Há controvérsias. Hoje o que mais se fala é sobre o efeito pós eruptivo do flúor. CESPE adora polemizar...
Efeitos do flúor na morfologia dental
Algumas décadas atrás, foi sugerido que a morfologia dental era alterada em indivíduos que, durante a formação dental, tinham vivido em áreas uma concentração de flúor na água a partir de 1 ppm, apresentando dentes largos e bem formados, com os sulcos oclusais mais rasos e cúspides menos acentuadas (Møller, 1965). Se pensou que estas mudanças morfológicas explicavam a menor experiência de lesão cariosa oclusal em crianças que viviam em áreas fluoretadas, mas os dados são difíceis de se explicar do ponto de vista biológico. Primeiramente, o exame clínico das faces oclusais não permite determinar a forma e a profundidade dos sulcos oclusais, e a observação de cúspides mais arredondadas pode facilmente ser explicada como resultado da atrição oclusal pós-eruptiva do esmalte poroso mais externo, que é afetado pela fluorose mesmo nas formas mais leves (Fejerskov et al., 1988a, b).
Embora seja possível, com doses extremas de flúor, reduzir a forma das fissuras oclusais que separam as cúspides de molares de ratos (Kruger, 1967), tais dados não são relevantes para comparações com os tipos de fissuras encontrados em dentes humanos. Além disso, seria altamente alarmante do ponto de vista biológico e toxicológico se concentrações de flúor na água de bastecimento tão baixas quanto 1 ppm fossem capazes de afetar a embriogênese no homem!