Estágio Psicossocial 8 – Integridade vs. Desespero
Equivale ao Estágio Genital na teoria psicanlista
O estágio psicossocial final ocorre durante a velhice e está focado em refletir sobre a vida.
Neste ponto do desenvolvimento, as pessoas olhar para trás sobre os acontecimentos de suas vidas e determinar se elas estão felizes com a vida que viveram ou se arrependem das coisas que fizeram ou deixaram de fazer.
Aquelas que forem mau sucedidas durante este estágio vão sentir que sua vida tem sido desperdiçada e vão experimentar muitos arrependimentos. O indivíduo vai ficar com sentimentos de amargura e desespero.
Aquelas que se sentem orgulhosas de suas realizações vão sentir uma sensação de integridade. Concluir com sucesso esta fase significa olhar para trás com poucos arrependimentos e um sentimento geral de satisfação. Essas pessoas irão atingir a sabedoria , mesmo quando confrontados com a morte.
1. Confiança X Desconfiança – (até um ano de idade)
2. Autonomia X Vergonha e Dúvida – (segundo e terceiro ano)
3. Iniciativa X Culpa – (quarto e quinto ano)
4. Construtividade X Inferioridade – (dos 6 aos 11 anos)
5. Identidade X Confusão de Papéis – (dos 12 ao fim da juventude)
6. Intimidade X Isolamento – (jovem adulto)
7. Produtividade X Estagnação – (meia idade
8. Integridade X Desesperança – (velhice)
"Digno de admiração é aquele que, tendo tropeçado ao dar o primeiro passo, levanta-se e segue em frente."
( Carlos Fox )
Erik Homburger Erikson foi um psicanalista, famoso teórico
da Psicologia do desenvolvimento, responsável pelo desenvolvimento da Teoria do
Desenvolvimento Psicossocial na Psicologia que prediz que o crescimento
psicológico ocorre através de estágios e fases, não ocorre ao acaso e depende
da interação da pessoa com o meio que a rodeia. O foco do desenvolvimento do
ego não é somente resultado de desejos intrapsíquicos, mas também uma questão
de regulagem mútua entre a criança em crescimento, a cultura e as tradições da
sociedade.
Baseado na psicologia freudiana, Erikson desenvolveu um estudo sobre o
desenvolvimento humano para além dos estudos da infância e puberdade, pois
acreditava que as experiências da idade adulta também determinam a
personalidade, concebendo uma teoria do desenvolvimento que cobre todo o ciclo
vital desde a primeira infância até a velhice e senescência. Descreveu o curso
de vida em oito etapas ou ciclos, cada um caracterizado por um conflito
específico, uma crise psicossocial, que não são apenas inevitáveis e sim um
processo natural e necessário, a base de toda mudança e progresso. Define
crises como situações desafiadoras que nos permitem nos superar e aprender mais
sobre nós mesmos. A forma como cada crise é ultrapassada ao longo de todos os
estágios influenciará a capacidade para se resolverem conflitos inerentes à
vida.
Vejamos cada uma das etapas e suas principais características:
Confiança X Desconfiança
(até um ano de idade): a criança é substancialmente
dependente das pessoas que cuidam dela, requerendo cuidado quanto à
alimentação, higiene, locomoção, aprendizado de palavras e seus significados,
bem como estimulação para perceber que existe um mundo em movimento ao seu
redor. O amadurecimento ocorrerá de forma equilibrada se a criança sentir que
tem segurança e afeto, adquirindo confiança nas pessoas e no mundo.
Autonomia X Vergonha e
Dúvida (segundo e terceiro ano): passa a ter controle de
suas necessidades fisiológicas e responder por sua higiene pessoal, o que dá a
ela grande autonomia, confiança e liberdade para tentar novas coisas sem medo
de errar. Se for criticada ou ridicularizada desenvolverá vergonha e dúvida quanto
a sua capacidade de ser autônoma, provocando uma volta ao estágio anterior, ou
seja, a dependência.
Iniciativa X Culpa (quarto
e quinto ano): a criança passa a perceber as diferenças
sexuais, os papéis desempenhados por mulheres e homens na sua cultura (conflito
edipiano para Freud) entendendo de forma diferente o mundo que a cerca. Se a
sua curiosidade “sexual" e intelectual, natural, for reprimida e
castigada poderá desenvolver sentimento de culpa e diminuir sua iniciativa de
explorar novas situações ou de buscar novos conhecimentos.
Construtividade X
Inferioridade (dos 6 aos 11 anos): período de
alfabetização e inserção no ambiente escolar, o que propicia o convívio com
pessoas que não são seus familiares, o que exigirá maior sociabilização,
trabalho em conjunto, cooperatividade, e outras habilidades necessárias. Caso
tenha dificuldades o próprio grupo irá criticá-la, passando a viver a
inferioridade em vez da construtividade.
Identidade X Confusão de
Papéis (dos 12 aos 18 anos): fase de crescimento e mudanças
biológicas (e hormonais) radicais proporciona aos adolescentes dúvidas
quanto a tudo o que confiavam anteriormente, inclusive seus conhecimentos,
habilidades e experiências que ganharam até aquele ponto. A consequência mais radical
disso é uma crise aguda de personalidade.
Intimidade X Isolamento
(jovem adulto): o interesse, além de profissional, gravita em
torno da construção de relações profundas e duradouras, podendo vivenciar
momentos de grande intimidade e entrega afetiva. Caso ocorra uma decepção a
tendência será o isolamento temporário ou duradouro.
Generatividade X Estagnação
(meia idade): surge um desejo de guiar as gerações
mais jovens e ajudá-las a encontrar seu lugar no mundo. Se isso não acontecer,
pode-se experimentar um sentimento indesejado de estagnação pessoal, não mais
transcendê-lo e não contribuir para o futuro.
Integridade X
Desesperança (velhice): o último estágio da
vida pode ser calmo e pacífico, ou cheio de desespero e inquietação. Isso
depende inteiramente do curso dos sete estágios anteriores. Na velhice , o
indivíduo deve ser capaz de avaliar sua vida, com um senso de realidade e uma
compreensão amadurecida do mundo e de si mesmo. Se o envelhecimento ocorre com
sentimento de produtividade e valorização do que foi vivido, sem
arrependimentos e lamentações sobre oportunidades perdidas ou erros cometidos
haverá integridade e ganhos, do contrário, um sentimento de tempo perdido e a
impossibilidade de começar de novo trará tristeza e desesperança.
GABARITO: E