GABARITO: LETRA E
→ Amazonas et all (2003) apontam que as famílias das camadas populares, “embora orientadas pelos ideais sociais vigentes em nossa época, terminam por fazer tentativas de conciliálos com sua realidade de vida” (p. 13). As suas práticas são influenciadas pelo tipo ideal de família presente na sociedade brasileira ao mesmo tempo em que necessitam desenvolver estratégias de sobrevivência compatíveis com suas condições econômicas (Bilac, 1995; Duarte, 1995). Assim, a prática de colocar uma criança em outra família, a fim de que esta seja cuidada – “circulação de crianças” – auxilia no enfrentamento das necessidades ou carências atinentes às famílias de grupos populares (Sarti, 1996).
→ Fonseca (1995) define que as crianças “circulam” em redes de solidariedade – as quais podem ser tanto familiares quanto afetivas (vizinhos, amigos...) – onde permanecem por tempo variável e constroem novos vínculos com pessoas que se colocam como seus cuidadores. Existe, nesta prática, uma mobilização de uma rede de adultos que se estende para além do próprio grupo de parentesco. Esta mobilização não estigmatiza as mães como “cruéis ou desnaturadas por colocarem sua prole em lares adotivos” (FONSECA, 1995, p. 80)
→ A “circulação de crianças” diferencia-se da adoção, embora ambas possam ser entendidas como a transferência de responsabilidade de uma criança de um adulto para outro (Fonseca, 1995). Conforme Motta-Maués (2004), na primeira “a transferência de direitos dos pais é parcial e temporária” (p. 430), enquanto na adoção, a transferência é total e duradoura. A adoção constitui-se, similarmente a “circulação de crianças”, na colocação de uma criança em uma família, a fim de que ela tenha o cuidado necessário para o seu desenvolvimento psicossocial.
→ Referência: core.ac.uk/download/pdf/30372121.pdf
FORÇA, GUERREIROS(AS)!! ☻