SóProvas


ID
2623342
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
ABIN
Ano
2018
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

Com relação ao período de 1962 a 1984, que se refere à crise econômica do início da década de 60 e ao período militar, julgue o item seguinte.


As duas crises do petróleo na década de 70 do século passado interromperam o chamado “milagre econômico” do período 1965–1973 e provocaram forte endividamento externo e crise econômica geral, que foram enfrentados com medidas internas restritivas, como a desvalorização do câmbio e os estímulos ao aumento das exportações.

Alternativas
Comentários
  • Observe que, em análise econômica, não se pode considerar grandes espectros temporais na hora de nossa análise.

    Podemos responder essa questão com base num raciocínio mais simplista, ou pelo conhecimento prévio da história econômica. Do mais simples para o mais difícil:

    a) Via de regra, se você sabe que os dois períodos do choque do petróleo tiveram efeitos negativos (estrangulação externa, ou a crise econômica geral do item ) na economia brasileira, você sabe que uma crise nunca é respondida com uma política econômica expansiva, e sim com medidas ortodoxas de conteção, ou seja, as citadas no item: desvalorização do câmbio(que é a mesma coisa que estimulo ao aumento das exportações ) e medidas internas restritivas.

    b)Um concurseiro mais experimentado poderia cair nessa questão, ao pensar no II PND e nas políticas de Delfim do período 81-84. Bom, como esse era um concurso para economista, devemos pensar que a questão exige o conhecimento detalhado. Quanto ao PND II, ele só ocorreu no ano de 74 (e mormente executado em 75 ), não podendo ser caracterizado com uma reação imediata, já que há um ano de interregno entre as políticas, e , em um ano em política econômica, muita coisa pode acontecer. Ainda assim, uma dúvida aqui pode ser justificada. Contudo em 79 o espaço para dúvidas é menor: as polítcas de maxidesvalorização delfinianas virão somente em 81, e portanto, há um espaço de dois anos entre o choque e a reação de Delfim. Reitero ainda que Delfim foi a ultima ratio regis, já que Simonsen , que era o Min Faz em 79, queria a reação restritiva ao choque, contudo, devido às pressões políticas oriundas de um regime sem qualquer legitimidade, acabou pedindo demissão.

  • Correto para os não assinantes.

  • O Milagre agora vai de 65 a 73?

    Ou é mais um artifício da Cespe para confundir candidatos?

  • Tem tanto erro nessa questão que qualquer historiador econômico fica com tremedeira

    *O Milagre vai de 1968-1973 e não 1965

    *Ademais, o primeiro choque do petróleo foi enfrentado como uma "fuga para frente", aumentando-se o endividamento externo e aprofundando a industrialização para os setores de bens de capital e bens intermediários. Castro e Souza em "A Economia Brasileira em Marcha Forçada" demonstram como, ao contrário dos países europeus e os EUA, o Brasil NÃO adotou medidas ortodoxas e restritivas para combater a crise no balanço de pagamentos, mas sim aprofundou o endividamento no primeiro choque. Medidas restritivas só serão adotadas no segundo choque do petróleo.

    Nossa, que gabarito ridículo

  • Fala pessoal! Tudo beleza? Professor Jetro Coutinho aqui, para comentar esta questão sobre Economia Brasileira!

    Após o golpe militar de 64, as reformas do PAEG, o Brasil ia muito bem, crescendo a altas taxas, no período conhecido como milagre econômico. 

    O rápido crescimento brasileiro durante a época do milagre começava a causar alguns desequilíbrios. No começo da década de 70, a inflação estava acelerada (passou de 15% para 40% a.a.) e começaram a surgir problemas na balança comercial (exportações e importações). 

    Para que o Brasil continuasse crescendo, era necessária uma situação externa favorável. O que acabou ocorrendo foi o contrário: ocorreu o choque do petróleo, quando os países membros da OPEP decidiram quadruplicar o preço do barril de Petróleo. 

    O aumento do preço do petróleo pressionou as contas externas (porque ficava mais caro importar petróleo, insumo essencial para a indústria continuar produzindo, o que acabou encarecendo também outros insumos), o que levou à queima de reservas internacionais. 

    Para continuar crescendo, o Brasil podia realizar um ajuste interno na demanda ou aumentar a dívida, financiando o crescimento. Problemas políticas impediram o ajuste interno, e o governo militar optou por financiar o déficit externo, aproveitando as baixas taxas de juros internacionais. Lançou então o II Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND). 

    Durante o período, o Brasil cresceu, mas a dívida externa do Brasil também cresceu: 15 bilhões de dólares entre 74-77 e mais 17 bilhões de dólares entre 78 e 79. 

    O crescimento foi interrompido pelo II choque do Petróleo, quando a OPEP resolveu mais que duplicar o preço do petróleo, o que fez com que o preço pago pelo Brasil para comprar petróleo aumentasse. Além disso, como o petróleo é fonte de energia, o aumento do seu preço causou grande choque de custos em todas as economias do mundo, o que fez com que o mundo reagisse com fortes políticas monetárias restritivas. 

    Tais políticas monetárias restritivas aumentaram os juros internacionais, o que fez a dívida externa brasileira explodir. 

    Ou seja, o preço do petróleo estava lá em cima, as exportações em queda devido à recessão nas economias avançadas e explosão da nossa dívida externa, já que os juros tinham subido muito lá fora. 

    Para combater a crise, o governo adotou diversas medidas, a exemplo da desvalorização do câmbio, o estímulo às exportações e a redução do reajuste real. 


    Gabarito do Professor: CERTO.
  • Delfin deu fim na Economia Brasileira, meu pai já dizia...hahahah