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ID
2702938
Banca
FCC
Órgão
SABESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Segurança e Saúde no Trabalho
Assuntos

Trabalhador que utiliza produto para limpeza de peças apresenta cefaleia, sonolência, tonturas e náuseas durante a exposição, desaparecendo, paulatinamente, nas horas subsequentes à cessação da exposição. Pelos sintomas, presume-se que o produto que ele está utilizando é compatível com a exposição

Alternativas
Comentários
  • Com base nesses sintomas, presume-se que ele terá uma doença tóxica do fígado.

    Veja a seguir: Saúde e segurança no trabalho

    Manual de doenças relacionadas ao trabalho –

    Ministério da Saúde Doença toxica do fígado CID-10 K71.

    Definição da doença – descrição

    • Engloba grande variedade de lesões agudas ou crônicas, de evolução variável, desde quadros aparentemente assintomáticos a formas graves e fatais de hepatite e cirrose.

    • São provocadas por substâncias endógenas ou exógenas denominadas hepatotoxinas.

    • Os principais fatores exógenos são: – toxinas bacterianas; – toxinas teciduais, nos casos de choque, anoxia e queimaduras; – fatores hormonais, como a tireotoxicose, eclampsia e gravidez. • Os fatores exógenos podem ser de: – Toxicidade absoluta;

    – Toxicidade relativa, com efeito nocivo quando existem outros fatores contribuintes; – Idiossincrasia, lesões hepáticas por agentes inofensivos para a maioria das pessoas. Os agentes podem ser classificados em duas categorias: • substâncias usadas para fins diagnósticos ou terapêuticos; • substâncias uso industrial, ambiental e doméstico. As alterações hepáticas podem ser produzidas por: • ação direta sobre o hepatócito; • reação de hipersensibilidade geral que afeta o fígado; • perturbação da ação dos princípios enzimáticos do metabolismo celular. As apresentações clínicas da doença tóxica do fígado podem ser classificadas em: • hepatite aguda e subaguda; • colestase; • esteatose hepática; • hepatite crônica; • cirrose hepática; • outras formas não especificas. As hepatites agudas e subagudas são formas comumente reconhecidas como de etiologia ocupacional. Podem ocorrer por exposição maciça e única às hepatotoxinas de forma acidental ou por exposição repetida por vários dias ou semanas. Os agentes responsáveis por essas alterações são, normalmente, solventes como: • alifáticos halogenados (tetracloreto de carbono, tetracloroetano, tricloroetileno, metilclorofórmio); • aromáticos (tolueno); • compostos nitrogenados (dimetil-formamida, trinitrotolueno, 2-nitropropano); • alguns metais e compostos relacionados (arsênio, fósforo amarelo). As hepatites química aguda e grave por solventes: • É parte do acometimento de múltiplos sistemas com envolvimento importante dos sistemas nervoso central e urinário. • Os quadros clínicos leves podem cursar com sintomas: – Gastrintestinais inespecíficos e discreto aumento de transaminases. • Nas hepatites fulminantes, o diagnóstico de etiologia específica não é difícil de determinar, pela história de exposição ocupacional maciça de um a três dias prévios ao aparecimento dos sintomas.

  • • Os níveis de transaminases e bilirrubinas se elevam, além de outros achados laboratoriais de falência hepática. • Outras causas não ocupacionais de hepatite sempre devem ser afastadas. A colestase é uma forma rara de doença hepática ocupacional. • É descrita em trabalhadores expostos à metilenodianilina, uma amina aromática utilizada como endurecedora de resinas epóxi. – Os quadros clínicos, laboratorial e anatomopatológicosão de lesão mista colestática- -hepatocelular. – Há aumento de bilirrubinas, fosfatase alcalina e transaminases. – A associação com o trabalho é feita pela história de exposição ocupacional, pela apresentação clínica e laboratorial e pelo afastamento de outras causas de colestase, como doença das vias biliares e uso de medicamentos, como estrogênios, esteróides andogênicos e anabólicos 17-alfasubstituídos, hipoglicemiantes orais, fenotiazinas, antitireoidianos e estolato de eritromicina. – A lesão hepática cessa se interrompida a exposição às substâncias tóxicas. A hepatite crônica pode ocorrer após exposição prolongada e repetida aos agentes que causam hepatites aguda e subaguda e esteatose hepática. • A biópsia hepática pode mostrar vários graus de necrose, regeneração, inflamação e esteatose. • A sua apresentação clínica é variável, de sintomas mínimos a pronunciados com elevação flutuante das transaminases. • A exposição ocupacional crônica, por vários anos, pode ser de difícil estabelecimento, o que impede, muitas vezes, determinar a correlação causal com o trabalho. • A normalização dos níveis das transaminases, após a cessação da exposição, parece ser mais lenta que as duas a seis semanas necessárias na exposição aguda. A cirrose é definida por estágio crônico irreversível de lesão hepática com a arquitetura lobular alterada pela presença de fibrose. • Existem casos isolados, mal documentados, de cirrose associada à exposição repetida a tetracloreto de carbono, compostos arsenicais, tetracloroetano, 1,1,1-tricloroetano, trinitrotolueno e tricloroetileno. • Tem sido relatado o aumento da mortalidade por cirrose em coortes de trabalhadores expostos a solventes e PCB (policloreto de bifenila, também conhecido por bifenilas policloradas).

  • Epidemiologia – fatores de risco de natureza ocupacional conhecidos • cloreto de vinila, clorobenzeno; • tetracloreto de carbono, clorofórmio, tetracloroetano, tricloroetileno e outros solventes halogenados, usados para limpezas especiais, desengraxe de peças e chapas metálicas, remoção de manchas de piche e outras desse tipo, lavagem de tecidos a seco e removedores de tintas; • solventes orgânicos não halogenados, como tolueno e xileno (largamente usados puros ou em misturas como thinners, tintas, colas e vernizes), e outros, como cetonas, álcoois (especialmente os de cadeia maior que o etílico), que aparecem em geral como componentes de misturas; • hexaclorobenzeno (HCB), fungicida que tem sido relacionado com casos de intoxicações ambientais veiculadas por alimentos. Tem pouca importância ocupacional. A alteração hepática principal é na síntese do heme e causa quadro de porfiria cutânea. Quadro clínico e diagnóstico O tetracloreto de carbono, utilizado como anti-helmíntico, dissolvente, extintor de incêndio e desengraxante, exerce sobre o fígado ação tóxica absoluta. Quadros de intoxicação são cada vez mais frequentes, devido ao grande uso industrial. As formas agudas são as mais frequentes, entretanto, também determina lesões crônicas. Desencadeia irritação das conjuntivas oculares, cefaleia, náuseas e vertigens. Dor abdominal em cólica, confusão mental, hemorragias e anemias surgem quando sua ação é mais intensa. G