SóProvas


ID
2691256
Banca
FCC
Órgão
SABESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      A mitificação dos homens é um fato social comum, e um dos mais perniciosos. Desde que um nome emerge, por qualquer razão, da massa anônima, está o seu dono sujeito a virar mito. Com isso, naturalmente, soma-se às forças dessa pessoa um dinamismo novo, que raramente reverte em benefício dos demais homens. De qualquer modo, uma coisa preciosa se perde: a verdade da condição real desse indivíduo.

      O escritor é um dos tipos sociais mais sujeitos a esse fenômeno. Já ouvi, inúmeras vezes, queixas como esta: “Que decepção, o Fulano. Julgava-o diferente. É um homem como outro qualquer”. Sim, as pessoas se surpreendem que os escritores comam, tropecem no beiço da calçada, assoem o nariz etc. Isso, nos casos mais graves de delírio adolescente. Mas é muito comum pensar-se que os escritores têm o mundo totalmente decifrado dentro de sua cabeça e não são suscetíveis de vacilar um instante sobre que decisão tomar em face desta ou daquela contingência.

      E o curioso é que essa vontade idealista do público se reflete frequentemente no escritor: e ei-lo se compondo, como diante do fotógrafo, a fim de não contrariar a imagem que os leitores criaram de sua pessoa. A propósito desse fenômeno, que termina por influenciar diretamente a própria obra do escritor, Roland Barthes escreveu que, na França, os homens de letras tinham todos se educado na “arte de morrer em público”. É a frase do gênio alemão, à hora da morte: “mais luz, mais luz”. (Se Goethe disse isso ou não, pouco importa: a frase é necessária para compor o mito.) No entanto, o velho e sábio Sócrates não se preocupou com que sua derradeira frase fosse esta: “Críton, nós devemos um galo a Asclépio; não te esqueças de pagá-lo”.

      Há, por outro lado, um esforço permanente dos biógrafos para fazer dos escritores e dos artistas personagens ideais. Ou para detratá-los, lançando mão de detalhes de sua vida particular. Tanto num caso, como noutro, deixa-se de lado o fato simples de que a obra de arte, quando acontece, é uma vitória da pessoa sobre seus defeitos e suas virtudes cotidianas.

(GULLAR, Ferreira. Melhores Crônicas. São Paulo, Global, 2012, ed. digital) 

Em Roland Barthes escreveu que, na França, os homens de letras tinham todos se educado na “arte de morrer em público”. (3° parágrafo), a oração sublinhada complementa o sentido de um

Alternativas
Comentários
  • Trata-se de uma oração subordinada substantiva objetiva direta.

     

    Portanto, complementa o sentido de escreveu  e pode ser substituída por um substantivo. Experimente trocar o trecho sublinhado por um livro. Ficaria assim: "Roland Barthes escreveu um livro".

     

    Letra C

  • Aula da Prof. Jacira Fernandes:

    Finalidade semântica da oração subordinada substantiva: irá complementar a oração principal. Ex: conjunção integrante (só tem na OSS – não existe conjunção integrante em oração que não seja OSS), NÃO PODE TER VÍRGULA OU OUTRO SINAL DE SEPARAÇÃO, a oração principal não possui sentido completo, por isso precisa de complemento.

    OBS: só o substantivo complementa na língua portuguesa, ainda que não seja substantivo na origem.

  • Gabarito: C

    Comentários:

    Temos aqui uma oração subordinada substantiva objetiva direta, em termos mais amigáveis, um objeto direto do verbo escrever, mas em forma de oração:

    escreveu [ALGUMA COISA]

     

    escreveu [que, na França, os homens de letras tinham todos se educado na “arte de morrer em público”]

    escreveu [ISTO]

    Como temos uma oração substantiva, ela faz o papel de um substantivo, poderia ser substituída por um substantivo, por exemplo:

    escreveu [LIVROS]

     

    Fonte: https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/prova-comentada-sabesp-fcc-portugues/

  • Gente, sobre o estudante focado, é só bloquear ele! 

    Ganhei muito bloqueando alguns desfocados por aqui.

     

  • Roland Barthes escreveu ISSO.(oração subordinada substantiva objetiva direta)

    todo substantivo pode ser trocado por ISSO !

    ex: Ele disse que o vencedor mora nesta cidade. (Ele disse ISSO) OR. SUB. SUBST.O.D

    I - Conjunção Integrante 

    S - Substantiva

    S - Subordinada

    O - Oração

     

     

     

  • GAB: C

     

    Não  sei se alguém aqui  respondeu está prova de português toda. Pois pelo que vejo nas estatisticas de número de erros e  acertos, ela  não foi muito  facil, a maioria das questões de  português no minimo 30%  á  50% das pessoas erraram.

     

     

  • Qual o erro da letra D ?

    não pode ser "escreveu muito" ?