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ID
2777203
Banca
FCC
Órgão
TCE-RS
Ano
2018
Provas
Disciplina
Auditoria Governamental
Assuntos

O Diretor de Controle e Fiscalização de um Tribunal de Contas toma conhecimento pela mídia de supostas irregularidades ocorridas em determinada Prefeitura. Tendo em vista a materialidade e a gravidade do noticiado, resolve realizar apuração específica. Para tanto, consulta os servidores acerca de quem estaria disposto a se deslocar até o Município para realizar a fiscalização in loco. Um servidor se oferece, alegando em seu favor que teria fiscalizado aquele Município nos últimos seis anos e estaria familiarizado com sua estrutura administrativa. O servidor foi designado e cumpriu sozinho a tarefa, concluindo pela inexistência da irregularidade noticiada, entendimento que o Diretor considerou melhor ser revisto por um segundo servidor.

O Diretor de Fiscalização

Alternativas
Comentários
  • Gab C

    O papel da revisão é assegurar que todas as avaliações e conclusões estejam suportadas por suficientes, adequadas relevantes  e razoáveis evidências ;e que todos os erros, deficiências e questões  relevantes  tenham sido devidamente identificados,documentados sanados.

    Fonte: Prof.Me Rodrigo Fontenelle

  • Alguém saberia explicar os erros das alternativas?

  • Gabarito: alternativa C


    A) acertou ao escolher quem mais vezes fiscalizou o órgão, atendendo ao princípio da especialização.

    Na verdade, nem deveria indicar o servidor, pois ele estava há 6 anos fiscalizando o município. O limite de anos que um auditor pode atuar em certa entidade é de 5 anos, devendo ficar no mínimo afastado por 2 anos para então voltar a auditar a mesma entidade. E especialização não é um princípio de auditoria.


    B) errou ao levar notícias midiáticas em consideração no planejamento de auditoria.

    Não há problemas nessa ação.


    C) acertou ao manter-se cético quanto aos achados e solicitar revisão do relatório de auditoria.

    Gabarito.


    D) errou ao desviar do planejamento de auditoria existente, pois tal etapa do procedimento não deve ser iterativa ou contínua. 

    O planejamento de auditoria é exatamente ao contrário, ele É iterativo, ou seja, contínuo, podendo ser revisto.


    E) acertou ao destacar servidor independentemente da natureza da irregularidade noticiada, uma vez que os auditores devem se pautar pelo princípio da generalidade.

    Generalidade não é um princípio de auditoria.


  • Fala pessoal! Tudo beleza? Professor Jetro Coutinho na área, para comentar mais essa questão de auditoria. 

    Esta situação descrita pelo enunciado é até muito comum no âmbito dos Tribunais de Contas, com exceção do envio de apenas um servidor para realizar uma fiscalização. Ou seja, é formada uma equipe de fiscalização (composta por pelo menos 2 servidores), justamente para evitar que a opinião do Tribunal seja tomada com base na análise de apenas 1 pessoa.

    Ou seja, mesmo que esse auditor enviado seja tecnicamente muito bom, ele ainda assim está sujeito a alguns vieses e interpretações tendenciosas, que são melhor controlados quando há uma equipe de auditoria.

    Isto sem falar na possibilidade de eventual "captura" desse auditor único por outros interesses que não o público.


    a) Incorreta. Utilizar auditores experientes é uma boa prática bastante recomendada pelas normas de auditoria. Mas, juntamente com a experiência, outras práticas devem ser observadas, como a utilização de uma equipe de auditoria ou, como foi adotado nesta questão, a utilização de um outro auditor para revisar o que o primeiro fez.


    b) Incorreta. Notícias na mídia constituem importantes indícios para a atividade de auditoria e, portanto, podem e devem ser utilizadas no planejamento de auditoria.

    No entanto, o auditor não pode decidir com base na notícia da imprensa, ele deve decidir com base nas evidências. Ou seja, notícias da mídia são meros indícios, eles ainda não constituem evidências de que algo aconteceu ou não.


    c) Correta.


    d) Incorreta. Pelo contrário, o planejamento de auditoria deve ser contínuo e sofrer alterações, se necessário.


    e) Incorreta. Como vimos na alternativa A, o Diretor acertou ao escolher o auditor mais experiente. O problema foi ter enviado o auditor sozinho ao local.


    Gabarito: C
  • O servidor nem deveria ter sido escolhido inicialmente. O fato de estar acostumado com a entidade e ter feito por muitos anos a auditoria dela é justamente o motivo pelo qual ele não deveria ser designado. Como não veio nenhuma alternativa nesse sentido, o gabarito é a C.

  • GAB: LETRA C

    Complementando!

    Fonte: Prof. Guilherme Sant Anna,

    O enunciado da questão afirma que o Diretor de um Tribunal de Contas, ao receber informes sobre a conclusão de um servidor pela inexistência de irregularidades (o que iria de encontro às notícias da mídia), considerou que o trabalho deveria ser revisto por outro servidor. Ora, nosso amigo Diretor foi cético ao reconhecer que poderiam haver ali irregularidades, ou seja, circunstâncias  que  causariam  alguma  espécie  de  distorção.  Em  outras  palavras,  o  diretor adotou a o ceticismo profissional, postura que inclui uma mente questionadora e alerta para condições  que  possam  indicar  possível  distorção  devido  a  erro  ou  fraude  e  uma  avaliação crítica das evidências de auditoria (NBC TA 200 (R1), item 13). 

    Em relação às demais assertivas, devemos entender que o planejamento da auditoria não é algo imutável e que não há óbices para se levar em conta notícias da mídia nesta fase dos trabalhos; e que não há previsão para os princípios da especialização e da generalidade (pelo contrário,  neste  último  caso  poderia  se  desconfiar  da  independência  do  servidor  que trabalhou por longo período no município em questão).