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ERRADO.
O pressuposto das expectativas racionais se baseia na hipótese de que os agentes econômicos utilizam toda a informação disponível sobre o atual comportamento e as previsões para o futuro da economia. Com base na experiência e nessas informações, os agentes antecipam de forma racional as atitudes e políticas futuras do governo, reagindo no presente em consonância com as expectativas formadas e anulando em algum grau a efetividade dessas políticas.
Ao contrário do que afirma a questão, os economistas keynesianos acreditam sim que os formuladores de políticas possam projetar as mudanças na demanda agregada de forma sensata.
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João Carvalho, pois é, nessa questão acredito que caberia recurso, pois a divergência entre linhas da "teoria keynesiana" possibilita mais de uma resposta correta.
Eu entendo que, segundo o conceito de bound rationality(racionalidade limitada), os indivíduos conseguem tomar decisões racionais, mas são limitados na quantidade de informações que possuem. Nesse sentido, a racionalidade é inter-subjetiva, e não objetiva.
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A idéia central dos keynesianos, formuladores da primeira versão da curva de Phillips, é que as pessoas utilizam salários nominais para tomar suas decisões e que os preços são rígidos.
Além disso, afirmar que os keynesianos não acreditam que os formuladores de políticas possam projetar as mudanças na demanda agregada de forma sensata é um erro tremendo. Os keynesianos são justamente os que confiam ao governo a tarefa de estimular a demanda agregada para alcançar o pleno emprego, via política fiscal. Portanto, a questão já está errada.
Vale a pensa dizer, que os monetaristas, responsáveis pela segunda versão da Curva de Phillips, acreditam que as pessoas levam em consideração o salário real (e não o salário nominal, como dizem os keynesianos) e, por isso, utilizam a idéia das expectativas adaptativas.
Já os novos clássicos, responsáveis pela terceira versão da curva de Phillips, acreditam que as pessoas possuem expectativas racionais (e não adaptativas) sobre a inflação.
Resposta: E
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Fala pessoal! Tudo beleza com vocês? Professor Jetro Coutinho na área, para comentar esta questão sobre expectativas racionais na curva de Phillips.
A curva de Phillips é uma curva que demonstra a relação entre inflação e desemprego. No curto prazo, a curva é negativamente inclinada, indicando que há um trade-off (relação inversa) entre inflação e desemprego. Ou seja, quanto maior a inflação, menor o desemprego e vice-versa.
No longo prazo, a Curva de Phillips é vertical, o que indica que estamos no pleno emprego (produto efetivo = produto potencial) e que não há mais trade-off entre inflação e desemprego (taxa de desemprego = taxa natural de desemprego).
A primeira versão da curva de Phillips é considerada neoclássica e foi sintetizada pelos keynesianos. A ideia central dos keynesianos, formuladores da primeira
versão da curva de Phillips, é que as pessoas utilizam salários nominais para
tomar suas decisões e que os preços são rígidos. Ou seja, não é uma crítica a tomada de decisão racional, mas sim sobre qual variável essa decisão se dá. No caso dos keynesianos, a variável principal seria o salário nominal.
Para os monetaristas, responsáveis pela segunda versão da Curva de
Phillips, as pessoas levam em consideração o salário real (e não
o salário nominal, como dizem os keynesianos) e, por isso, utilizam a ideia das
expectativas adaptativas (agentes olham o passado para definir expectativas futuras).
Já os novos
clássicos, responsáveis pela terceira versão da curva de Phillips, acreditam
que as pessoas possuem expectativas racionais (e não adaptativas) sobre a
inflação, utilizando todas as informações disponíveis para definir probabilidades de inflação.
Ou seja, os keynesianos se diferenciam dos clássicos apenas em relação a qual decisão a tomada de decisão ocorre.
Além disso,
afirmar que os keynesianos não acreditam que os formuladores de políticas
possam projetar as mudanças na demanda agregada de forma sensata é um erro
tremendo. Os keynesianos são justamente os que confiam ao governo a tarefa de
estimular a demanda agregada para alcançar o pleno emprego, via política fiscal.
Portanto, a questão está errada.
Gabarito do Professor: ERRADO.
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"Os economistas keynesianos criticam a teoria das expectativas racionais..."
Só essa primeira parte da questão já é suficiente para levantar suspeitas. Existem muitas correntes de keynasianos. Algumas delas aceitaram relativamente bem a revolução das expectativas racionais. Outros não. Inclusive, talvez o principal ponto da teoria keynesiana tradicional que os próprios keynesianos reconhecem ser frágil seja em relação à formação de expectativas (que são adaptativas e retrospectivas).
"...nem que os formuladores de políticas possam projetar as mudanças na demanda agregada de forma sensata."
Essa parte mata a questão. Quando os keynesianos aceitam a crítica das expectativas racionais, eles a aceitam com ressalvas, afirmando que os agentes econômicos privados não são previsores sofisticados. Se tem alguma classe de agentes econômicos que conseguem projetar mudanças no cenário econômico, essa é justamente a classe de formuladores de políticas. Os formuladores de políticas possuem vantagens informacionais.
Errada.