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ID
2784664
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
IPHAN
Ano
2018
Provas
Disciplina
Sociologia
Assuntos

    O que constitui a nação é a transmissão, entre as gerações, de uma herança coletiva inalienável. A criação das identidades nacionais consistirá em inventariar esse patrimônio comum, isto é, de fato, em inventá-lo.


Anne-Marie Thiesse. Ficções criadoras: as identidades nacionais. Anos 90, v. 9, n.º 15, nov./2008. Internet: <www.seer.ufrgs.br> (com adaptações).

Tendo o fragmento de texto precedente como referência inicial, julgue o item subsequente.


Na década de 30 do século XX, a etnografia e a constituição do patrimônio cultural já eram políticas de Estado no Brasil: coordenada por Mário de Andrade, a missão folclórica de 1938, por exemplo, coletou, entre outros materiais, o praiá pankararu.

Alternativas
Comentários
  • A exemplo de quase todos os grupos indígenas do Nordeste brasileiro, a história Pankararu remete a políticas públicas e ação missionária implementadas desde o início da colonização portuguesa, que incluíam deslocamentos e aldeamentos forçados, impondo a convivência e a posterior indiferenciação de etnias diversas na região. Seus direitos fundiários não foram respeitados no reconhecimento oficial da Terra Indígena Pankararu. Apenas em 1999, depois de anos de reivindicação, o processo de ampliação dessa terra foi iniciado, mas ainda não está concluído. Assim como os outros povos do Nordeste, o principal emblema da cultura Pankararu consiste no sistema ritual do Toré e no culto aos Encantados a ele associado.

  • O erro da questão está em falar que a etnografia e a constituição do patrimônio cultural já eram uma politica de Estado quando na verdade se colocam como política de Estado na década de 30.

    [...] Assim, neste artigo realizo um mapeamento da objetificação cultural Pankararu demarcando o seu início na década de 1930, quando a etnografia e a constituição do patrimônio cultural nacional se colocam como uma política de Estado. Apresento nesse contexto o trabalho de Mário de Andrade como diretor do Departamento de Cultura da Cidade de São Paulo na formação da Sociedade de Etnografia e Folclore (1936) e da “Missão de 1938”, espaços onde se evidencia a institucionalização desse tipo de procedimento científico pelo poder público. Mostro assim como um discurso, que estava amplamente disseminado entre atores sociais heterogêneos, captura igualmente o praiá Pankararu como objeto-museu (objeto “patrimonializável”), um objeto- -fetiche para o discurso modernista sobre o Brasil. [...]

    Fonte: https://www.ifch.unicamp.br/ojs/index.php/proa/article/view/2334/1795