- ID
- 2708293
- Banca
- COPEVE-UFAL
- Órgão
- UFAL
- Ano
- 2018
- Provas
- Disciplina
- Português
- Assuntos
A ditadura do bom
[...]
O mundo da excelência e da competição tem que resgatar
seu amor ao diferente, ao exótico, ao feito à mão, ao
individualizado, ao não-perfeito, à surpresa, ao descontrole e ao
imprevisível. Como poderemos tolerar os outros e amá-los, se não
toleramos em nós o que é “outro”, o que está fora de padrão e de
expectativas?
Não há identidade sem o outro; não há bom sem o ruim; não
há bem sem o mal. Essa é a maneira como o ser humano enxerga
a tensão da vida. Qualquer tentativa de engenharia que vise
extirpar o “outro-ruim” corre o risco de inventar um “bom”
monstruoso, que seja desagradável, horrendo e destrutivo.
Com certeza o verbo dessa nova frase fundadora do futuro não
seria mais o mesmo. Afinal amar é o sentimento capaz de apreciar
o diferente. Só poderemos integrar nosso “ruim” a nós se
pudermos processá-lo por meio do sentimento de amor.
Num mundo só bom não há espaço para o humano. Entender
isso é o grande desafio de nossa civilização. Mas sem dúvida
implica coisas muito difíceis, tais como amar ou acolher nosso
“ruim”. Em nossa fraqueza está nossa grandeza. É isso que
chamamos de consciência humana – uma “terceira via” entre a
ingenuidade animal e a ignorância da dominação.
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz0211199909.htm>. Acesso em: 11 abr. 2018.
Dadas as assertivas, considerando as ideias do texto,
I. A temática do texto é a interdependência entre o bom e o ruim.
O autor tenta evidenciar que o bom e o ruim são duas faces
de um mesmo fenômeno cultural.
II. Percebe-se, no texto, uma abordagem mais objetiva, já que o
enunciador tenta camuflar sua opinião por meio de recursos
linguísticos como a neutralização de expressões pessoais.
III. Para propor o desenvolvimento da capacidade de apreciar o
diferente, o autor utiliza o argumento de que apenas o amor é
capaz de permitir que aceitemos e até apreciemos o outro.
verifica-se que está(ão) correta(s) apenas