SóProvas


ID
2674588
Banca
VUNESP
Órgão
Câmara de Barretos - SP
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                  Utilidades demais


      Flanando outro dia pela avenida Rio Branco, vi-me sem querer numa galeria formada por camelôs na cidade do Rio de Janeiro. E, como estava ali, caí na tentação de procurar um objeto: uma lanterninha, daquelas micro, de plástico, a pilha.

      O camelô me mostrou uma pequena peça, que acoplou a seu celular, e produziu um jatinho de luz. Agradeci e respondi que não me servia – “Não uso celular”, expliquei. O camelô se escandalizou: “Não usa celular???”, perguntou, com vários pontos de interrogação e num volume que o fez ser ouvido por todo mundo em volta. A frase se espalhou pelos demais camelôs e, em segundos, à medida que eu passava pelo corredor humano, podia sentir os dedos apontados para mim e a frase: “Não usa celular!!!”. Para eles, eu devia equivaler a alguém que ainda não tinha aderido ao banho quente ou à luz elétrica. Acho até que um camelô me fotografou, talvez para mostrar a algum amigo incrédulo – como pode haver, em 2017, quem não use celular?

      Consciente de ser um anacronismo ambulante, confesso-me esta pessoa e me atrevo a dizer que o celular nunca me fez falta – e continua não fazendo. Para me comunicar, vivo hoje mais ou menos como em 1990, quando o treco ainda não existia e nem se pensava no assunto.

      Ninguém deixa de falar comigo por falta de telefone. Se estou em casa, atendo àquele aparelho que hoje chamam, com desprezo, de “fixo”. Se tiver de sair, faço as ligações de que preciso e vou alegremente para a rua. Se eu estiver fora e alguém me telefonar, paciência – se for importante, ligará de novo.

      Por que não uso celular? Porque, com suas 1001 utilidades, tipo Bombril, ele é capaz de me escravizar. O único jeito é manter-me à distância – até o dia em que, com ou sem ele, provavelmente ficarei inviável de vez.

(Ruy Castro. Folha de S.Paulo. Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/ colunas/ruycastro/2017/07/1905766-utilidades-demais.shtml. Publicado em 31.07.2017. Adaptado)

O segmento “Se tiver de sair, faço as ligações de que preciso...” apresenta reescrita correta, sem alteração do sentido original, em:

Alternativas
Comentários
  • Se tiver de sair, faço as ligações de que preciso...” Oração Subordinada Adverbial de Condicional: SE, CASO, CONTANTO QUE...

    a) Caso tenha de sair, faço as ligações de que preciso... CONDICIONAL

    b) Como tenho de sair, faço as ligações de que preciso... CAUSAL

    c) Porque tenho de sair, faço as ligações de que preciso... CAUSAL

    d) Embora tenha de sair, faço as ligações de que preciso... CONCESSIVA

    e) Conforme tenha de sair, faço as ligações de que preciso...CONFORMATIVA

  • A) Caso tenha de sair, faço as ligações de que preciso...

     

    Condicionais: se, caso, salvo se, contanto que, uma vez que, desde que, exceto se, a não ser que, a menos que, sem que, se não, ...

    Não custa lembrar que "se caso" não existe! O que existe é o "se acaso", que quer dizer "se porventura", "por acaso"...

     

    Bons estudos

  • Conjunção Subordinativa Adverbial Condicional: Se, caso, sem que, se não, a não ser que, exceto se, a menos que, contanto que, salvo se, desde que.


    Ex: se você demorar eu não vou mais.


    Conjunção Subordinativa Adverbial Causal: porque, na medida que, porquanto, visto que, uma vez que, haja vista que, já que.


    Ex: a torcida aclamou porque o gol foi lindo


    Conjunção Subordinativa Adverbial Concessiva: Conquanto, embora, ainda que, mesmo que, se bem que, posto que, por mais que, por pior que, apesar de que, a despeito de, em que pese.


    Ex: Embora você seja uma boa pessoa, eu te odeio profundamente.


    Conjunção Subordinativa Adverbial Conformativa: Conforme, consoante, como, segundo.


    Ex: Segundo pesquisas, o aquecimento global é bom para a pele.



    Bjs de luz