SóProvas


ID
2597851
Banca
CS-UFG
Órgão
DEMAE - GO
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                   Texto 1


                              Dois velhinhos

                                                                                         Dalton Trevisan


Dois pobres inválidos, bem velhinhos, esquecidos numa cela de asilo. Ao lado da janela, retorcendo os aleijões e esticando a cabeça, apenas um podia olhar lá fora.

Junto à porta, no fundo da cama, o outro espiava a parede úmida, o crucifixo negro, as moscas no fio de luz. Com inveja, perguntava o que acontecia. Deslumbrado, anunciava o primeiro:

— Um cachorro ergue a perninha no poste.

Mais tarde:

— Uma menina de vestido branco pulando corda.

Ou ainda:

— Agora é um enterro de luxo.

Sem nada ver, o amigo remordia-se no seu canto. O mais velho acabou morrendo, para alegria do segundo, instalado afinal debaixo da janela. Não dormiu, antegozando a manhã. Bem desconfiava que o outro não revelava tudo. Cochilou um instante — era dia. Sentou-se na cama, com dores espichou o pescoço: entre os muros em ruína, ali no beco, um monte de lixo.

                     Mistérios de Curitiba, Rio de Janeiro: Record, 1979. P. 110.

No trecho “Bem desconfiava que o outro não revelava tudo”, a palavra tudo

Alternativas
Comentários
  • Trecho abaixo na íntegra:

     

    [... ]Sem nada ver, o amigo remordia-se no seu canto. O mais velho acabou morrendo, para alegria do segundo, instalado afinal debaixo da janela. Não dormiu, antegozando a manhã. Bem desconfiava que o outro não revelava tudo.  [...]

     

    O outro é um termo anafórico retomando o  MAIS VELHO

     

    DO SEGUNDO termo anafórico retomando o IDOSO, AMIGO que remordia-se.

     

    Tudo era as lorotas contadas pelo mais velho que morreu.

     

     

     

     

    Letra C

  • LETRA C

     

    Demonstra que o idoso sobrevivente ouvia as narrativas inventadas pelo colega com desconfiança.

     

     

     

     

    Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado, e salva os contritos de espírito.
    Salmos 34:18

  • Difícil essa
  • Dificil essa fui lotado no G:A

     

  • ESS banca copia descaradamente o estilo fgv

  • BEM DESCONFIAVA que o outro não revelava tudo"

    Letra C : demonstra que o idoso sobrevivente ouvia as narrativas inventadas pelo colega com desconfiança.

    Pra quem marcou letra A: refere-se tanto às invenções do amigo que morreu( parte correta, o amigo tinha a visão privilegiada da janela; e ele não.) quanto à realidade vazia do quarto do asilo( errado, pois a realidade do quarto ele também conseguia ver, por isso, não precisava desconfiar.)

    Letra C

  • Que viagem essa questão !! fala sério. Afff

  • Onde, no texto, afirma que as informações passadas pelo primeiro velhinho eram inventadas?

  • Acredito que a letra A também está correta. O amigo mais velho que morreu ao mesmo tempo que inventava coisas para o outro também escondia a realidade vazia que era aquele quarto, pois, nada podia se ver, apenas o lixo no beco.

  • Acredito que a letra A também está correta. O amigo mais velho que morreu ao mesmo tempo que inventava coisas para o outro também escondia a realidade vazia que era aquele quarto, pois, nada podia se ver, apenas o lixo no beco.