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priorização dos interesses institucionais
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Na minha opinião, não existe uma priorização de interesse em detrimento do outro, mas trata-se de um processo que, pelo menos do ponto de vista ideal, envolve a tomada de decisões compartilhadas. Portanto, ao meu ver, o termo estratégia carrega um sentido mais político para a gestão, quando a instituiçao avança em qualidade e sai do seu lugar comum, apostando num planejamento -o estratégico- em que diferentes interesses e posições divergentes disputam o alcance de resultados e da hegemonia, como faz entender Barata Teixeira:
O planejamento contemporâneo põe, claramente, no âmago de sua reflexão, o papel da estratégia no processo de tomada de decisões compartilhadas.
Sabe-se que a categoria “estratégia”, além de conferir um sentido político para a gestão pública e para o planejamento, resgata a noção de combate. A partir dela, pode-se reconhecer as instituições como trincheiras específicas de luta, naturalmente, com mediações. (p.06)
Uma genérica e repetitiva rotina institucional que não desperta apelo não condiz com a noção de estratégia e de combate, como a rotina de meses e meses de despachos burocráticos cotidianos; por isso, as instituições devem ter coragem de se comprometer com metas que estão fora do alcance comum. Metas ambiciosas são metas envolventes e pode-se alcançá-las por caminhos muitas vezes simples. Às vezes, processos complicados e emperrados têm como horizonte objetivos institucionais medíocres (por exemplo, licitações que demoram seis meses, para aquisição de material de manutenção). O desafio é limpar e simplificar os caminhos em direção a horizontes largos.
(...)Qualidade é ter coragem de afirmar princípios ético-institucionais e objetivos sociais ousados. Qualidade é conceber as instituições e organizações em interação com o seu ambiente, logo, abertas e sensíveis aos movimentos sociais de seu meio, em permanente interlocução com a sociedade para a construção do futuro. (p.07)
Referência: TEIREIRA, Barata Joaquina. Formulação, administração e execução de políticas públicas.in: “Serviço Social: Direitos Sociais e Competências Profissionais” (CFESS, 2009)
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Gabarito Errado
As principais características do planejamento estratégico são:
*Orientar e presidir as principais decisões de uma organização;
*Estabelecer os propósitos da organização;
*Definir os domínios de atuação da organização;
*Otimizar oportunidades e forças;
*Minimizar e eliminar ameaças e fraquezas;
*Diferenciar as tarefas gerenciais dos vários níveis hierárquicos da organização.
Com base estas características pode-se reconhecer as instituições como trincheiras específicas de luta..
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Excelente colocação, Danny!
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Nada garante nada!
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Concordo contigo, Danny.
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"Assim sendo, ganha visibilidade nos dias atuais a utilização do que tem sido denominado planejamento estratégico situacional na administração pública pelos seus diferentes governantes.
Queremos dizer que a utilização de determinada metodologia do planejamento, seja qual for, é influenciada pelo aspecto político, de disputa entre interesses distintos que consequentemente traduz e explicita a luta de classes nesta sociabilidade capitalista em que vivemos. A mera utilização de uma terminologia ou modalidade não garante que interesses coletivos sejam garantidos, por vezes, apenas sublima qualquer possibilidade de a população participar mais ativamente do processo de tomada de decisões, fazendo com que prevaleçam os interesses de minorias, minorias estas que historicamente mantêm um legado de domínio do âmbito mercantil e de comando no âmbito do Estado, tornando-o um fiel guardião da reprodução desta hierarquia."
Fonte: Bertollo, Kathiuça. PLANEJAMENTO EM SERVIÇO SOCIAL: TENSÕES E DESAFIOS NO EXERCÍCIO PROFISSIONAL. Temporalis, Brasília (DF), ano 16, n. 31, jan/jun. 2016.
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questão: "O planejamento estratégico garante a priorização dos interesses coletivos em relação aos institucionais, devido à participação horizontal de diferentes grupos de interesses em todas as suas fases"
gabarito: Errado!
Adotar o planejamento estratégico não significa, automaticamente, priorizar os interesses coletivos! Mas reconhecer que a formulação de planos/programas/projetos é um processo político, permeador pelas tensões de classes, nos quais cada uma defende seus interesses. Daí a necessidade de ESTRATÉGIA.