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ID
2623246
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
ABIN
Ano
2018
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

Julgue o item subsequente, acerca da curva de Phillips, de expectativas racionais, salários e ciclos reais de negócios.


Os economistas keynesianos criticam a teoria das expectativas racionais: eles não acreditam que os indivíduos sejam capazes de utilizar as informações disponíveis de forma racional nem que os formuladores de políticas possam projetar as mudanças na demanda agregada de forma sensata.

Alternativas
Comentários
  • ERRADO.

    O pressuposto das expectativas racionais se baseia na hipótese de que os agentes econômicos utilizam toda a informação disponível sobre o atual comportamento e as previsões para o futuro da economia. Com base na experiência e nessas informações, os agentes antecipam de forma racional as atitudes e políticas futuras do governo, reagindo no presente em consonância com as expectativas formadas e anulando em algum grau a efetividade dessas políticas.

    Ao contrário do que afirma a questão, os economistas keynesianos acreditam sim que os formuladores de políticas possam projetar as mudanças na demanda agregada de forma sensata.

  • João Carvalho, pois é, nessa questão acredito que caberia recurso, pois a divergência entre linhas da "teoria keynesiana" possibilita mais de uma resposta correta.

    Eu entendo que, segundo o conceito de bound rationality(racionalidade limitada), os indivíduos conseguem tomar decisões racionais, mas são limitados na quantidade de informações que possuem. Nesse sentido, a racionalidade é inter-subjetiva, e não objetiva.

  • A idéia central dos keynesianos, formuladores da primeira versão da curva de Phillips, é que as pessoas utilizam salários nominais para tomar suas decisões e que os preços são rígidos.

    Além disso, afirmar que os keynesianos não acreditam que os formuladores de políticas possam projetar as mudanças na demanda agregada de forma sensata é um erro tremendo. Os keynesianos são justamente os que confiam ao governo a tarefa de estimular a demanda agregada para alcançar o pleno emprego, via política fiscal. Portanto, a questão já está errada.

    Vale a pensa dizer, que os monetaristas, responsáveis pela segunda versão da Curva de Phillips, acreditam que as pessoas levam em consideração o salário real (e não o salário nominal, como dizem os keynesianos) e, por isso, utilizam a idéia das expectativas adaptativas.

    Já os novos clássicos, responsáveis pela terceira versão da curva de Phillips, acreditam que as pessoas possuem expectativas racionais (e não adaptativas) sobre a inflação.

    Resposta: E

  • Fala pessoal! Tudo beleza com vocês? Professor Jetro Coutinho na área, para comentar esta questão sobre expectativas racionais na curva de Phillips.

    A curva de Phillips é uma curva que demonstra a relação entre inflação e desemprego. No curto prazo, a curva é negativamente inclinada, indicando que há um trade-off (relação inversa) entre inflação e desemprego. Ou seja, quanto maior a inflação, menor o desemprego e vice-versa.

    No longo prazo, a Curva de Phillips é vertical, o que indica que estamos no pleno emprego (produto efetivo = produto potencial) e que não há mais trade-off entre inflação e desemprego (taxa de desemprego = taxa natural de desemprego).

    A primeira versão da curva de Phillips é considerada neoclássica e foi sintetizada pelos keynesianos. A ideia central dos keynesianos, formuladores da primeira versão da curva de Phillips, é que as pessoas utilizam salários nominais para tomar suas decisões e que os preços são rígidos. Ou seja, não é uma crítica a tomada de decisão racional, mas sim sobre qual variável essa decisão se dá. No caso dos keynesianos, a variável principal seria o salário nominal.

    Para os monetaristas, responsáveis pela segunda versão da Curva de Phillips, as pessoas levam em consideração o salário real (e não o salário nominal, como dizem os keynesianos) e, por isso, utilizam a ideia das expectativas adaptativas (agentes olham o passado para definir expectativas futuras).

    Já os novos clássicos, responsáveis pela terceira versão da curva de Phillips, acreditam que as pessoas possuem expectativas racionais (e não adaptativas) sobre a inflação, utilizando todas as informações disponíveis para definir probabilidades de inflação.

    Ou seja, os keynesianos se diferenciam dos clássicos apenas em relação a qual decisão a tomada de decisão ocorre.

    Além disso, afirmar que os keynesianos não acreditam que os formuladores de políticas possam projetar as mudanças na demanda agregada de forma sensata é um erro tremendo. Os keynesianos são justamente os que confiam ao governo a tarefa de estimular a demanda agregada para alcançar o pleno emprego, via política fiscal. Portanto, a questão está errada.


    Gabarito do Professor: ERRADO.
  • "Os economistas keynesianos criticam a teoria das expectativas racionais..."

    Só essa primeira parte da questão já é suficiente para levantar suspeitas. Existem muitas correntes de keynasianos. Algumas delas aceitaram relativamente bem a revolução das expectativas racionais. Outros não. Inclusive, talvez o principal ponto da teoria keynesiana tradicional que os próprios keynesianos reconhecem ser frágil seja em relação à formação de expectativas (que são adaptativas e retrospectivas).

    "...nem que os formuladores de políticas possam projetar as mudanças na demanda agregada de forma sensata."

    Essa parte mata a questão. Quando os keynesianos aceitam a crítica das expectativas racionais, eles a aceitam com ressalvas, afirmando que os agentes econômicos privados não são previsores sofisticados. Se tem alguma classe de agentes econômicos que conseguem projetar mudanças no cenário econômico, essa é justamente a classe de formuladores de políticas. Os formuladores de políticas possuem vantagens informacionais.

    Errada.