"Há várias observações importantes sobre a teoria dos paradigmas e das revoluções científicas de Thomas Kuhn: (...) no campo da Psicologia nenhuma teoria saiu ainda vencedora, entre teorias rivais sobre o mesmo grupo de fenômenos e, desse modo, nenhuma é paradigmática. Há isto sim, tradições conflitantes que se mantém paralelamente ao longo do tempo e isso não quer dizer que haja uma multiplicidade de paradigmas na Psicologia, assim como múltiplas revoluções científicas no seu desenvolvimento. A partir desta perspectiva é inadequado falar-se em paradigmas na Psicologia. A "febre" de procura de sustentação paradigmática na Psicologia pode representar uma ânsia de respaldo de cientificidade que acaba por assimilar à diversidade de abordagens da Psicologia na camisa de forca dos parâmetros das ciências que historicamente já constituíram seus paradigmas (como as ciências naturais), mantendo uma forma enganosa de lidar com o seu objeto de estudo; por esse motivo, os psicólogos que dizem estar usando a teoria dos paradigmas de Kuhn, estão modificando de fato os seus conceitos, ou então, simplesmente não compreenderam direito a teoria tal como foi formulada nos anos 60 (sessenta). Nesse caso, estão usando a teoria dos paradigmas de modo retórico para a defesa da cientificidade da Psicologia."
Vide: Resenha: a questão dos paradigmas na psicologia - Profa. Dra. Ângela Maria Pires Caniato, Universidade Estadual de Maringá