Até o princípio do século XIX nem administradores, nem arquivistas de diferentes países, demonstraram o menor escrúpulo em dividir e dispersar documentos de uma mesma origem, nem em reagrupar e misturar documentos de proveniências diferentes, quando a necessidade se fazia sentir, por motivo de comodidade (prática ou intelectual). (...)
Pela ótica dos historiadores de então, o documento de arquivo era considerado por seu valor intrínseco, independentemente de seu contexto, da mesma maneira que, nas escavações arqueológicas - em Pompéia, por exemplo, ou no Egito durante a expedição de Bonaparte - só houve interesse pelos objetos de arte encontrados, como peça de coleção, sem a preocupação de conservá-los no âmbito de seu descobrimento.
Por isso a teoria formulada em 1841 pelo historiador francês Natalis de Wailly, antecipando-se ao estruturalismo, marca uma reviravolta na história da Arquivística. (...) Hoje, pode-se dizer que, com pequenas e inexpressivas nuances, o princípio do respeito aos fundos ou princípio da proveniência é universalmente aceito como base da Arquivologia teórica e prática.
fonte: O Respeito de Fundos em Arquivo: princípios teóricos e problemas práticos - Michael Duchein
gab: LETRA C