SóProvas


ID
2674612
Banca
VUNESP
Órgão
Câmara de Barretos - SP
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                            O futuro da universidade


      Marcelo Knobel, reitor da Unicamp, disse em entrevista que o teto salarial paulista, hoje em R$ 21 mil, é uma ameaça à excelência das universidades públicas do Estado de São Paulo. Com esse valor para o topo da carreira, fica difícil atrair os melhores talentos. Concordo, mas acrescento que a lista de constrangimentos não para aí.

      A isonomia salarial, tão celebrada pelos sindicatos, produz um efeito muito semelhante. Mesmo que não houvesse teto, a regra segundo a qual não pode haver diferenças salariais entre professores com a mesma titulação e tempo de carreira impediria as universidades públicas de contratar prêmios Nobel ou quaisquer outros pesquisadores de gabarito internacional. Para escancarar o absurdo da coisa, tente imaginar um clube como o Barcelona ou o PSG tendo de lidar com uma norma que manda pagar o mesmo para a estrela do time e o terceiro goleiro reserva.

      Teto e isonomia são apenas dois exemplos de uma série de empecilhos institucionais que, receio, acabarão condenando as universidades públicas à mediocridade. Para tornar o quadro mais dramático, vale lembrar que hoje, ao contrário de décadas passadas, elas já não reinam absolutas.

      Em áreas como medicina, direito, economia e engenharias, que têm forte inserção no mercado, já surgiram instituições privadas que oferecem cursos de qualidade comparável ou até superior aos da Unicamp, USP etc. Elas ainda ficam bastante atrás em pesquisa e é improvável que se interessem por criar cursos quase que fadados a ser deficitários como sânscrito ou astronomia, que são, entretanto, o que assegura o caráter de universalidade que faz parte até da raiz da palavra “universidade”.

      De todo modo, se as universidades públicas querem manter a relevância, precisam pensar em reformas mais profundas do que apenas criar cotas ou estancar o deficit orçamentário.

(Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo, http://www1.folha.uol.com.br/ colunas/helioschwartsman/2017/08/1913821-o-futuro-da-universidade.shtml. 29.08.2017. Adaptado)

Segundo a opinião do autor, as universidades públicas precisam pensar em reformas profundas

Alternativas
Comentários
  • "Em áreas como medicina, direito, economia e engenharias, que têm forte inserção no mercado, já surgiram instituições privadas que oferecem cursos de qualidade comparável ou até superior aos da Unicamp, USP etc. Elas ainda ficam bastante atrás em pesquisa e é improvável que se interessem por criar cursos quase que fadados a ser deficitários como sânscrito ou astronomia, que são, entretanto, o que assegura o caráter de universalidade que faz parte até da raiz da palavra “universidade”.

    De todo modo, se as universidades públicas querem manter a relevância, precisam pensar em reformas mais profundas do que apenas criar cotas ou estancar o deficit orçamentário."

     

    Rumo à mediocridade! Aquela palavrinha que ora quer dizer na média, ora abaixo dela...

     

    C) Segundo a opinião do autor, as universidades públicas precisam pensar em reformas profundas a fim de que certas regras institucionais que podem condenar as universidades públicas à mediocridade sejam corrigidas.

     

    Medíocre (Houaiss)

    adjetivo de dois gêneros 
    1    de qualidade média, comum; mediano, meão, modesto, pequeno
    Ex.:
    2    Uso: pejorativo.
    sem expressão ou originalidade; mediano, pobre, banal, passável
    Ex.: texto m.
    n adjetivo e substantivo de dois gêneros 
    3    diz-se de ou pessoa pouco capaz, sem qualquer talento que, de modo geral, fica aquém das outras ou que, num dado campo de atividades, não consegue ultrapassar ou mesmo atingir a média
    Ex.:
    n substantivo masculino 
    4    aquilo que está abaixo da média, relativamente à qualidade, originalidade etc.; inexpressivo, ordinário
    Ex.: a repulsa ao m. é uma unanimidade entre os verdadeiros artistas
    5    Regionalismo: Portugal.
    grau de avaliação acadêmica, entre mau e suficiente
    Ex.: recebeu um m. em matemática