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ID
2681746
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
EBSERH
Ano
2018
Provas
Disciplina
Comunicação Social
Assuntos

Podemos dizer que a imagem é narrativa. Por mais estática que ela seja, outras tantas são desencadeadas em nossa mente, num movimento frenético de associações. Nossas ideias se constroem a partir de imagens. A imagem é questionadora e sempre tentaremos encontrar uma resposta diante dela. Por último, em uma perspectiva subjetiva e até um pouco poética, ela é o próprio espelho, na lente da câmera, na tela, nos olhos de outro alguém. A imagem é a linguagem da alma.

Márcia Nogueira Alves et al Mídia e produção audiovisual: uma introdução Curitiba: IBPEX, 2008 (com adaptações)

Tendo o texto precedente como referência inicial, julgue o item a seguir, relativos à teoria da imagem.


O cinema tem como modelo a percepção natural objetiva.

Alternativas
Comentários
  • errado - percepção subjetiva

  • errada

    O cinema, nessa esquemática, não tem como modelo a percepção  natural da fenomenologia, dada a mobilidade de seus centros através da  variação dos quadros e planos. Zonas acentradas e desenquadradas operam 

    o cinema, encontrando o primeiro regime das imagens, o da variação 

    universal, do universo acentrado, da percepção total, objetiva, difusa. Mas o 

    que nos interessa, por agora, é a percepção subjetiva, unicentrada, que se 

    diferencia da totalidade objetiva por subtração. É ela o aspecto material 

    primeiro da imagem-­‐movimento; esta, quando reportada a um centro de 

    indeterminação, torna-­‐se imagem-­‐percepção.

    fonte: Deleuze, Bergsonismo e

    o cinema como um mundo

    Deleuze, Bergsonism and the cinema

    as a world

  • Perceepção subjetiva, unicentrada.

  • Cinema pode ser definido de duas formas: como a projetação de imagens sucessivas, dando a impressão de movimento; e o lugar onde ocorre a exibição de filmes.

    Quatro autores caracterizam o cinema de forma singela e contribuem significativamente para a compreensão da questão:

    • Para Barthes (1980), cinema é um logro perfeito, o qual leva o espectador, seduzido pela imagem, ao mundo de fantasia, distante da vida cotidiana.
    • Segundo Bergson (apud Deleuze, 2009), cinema é a reprodução de uma ilusão constante e universal da consciência e do modo de funcionamento da nossa percepção natural.
    • De acordo com Deleuze (2009), cinema é um sistema que reconstitui o movimento por meio da sucessão de momentos equidistantes e que apresenta uma nova realidade artística.
    • Merleau-Ponty (1983) afirma que o cinema é uma semelhança do mundo e substitui a percepção natural por uma intencionalidade no plano do saber implícito.
    O modelo de percepção do cinema não é natural objetiva, mas subjetiva e unicentrada. Diferencia-se da totalidade objetiva por subtração.

    Com base nessas explicações, podemos concluir que a questão está errada.

    Gabarito do professor: Errado.

    Bibliografia:

    • Lopes, Kleber; Silva, Jameson  Thiago Faria; Andrade, Tatiane de. Deleuze, Bergsonismo e o cinema como um mundo. Estudos Comtemporâneos da Subjetividade. Volume 1. Número 1. Novembro de 2011.
    • Merleau-Ponty, M. O cinema e a nova psicologia. In: XAVIER, I. (org.). A experiência do cinema. Rio de Janeiro: Graal, Embrafilme, 1983.
    • Barthes, Roland. Saindo do Cinema. In: METZ, Christian. et al. Psicanálise e cinema. São Paulo: Global Editora. 1980.
    • Deleuze, G. Bergsonismo. SP: Ed. 34, 1999.