SóProvas


ID
2673544
Banca
VUNESP
Órgão
Prefeitura de Barretos - SP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto para responder a questão abaixo.


    Black Friday? Levantamento feito pela Folha* mostrou que boa parte dos “descontos” oferecidos nesta sexta-feira não passa de manipulações até meio infantis de preços, com o objetivo de iludir o consumidor.

    Antes, porém, de imprecar contra a ganância dos capitalistas, convém perguntar se os consumidores não desejam ser enganados. E há motivos para acreditar que pelo menos uma parte deles queira.

    No recém-lançado Dollars and Sense (dinheiro e juízo), Dan Ariely e Jeff Kreisler relatam um experimento natural que mostra que pessoas podem optar por ser “ludibriadas” voluntariamente e que, em algum recôndito do cérebro, isso faz sentido.

    A JCPenney é uma centenária loja de departamentos dos EUA que se celebrizou por jogar seus preços na lua para depois oferecer descontos “irresistíveis”. Ao fim e ao cabo, os preços efetivamente praticados estavam em linha com os da concorrência, mas os truques utilizados proporcionavam aos consumidores a sensação, ainda que ilusória, de ter feito um bom negócio, o que lhes dava prazer.

    Em 2012, o então novo diretor executivo da empresa Ron Johnson, numa tentativa de modernização, resolveu acabar com a ginástica de remarcações e descontos e adotar uma política de preços “justa e transparente”.

    Os clientes odiaram. Em um ano, a companhia perdera US$ 985 milhões e Johnson ficou sem emprego. Logo em seguida, a JCPenney remarcou os preços de vários de seus itens em até 60% para voltar a praticar os descontos irresistíveis. Como escrevem Ariely e Kreisler, “os clientes da JCPenney votaram com suas carteiras e escolheram ser manipulados”.

    Num mundo em que o cliente sempre tem razão, não é tão espantoso que empresas se dediquem a vender-lhe as fantasias que deseja usar, mesmo que possam ser desmascaradas com um clique de computador.


*Jornal Folha de São Paulo


(‘Caveat emptor’. Hélio Schwartsman. http://www1.folha.uol.com.br/ colunas/helioschwartsman/2017/11/1937658-caveat-emptor.shtml 24.11.2017. Adaptado)

Segundo as informações do texto, a afirmação de que parte dos consumidores agem como se desejassem ser enganados é

Alternativas
Comentários
  • Os clientes odiaram. Em um ano, a companhia perdera US$ 985 milhões e Johnson ficou sem emprego. Logo em seguida, a JCPenney remarcou os preços de vários de seus itens em até 60% para voltar a praticar os descontos irresistíveis. Como escrevem Ariely e Kreisler, “os clientes da JCPenney votaram com suas carteiras e escolheram ser manipulados”.

     

    GABARITO -> [B]

  • "Antes, porém, de imprecar contra a ganância dos capitalistas, convém perguntar se os consumidores não desejam ser enganados. E há motivos para acreditar que pelo menos uma parte deles queira."

    "...Como escrevem Ariely e Kreisler, “os clientes da JCPenney votaram com suas carteiras e escolheram ser manipulados”."

     

    B) justificável, já que ficou comprovado que alguns consumidores não resistem ao prazer experimentado nessas situações de desconto aparente.

     

    Black fraude. Tudo pela metade do dobro!

  • O erro na alternativa A é que a palavra contestável no inicio da frase está errada, pois foi realizado o teste de remarcações de preços.

     

    Então a alternativa B é o gabarito correto.

  • ALTERNATIVA A – ERRADO – O texto não considera o cliente uma vítima, pois ele voluntariamente se deixa enganar.

    ALTERNATIVA B – CERTO – De fato! O experimento evidenciou de forma bem clara que os clientes se sentem atraídos por descontos “irresistíveis”. E uma prova disso é que o faturamento da loja alvo do experimento despencou quando se resolveu praticar uma política justa de preços.

    ALTERNATIVA C – ERRADO – Justamente o oposto. Quando o desconto é “irresistível”, o cliente se sente atraído pela aparente promoção.

    ALTERNATIVA D – ERRADO – A prática de preços justos é que fez o faturamento despencar.

    ALTERNATIVA E – ERRADO – O experimento mostrou justamente o contrário.