SóProvas


ID
2619355
Banca
CONSULPLAN
Órgão
Câmara de Belo Horizonte - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Neologismo não é bom nem mau, ele faz parte do jogo. Sempre que uma língua tem necessidade, ela cria palavras, ou copia, ou adapta. (...) uma língua está ligada à ideia de um país, logo está ligada a algo que tem a ver com autonomia (e com submissão, no caminho oposto). Daí essa onda de perguntar, com alguma razão sociológica e política, se cabe um país copiar de outro uma palavra, ou adaptar, como se houvesse um pequeno crime de lesa-pátria. Na minha opinião, em regra não há isso. Outro lado do debate tem a ver com o Brasil, com o jeito como a questão da língua culta é tratada aqui. Ao longo do tempo, mais especialmente da República para cá, forjou-se e perpetuou-se a ideia de que só uns poucos sabem usar a língua, e o povo é inepto, ou burro, ou algo pelo estilo. (...) É como se a gente tacitamente aceitasse a ideia de que alguns podem usar as palavras como queiram, porque têm autoridade (o Rui Barbosa e o professor de Português, especialmente o mais conservador, que dá aos desinformados a impressão de que sabe mais a língua do que os demais), e os outros têm que se cuidar. Especialmente se os tais outros quiserem inventar palavras. Minha posição de princípio, sujeita a debate em casos excepcionais: o povo tem todo o direito do mundo de inventar o que quiser, incluindo as palavras. Se elas funcionarem, elas vão entrar na corrente sanguínea da cultura, e se não, não.

(Luís Augusto Fischer. Disponível em:  www.neoque.hpg.ig.com.br/neoque.html.)

Segundo o texto,

Alternativas
Comentários
  • Acertei, mas tô bem confusa! :D

     

  • A alternativa D vai além do texto= interpretação ele quer segundo o texto= compreensão.

  • Gabarito certo :A

     

  • LETRA "A"-CORRETA o uso da língua está sujeito ao falante e à sua adequação conforme a situação que se apresenta.

     

    Neologismo é qualquer palavra ou expressão nova, geralmente com base em léxico, semântica e sintaxe preexistentes, na mesma língua ou em outra. Exemplo: tuitar, wi-fi, mimimi, showmício.

     

    O autor defende a ideia de que o neologismo não é bom nem mau e que o falante tem o direito de inventar o que quiser, inclusive as palavras que quiser. Isso significa que, segundo o texto, o uso da língua está sujeito ao falante e à sua adequação conforme a situação que se apresenta.

     

    "Minha posição de princípio, sujeita a debate em casos excepcionais: o povo tem todo o direito do mundo de inventar o que quiser, incluindo as palavras. Se elas funcionarem, elas vão entrar na corrente sanguínea da cultura, e se não, não."

     

    LETRA "B"-ERRADA a língua e suas variações, adaptações, estão sujeitas ao uso de determinado segmento social, responsável por representar seu país.  

     

    O autor rejeita a ideia de que a língua e suas variações, adaptações, estão sujeitas ao uso de determinado segmento social, responsável por representar seu país, criticando a aceitação da ideia de que alguns possam usar as palavras como queiram, porque têm autoridade, enquanto outros que não tenham autoridade não o possam.

     

    LETRA "C"-ERRADA o número de pessoas que sabem utilizar a língua corretamente é reduzido devido à questão cultural que restringe a acessibilidade ao conhecimento formal. 

     

    O autor defende a ideia de que todo mundo tem o direito de criar palavras, copiar ou adaptar termos quando sente a necessidade deles para se expressar, e não a ideia de que o número de pessoas que sabem utilizar a língua é reduzido devido à questão cultural que restringe a acessibilidade ao conhecimento formal. 

     

    LETRA "D"-ERRADA o crescente número de variedades culturais no Brasil é um dos fatores que mais contribuem para o exercício da criação contínua de neologismos, demonstrando um alto índice de ignorância da língua materna por parte do falante.  

     

    O autor não menciona os fatores que contribuem para o exercício da criação contínua de neologismos, mas defende a ideia de que todo mundo tem o direito de criá-los, se necessários para expressarem o que se pensa.