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ID
2603119
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
PC-MA
Ano
2018
Provas
Disciplina
Medicina Legal
Assuntos

No que se refere aos achados externos e internos post mortem relacionados a asfixias por afogamento, assinale a opção correta

Alternativas
Comentários
  • Cogumelo de espumas - Conseqüente ao arejamento do muco misturado à água na traquéia e nos brônquios, somente se forma nos indivíduos que reagiram energicamente dentro d'água e aparecem sobre a boca e narinas dos que cedo foram dela retirados.

  • Gabarito > C

    O fenômeno dos dentes rosados pode ser considerado, de certo modo, análogo aos livores cadavéricos, que são produzidos após a morte, pelo afluxo de sangue às regiões de declive do corpo, destacando que a posição do corpo após a morte também é importante para que ocorram os dentes rosados.

    Na prática pericial, o fenômeno da coloração rosada dos dentes após a morte é mais frequentemente observado em vítimas de afogamento ou que ficaram algum tempo na água, o que poderia ser atribuído à posição pendente da cabeça, comum em cadáveres que permanecem em meio líquido, permitindo o sangue fluir passivamente para as áreas de declive, e, nesta situação, a cabeça.

  • Gabarito - Letra C

     

    Questão retirada do Livro do Genival Veloso de França.

    a) Nos afogamentos e outros tipos de asfixia, as equimoses das mucosas são encontradas na conjuntiva palpebral e ocular, nos lábios, e, comumente, na mucosa nasal. (ERRADA)

    França afirma que as equimoses são raramente encontradas na mucosa nasal.

     

    b) O cogumelo de espuma que se forma quando a água entra no interior das vias respiratórias é um sinal patognomônico dos afogados e surge principalmente nas pessoas que reagiram ao afogamento na massa líquida. (ERRADA)

    Não há sinal patognomônico (sinal específico de determinada situação médica, só aparece naquela situação) em se tratando de asfixias. O autor assevera que o cogumelo de espuma é mais comum nos afogados, mas que pode surgir em outras formas de asfixia mecânica.

     

    d) A incapacidade de coagulação sanguínea, explicada pelo excesso de gás carbônico sanguíneo, é um dos fatores que contribuem para que a coloração do sangue dos afogados e de vítimas de outros tipos de asfixia tenha tonalidade vermelha clara e fluidez acentuada. (ERRADA)

    Em geral, a tonalidade do sangue é negra, escura, porém fluida.

     

    e) A congestão da face é o sinal mais constante nos afogados, devido às manchas de hipóstase por posições especiais dos cadáveres, principalmente quando permanecem de cabeça para baixo, se submersos. (ERRADA)

    Sem muitos comentários a respeito, França diz que a congestão da face é encontrada de forma mais constante em determinados tipos de asfixia, como na hipótese de compressão torácica. Mas o autor explica que deve-se fazer a diferença entre congestão da face e manchas de hipóstase por posições especiais do cadáver, como nos afogados que, submersos, ficam de cabeça pra baixo.

     

    BONS ESTUDOS! RUMO À APROVAÇÃO!

  • afogados e enforcados, deve-se à dissociação da hemoglobina da polpa dentária

  • Gab C

    Cogumelo de espuma pode aparecer em qualquer tipo de morte, mas ela é mais comum nos afogados. 

  • TIPOS DE ASFIXIAS

    a.      ESGANADURA – apertar o pescoço com as mãos. Não se aplica quando ocorre o “mata-leão”, pois o antebraço funciona como laço. Portanto é estrangulamento.

    b.     ESTRANGULAMENTO – apertar o pescoço através de um laço. OBS: pode ser com um braço (mata leão)

    c.      ENFORCAMENTO – o laço aperta o pescoço em virtude do peso do corpo da vítima. Pode ser:

                          Típico – nó situação a trás do pescoço

                          Atípico – nó ao lado ou à frente do pescoço.

    d.     AFOGAMENTO – A troca do meio gasoso por meio líquido durante a respiração.

    e.      SOTERRAMENTO – A troca do meio gasoso por meio sólido (poeira) durante a respiração.

    f.       CONFINAMENTO – é a troca de um ambiente gasoso respirável por outro, porém não respirável.

  • A) INCORRETO- França explica que é um fenômeno POUCO COMUM e NÃO COMUM- “Equimoses da face das conjuntivas. Algumas vezes, notam-se, nos cadáveres dos afogados, tais equimoses, principalmente em líquidos espessos, como das latrinas e pântanos". FRANÇA, Genival Veloso de. Medicina Legal, Editora Guanabara Koogan, 10ª edição, 2015, p. 345.

    B) INCORRETO- COGUMELO DE ESPUMA- É formado de uma bola de finas bolhas de espuma que cobre a boca e as narinas e se continua pelas vias respiratórias inferiores. Muito comum em afogados, mas pode surgir em outras formas de asfixias mecânicas, no edema agudo do pulmão e nos casos de morte precedida de grandes convulsões.

    C) CORRETO- “Dentes e unhas róseos. Em 1829, em Londres, Bell descreveu um fenômeno chamado dentes róseos post mortem (pink teeth post mortem), em face de uma tonalidade rosada encontrada nos dentes de algumas vítimas de enforcamento e afogamento. Ainda hoje se busca a explicação para esse fenômeno . É justificado por alguns, através de estudos histológicos, pela dissociação da hemoglobina em subprodutos devido a autólise da polpa dentária mais ampla e mais vascularizada, invadindo os canalículos da dentina e dando assim o aspecto róseo à parte aparente do dente. Por isso é mais comum em pessoas jovens quando as cavidades das polpas são mais amplas. Depois de alguns anos esse fenômeno desaparece. Mesmo que não se conheça a relação desse fenômeno com a causa direta de morte, o certo é que ele quando aparece a decomposição cadavérica se processou em lugar úmido ou na água por determinado tempo, e quando o corpo se encontrava com a cabeça mais baixa que os pés. Para muitos essa explicação não tem sido suficiente para justificar esse achado, principalmente quando se quer relacionar os dentes róseos com o tipo de morte. No entanto, pode-se dizer que mesmo ocorrendo esse fenômeno em diversas causas de morte, ele é muito mais comum nas mortes violentas, principalmente entre os afogados. A coloração dos dentes pode variar entre o róseo-claro e o vermelho pouco intenso e não se apresenta com um mesmo padrão, podendo aparecer apenas em algumas peças dentárias e diversificadas em forma, cor e tamanho. A explicação etiopatogênica do fenômeno dos dentes róseos voltou à tona com o estudo das vítimas dos “assassinatos de Christie", verificados em Londres a partir de 1953, quando foram intoxicadas por monóxido de carbono e estranguladas. Das oito vítimas apenas uma apresentava os dentes róseos, o que aumenta ainda mais as dificuldades de explicação, pois todas elas foram mortas por um mesmo meio e colocadas em um mesmo lugar. Estudos posteriores vêm demonstrando que os dentes róseos são encontrados em outras causas de morte. Sendo assim, recomenda-se que não se use o fenômeno dos dentes róseos como sinal patognomônico, nos casos de estrangulamento ou afogamento. Por outro lado, não se deve esquecer que esse fenômeno não é encontrado apenas nos cadáveres, mas também em vivos, e muitas são as suas causas. Entre elas se destacam: traumatismo dental (mais comum nos incisivos temporários), enfermidades sistêmicas (entre elas o tifo e a porfiria congênita), reabsorções internas da parede da polpa e traumatismo por alteração da pressão (mais comum em pilotos de avião de combate)." FRANÇA, Genival Veloso de. Medicina Legal, Editora Guanabara Koogan, 10ª edição, 2015, p. 345 e 346.

    D) INCORRETO- Aspectos do sangue. Em geral, o sangue é escuro e líquido, não se encontrando no coração os coágulos cruóricos (negros) e fibrinosos (brancos). A tonalidade do sangue é negra, com exceção da morte por monóxido de carbono, onde ele é acarminado. A fluidez, embora de alto valor do diagnóstico, não constitui sinal patognomônico de asfixia, pois poderá ser encontrada na morte súbita em que não houve, por conseguinte, a agonia. Todas as explicações sobre a fluidez do sangue na morte por asfixia são de caráter eminentemente teórico e, por isso, não vale a pena salientá-las. Sabe-se apenas que é oriunda da atividade fibrinolítica. FRANÇA, Genival Veloso de. Medicina Legal, Editora Guanabara Koogan, 10ª edição, 2015, p.333.

    E)INCORRETO- Congestão da face. É um sinal mais constante, alcançando maior frequência em tipos especiais de asfixias, principalmente na compressão torácica, dando em consequência a máscara equimótica da face – conhecida como máscara equimótica de Morestin ou como cianose cervicofacial de Le Dentut, proveniente da estase mecânica da veia cava superior. Deve-se fazer a diferença entre congestão da face e manchas de hipóstase por posições especiais do cadáver, como nos afogados que, submersos, ficam de cabeça para baixo. Segundo Gisbert Calabuig, a expressão congestão é mais adequada que cianose, pois esta apenas reflete um sinal que se traduz pela tonalidade azul. É muito mais um fenômeno post mortem. )." FRANÇA, Genival Veloso de. Medicina Legal, Editora Guanabara Koogan, 10ª edição, 2015, p. 345 e 346.

    GABARITO DO PROFESSOR: LETRA C

  • Questão bem interessante e recente!

              (A) incorreta, pois raramente ocorre equimoses na mucosa nasal.

              (B) incorreta, pois o cogumelo de espuma não é um sinal que ocorre apenas em afogamento.

              (C) CORRETA!

              (D) incorreta, pois a cor do sangue de asfixias em geral é escurecida, sendo clara apenas no afogamento e vermelho vivo em asfixia por CO.

              (E) incorreta, pois não se trata do sinal mais constante presente em afogados.

    Gabarito: C

  • GAB: LETRA C.

    Dentes rosados, ou “Pink Teeth”: Trata-se de uma peça de exumação em que podemos observar que muitos anos após o corpo ser enterrado, os dentes ainda apresentam uma coloração avermelhada. Muito comum nos casos de afogamento, mas CUIDADO, não aparece somente no afogamento pode aparecer em outras situações, sendo tão somente MAIS comum nos casos de afogamento. No que tange a etiologia, essa coloração dos “dentes rosados” não é muito bem explicada pelos estudiosos e doutrina, tendo vários fatores que contribuem para isso. Mas o fator mais considerável é a quantidade de oxigênio ligado à hemoglobina na polpa dentária (dentina).

  • sinais externos da ASFIXIA=== -manchas de hipóstase ou livores de hipóstase

    -cianose facial

    -projeção da língua

    -cogumelo de espuma

    -equimose da pela e mucosas

    sinais internos da ASFIXIA===-equimose viscerais

    -sangue fluído

    -congestão polivisceral

  • SOBRE A B):

    NÃO É FATOR PATOGNÔMICO: característica atribuída apenas a uma determinada doença ou tipo de morte. O cogumelo de espuma não se apresenta apenas no afogamento; por ex., pode ocorrer em casos de enforcamento

  • Sobre a alternativa D:

    Um dos sinais internos para caracterizar a morte por asfixia é a característica do sangue da vítima que, normalmente, será fluida e de cor negra. As exceções ficam por conta dos casos de asfixia por monóxido de carbono, em que o sangue se apresentará vermelho vivo e dos afogados que ingeriram grande quantidade de líquido, que será rosado.

    Fonte: Estratégia

  • Sinais cadavéricos: Os sinais cadavéricos do afogado estão caracterizados pelos sinais externos e internos.

                           São sinais externos:

    - temperatura baixa da pele;

    -pele anserina, também chamada de “pele de galinha”, que aparece comumente nos ombros, face lateral das coxas e braços (Sinal de Bernt);

     retração do mamilo, do saco escrotal e do pênis;

    -maceração da epiderme;

    - tonalidade mais clara dos livores cadavéricos;

    -cogumelo de espuma;

    -erosão dos dedos e presença de corpos estranhos sob as unhas;

    -equimose da face das conjuntivas;

    - mancha verde da putrefação;

    -lesões post mortem produzidas por animais aquáticos;

    -embebição cadavérica;

                           São sinais internos:

    -presença de líquido nas vias respiratórias, sempre na forma de espuma branca ou rosa, amarelada ou sanguinolenta;

    -presença de corpos estranhos no líquido das vias respiratórias dos afogados;

    -lesões dos pulmões, que podem se encontrar aumentados, crepitantes e distendidos e com enfisema aquoso e equimoses subpleurais (manchas de Tardieu), que são mais raras, podendo aparecer com mais frequência as Manchas de Paltauf, de dimensões maiores, de 2cm ou mais, de contornos irregulares e de tonalidade vermelho-clara;

    -diluição do sangue devido à entrada do líquido no sistema circulatório, bem como a tonalidade mais clara, vermelho-clara;

    -presença de líquidos no sistema digestivo e no ouvido médio.

               Podem aparecer lesões na base do crânio, ocasionando hemorragia temporal (sinal de Niles), consistindo no extravasamento sanguíneo pelo ouvido médio e nos seios mastóideos, caracterizado por uma zona azulada na face ântero-superior da parte petrosa do osso temporal; hemorragia etmoidal (sinal de Vargas-Alvarado). Esses sinais perdem seu valor quando existe também traumatismo craniano.

               Há certos exames laboratoriais considerados imprescindíveis no estudo do afogado. Primeiro, nos casos de cadáveres putrefeitos ou de desconhecidos, no sentido de facultar uma identificação. Depois, os chamados exames específicos, com o propósito de diagnosticar o próprio afogamento, o tipo de líquido e, quando possível, também o local onde se verificou o afogamento, levando-se em conta o estudo microscópico dos elementos geológicos e do plâncton mineral, vegetal ou orgânico, encontrado nas vias respiratórias, nos pulmões e até mesmo no sangue do hemicoração esquerdo da vítima.

               

  • Sinais de asfixias em geral- sinais externos: "As equimoses das mucosas são encontradas mais frequentemente na conjuntiva palpebral e ocular, nos lábios e, mais raramente, na mucosa nasal".

    França.

  • O comentário do Lucas Canto diz que não há sinais patognomônico nas asfixiada, mas e as manchas de Patauf? alguém poderia responder, por favor?