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ID
2773717
Banca
FCM
Órgão
UEMG
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A questão refere-se ao livro Cachorro Velho, de Teresa Cárdenas.


Texto I


Cachorro Velho aproximou do rosto a borda da cuia e cheirou. O aroma do café adoçado com mel lhe entrou em cheio, reconfortando-o.

Sempre cheirava primeiro. Já era um costume, um ritual aprendido com os anos. Uniu os lábios grossos e bebeu um gole. O líquido desceu numa onda ardente até seu estômago.


Texto II


O feitor tocou o sino e todos se aproximaram do pátio central. O sol da manhã era suave e o vento trazia, quase imperceptível, o cheiro enjoativo da moenda.

Os ajudantes do feitor entregavam às mulheres umas batas de tecido cru, com bolsos grandes, e lenços coloridos. Os homens receberam camisas grossas e calças para o trabalho no campo.


Texto III


Rodeava o engenho um denso manto verde. Troncos de todos os formatos, folhas de cores variadas, flores com todos os perfumes.


CÁRDENAS, Teresa. Cachorro Velho. Rio de Janeiro: Palhas, 2010. p. 07, 51, 61.

Quando a névoa encobriu o corpo de Beira, Cachorro Velho voltou a desabar no solo.

Bufando contra a poeira, lembrou-se da mãe. O rosto lhe chegou de imediato, sem avisar.

Soube que era ela pelos olhos. Pela forma de sua face escura. Pelos seios abundantes, ainda cheios daquele odor que, quando criança, ele buscava em outras mulheres só para reencontrá-la.

Sim, era ela. Havia passado a vida inteira tentando recordá-la, e só naquela hora aziaga seu rosto emergia do Nada.

— Qual é o meu nome? — perguntou à aparição que enchia sua mente. E viu-lhe os lábios grossos se moverem, mas não escutou nenhum som. Os latidos dos cães cobriram a trilha.

Lentamente, a alma do porteiro se levantou no ar e, vislumbrando El Colibrí, entrou na floresta.

CÁRDENAS, Teresa. Cachorro Velho. Rio de Janeiro: Palhas, 2010. p. 141.

Lido no contexto da narrativa, esse fragmento extraído do final do romance sugere

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