraudes dos alunos.

    JUSTIFICATIVA: ÀS PRESSAS É O MODO DE COMO SAÍRAM, RÁPIDO.

     

    d) As gerações anteriores se referem às inovações tecnológicas com espanto e curiosidade.

    JUSTIFICATIVA: QUEM SE REFERE, REFERE A ALGUMA COISA OU ALGUÉM, LOGO TEM PREPOSIÇÃO "A", ÀS INOVAÇÕES É UMA PALAVRA FEMININA, TEM CRASE MAS NÃO É PELO MESMO MOTIVO.

    ALTERNTIVA CERTA É LETRA "C"

     

  • LETRA C.

    Ocorre a crase na expressão "à vontade" porque esta é uma locução adverbial formadas por palavra feminina (vontade).

    O mesmo acontece na letra (c), com a expressão "às pressas".

    Os outros casos são simples fusões da preposição "a" (exigida pelo verbo) com o artigo definido "a" (anteposto a substantivos femininos).

  • Á VONTADE E ÁS PRESSAS SÃO ADJUNTOS ADVERBIAL DE MODO.

    EXEMPLO DE ADJUNTO ADVERBIAL DE MODO :Em silêncio, às claras, de cor, à vontade, à toa, às pressas, de mansinho etc.

  • GABARITO: LETRA C

    ACRESCENTANDO:

    Tudo o que você precisa para acertar qualquer questão de CRASE:

    I - CASOS PROIBIDOS: (são 15)

    1→ Antes de palavra masculina

    2→ Antes artigo indefinido (Um(ns)/Uma(s))

    3→ Entre expressões c/ palavras repetidas

    4→ Antes de verbos

    5→ Prep. + Palavra plural

    6→ Antes de numeral cardinal (*horas)

    7→ Nome feminino completo

    8→ Antes de Prep. (*Até)

    9→ Em sujeito

    10→ Obj. Direito

    11→ Antes de Dona + Nome próprio (*posse/*figurado)

    12→ Antes pronome pessoalmente

    13→ Antes pronome de tratamento (*senhora/senhorita/própria/outra)

    14→ Antes pronome indefinido

    15→ Antes Pronome demonstrativo(*Aquele/aquela/aquilo)

    II - CASOS ESPECIAIS: (são7)

    1→ Casa/Terra/Distância – C/ especificador – Crase

    2→ Antes de QUE e DE → qnd “A” = Aquela ou Palavra Feminina

    3→ à qual/ às quais → Consequente → Prep. (a)

    4→ Topônimos (gosto de/da_____)

    a) Feminino – C/ crase

    b) Neutro – S/ Crase

    c) Neutro Especificado – C/ Crase

    5→ Paralelismo

    6→ Mudança de sentido (saiu a(`) francesa)

    7→ Loc. Adverbiais de Instrumento (em geral c/ crase)

    III – CASOS FACULTATIVOS (são 3):

    1→ Pron. Possessivo Feminino Sing. + Ñ subentender/substituir palavra feminina

    2→ Após Até

    3→ Antes de nome feminino s/ especificador

    IV – CASOS OBRIGATÓRIOS (são 5):

    1→ Prep. “A” + Artigo “a”

    2→ Prep. + Aquele/Aquela/Aquilo

    3→ Loc. Adverbiais Feminina

    4→ Antes de horas (pode está subentendida)

    5→ A moda de / A maneira de (pode está subentendida)

    FONTE: Português Descomplicado. Professora Flávia Rita