A partir de um modelo keynesiano simplificado, fechado e sem governo,
podemos dizer que, quando a produção está acima do equilíbrio
macroeconômico,a produção supera a demanda.
O modelo econômico de Keynes está baseado nos seguintes pressupostos:
1. Os salários nominais (remuneração recebida pelos indivíduos pelo
seu trabalho, sem considerar as variações nos índices de preços) são
fixos no curto-prazo;
2. Os salários reais (remuneração recebida pelos indivíduos pelo seu
trabalho, considerando-se as variações nos índices de preços) são
flexíveis no longo-prazo;
3. A demanda por bens e serviços é o elemento determinante da oferta dessas mercadorias; e
4. O equilíbrio econômico ocorre quando a oferta é igual à demanda agregada.
Sabemos que a demanda agregada (DA) da economia de um país pode
ser escrita como a soma das demandas de cada setor da sociedade
(famílias, empresas, governo e setor externo):
DA = C + I + G + X – M
Onde,
C: Consumo das famílias;
I: Investimento total, corresponde aos investimentos do setor privado e do governo;
G: Consumo do governo;
X: Exportação de bens e serviços; e
M: Importação de bens e serviços.
No caso de economia fechada (X=0 e M=0) e sem governo (G=0), temos:
DA = C + I
A oferta agregada (OA) de uma economia é dada pelo total de bens e serviços ofertados, ou seja, pelo total de sua produção.
Pela pressuposto 4 do modelo econômico keynesiano, deveremos ter, para o equilíbrio da economia:
DA = OA
Observe que o enunciado da
questão nos fala que a produção, ou seja, a oferta, está acima do
equilíbrio econômico. Para que isso ocorra, basta que a produção seja
maior que a demanda.
prof. Eduardo Moura Estratégia concursos.
Acho que podemos deixar a explicação melhor. A política de aumento nos gastos(G) tem um impacto maior sobre a renda do que a política de transferência de renda (TR), pois o multiplicador dos gastos (K) é maior do que o multiplicador das transferências governamentais (KTR). Resta saber o quanto ele é maior, se na proporção do inverso da propensão marginal a consumir (b) ou não.
A renda no modelo keynesiano simplificado e com governo pode ser assim exposta:
Y = Co + bY - bT + bTR + I + G
Y(1-b) = Co - bT + bTR + I + G
Y = [1/(1-b)].[Co - bT + bTR + I + G]
Se quisermos achar os multiplicadores dos Gastos(G) e das Transferências(TR), basta derivarmos a equação em função de cada uma dessas variáveis, de forma que:
Multiplicador dos Gastos (K) = 1/1-b
Multiplicador das Transferências (KTR) = b/1-b
Agora são contas básicas. Ora, se temos duas frações quaisquer: 3/2 e 9/3 e quisermos saber a proporção do quanto 9/3 é maior do que 3/2, o que fazemos?
Basta dividirmos a fração maior pela menor. No caso, o resultado será dois, mostrando que 3 é duas vezes maior que 1,5.
Para nosso caso, a divisão será do multiplicador maior pelo menor:
[1/1-b]/[b/1-b] = 1/b.
Ou seja, o multiplicador dos gastos é 1/b vezes maior que o multiplicador das transferências, mostrando assim que a afirmação da letra c está completamente correta.
No começo da explicação abaixo eu falei que o multiplicador dos gastos é maior que o multiplicador das transferências. Vejamos se é mesmo:
Multiplicador dos Gastos (K) = 1/1-b
Multiplicador das transferências = b/1-b
Ora, basta supormos agora alguns valores para b e irmos testando.
Quando b = 0,3, K = 1,43, KTR = 0,43.
Quando b = 0,5, K = 2, KTR = 1.
Quando b = 0,8, K = 5, KTR = 4.
Ou seja, para quaisquer valores de b (entre 0 e 1), o multiplicador dos gastos será maior que o multiplicador das transferências.
Se quisermos, ainda podemos demostrar que multiplicando o KTR por 1/b chegaremos ao valor de K, mostrando assim que K é 1/b vezes maior que KTR.
Vejamos para o primeiro caso:
KTR x 1/b = 0,43 x 1/0,3 = 0,43 x 3,33 = 1,43.
Pronto, tudo exemplificado! Se quiser testar, pode fazer com os outros valores de b = 0,5 e b = 0,8.
Abraços!