Cuidados de Enfermagem à mulher com ingurgitamento mamário
Dentre os cuidados profiláticos, veja o que o profissional enfermeiro deve realizar:
Orientar sobre o uso de sutiã adequado e de maneira correta, de modo que as mamas fiquem firmes e suspensas, sem, contudo, provocar garroteamento da rede venosa, linfática ou do sistema canalicular.
Orientar sobre o posicionamento adequado (da mãe e do bebê) no momento de amamentar, com a finalidade de estabelecer adequada capacidade de sucção, demonstrando como colocar e retirar a criança do peito e as posições adequadas para amamentar.
Estimular o reflexo de ejeção do leite através de pressão intermitente sobre a região mamilo areolar antes de iniciar a mamada ou a extração do leite.
Observar a tensão da mama e da região mamilo areolar antes da mamada. Em caso de tensão máxima, esvaziar previamente a ampola galactófora até que a região mamilo areolar se torne macia, flexível e apreensível.
No período da amamentação, oferecer única e exclusivamente o peito, a partir da primeira meia hora após o parto.
Orientar para a amamentação sob livre demanda.
Contraindicar o uso de bicos, mamadeiras e chupetas.
Orientar para o esvaziamento adequado das mamas.
Orientar para amamentar nas duas mamas.
Aumentar a frequência das mamadas.
Favorecer a técnica correta da amamentação.
Fortalecer a confiança materna.
Manter a mãe e o bebê juntos.
Demonstrar à puérpera como estabelecer uma boa pega.
Propiciar ambiente tranquilo para amamentação.
Após as mamadas, realizar a inspeção e palpação da glândula mamária à procura de pontos doloridos e endurecidos tentando identificar o tipo de ingurgitamento por área de localização.
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Ordenha manual da aréola, se ela estiver tensa, antes da mamada, para que ela fique macia, facilitando, assim, a pega adequada do bebê; • Mamadas frequentes, sem horários pré-estabelecidos (livre demanda); Massagens delicadas das mamas, com movimentos circulares, particularmente nas regiões mais afetadas pelo ingurgitamento; elas fluidificam o leite viscoso acumulado, facilitando a retirada do leite, e são importantes estímulos do reflexo de ejeção do leite, pois promovem a síntese de ocitocina; • Uso de analgésicos sistêmicos/anti-inflamatórios. Ibuprofeno é considerado o mais efetivo, auxiliando também na redução da inflamação e do edema. Paracetamol ou dipirona podem ser usados como alternativas; • Suporte para as mamas, com o uso ininterrupto de sutiã com alças largas e firmes, para aliviar a dor e manter os ductos em posição anatômica; • Crioterapia (aplicação de gelo ou gel gelado) em intervalos regulares após ou nos intervalos das mamadas; em situações de maior gravidade, podem ser feitas de duas em duas horas. Importante: o tempo de aplicação das compressas frias não deve ultrapassar 20 minutos devido ao efeito rebote, ou seja, um aumento de fluxo sanguíneo para compensar a redução da temperatura local. As compressas frias provocam vasoconstrição temporária pela hipotermia, o que leva à redução do fluxo sanguíneo, com consequente redução do edema, aumento da drenagem linfática e menor produção do leite, devida à redução da oferta de substratos necessários à produção do leite; • Se o bebê não sugar, a mama deve ser ordenhada manualmente ou com bomba de sucção. O esvaziamento da mama é essencial para dar alívio à mãe, diminuir a pressão dentro dos alvéolos, aumentar a drenagem da linfa e do edema e não comprometer a produção do leite, além de prevenir a ocorrência de mastite.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança : aleitamento materno e alimentação complementar / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2015.