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ID
2790559
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2018
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Getúlio Vargas assumiu a presidência do Brasil na chamada Revolução de 1930. Seu governo foi marcado por fortes transformações econômicas e sociais, bem como por acontecimentos políticos importantes no Brasil e no mundo. A respeito da Era Vargas, julgue (C ou E) o próximo item.


Getúlio Vargas, ao mesmo tempo em que se aliava aos interesses de grupos urbanos, mantinha aproximação com as forças militares. Além disso, ele retomou a política de valorização do café, que havia sido abandonada pelo seu antecessor.

Alternativas
Comentários
  • CERTO.

     

    Item bastante polêmico, em função do trecho final: "que havia sido abandonada pelo seu antecessor". Como a assertiva foi mantida como correta, mesmo após recursos, creio tratar-se do presidente Washington Luís. Sendo assim:

     

    O estouro da bolha financeira em Wall Street em outubro de 1929 acarretou uma virulenta fuga de divisas estrangeiras do Brasil, levando à completa drenagem de nossas reservas já no início do ano de 1930. Por adotar o regime do padrão-ouro, por intermédio de caixa de estabilização, o governo Washington Luís se viu impotente diante da força dos eventos (interrupção dos fluxos de capital estrangeiro e brusca queda do preço do café no mercado internacional). Os desdobramentos forçaram o governo revolucionário de Getúlio Vargas a abdicar do regime de câmbio fixo no final de 1930.

     

    Diante dessa situação, Vargas retomou a política de valorização do café que agora ficaria por conta do governo federal e seria mais rígida do que as políticas da República Velha. O governo federal comprou e queimou mais de 30 milhões de sacas de café excedente. Novos plantios foram proibidos, e os salários nas fazendas rebaixados. Portanto, a política de valorização do café, pela queima ou destruição da safra, alterou, ainda que não profundamente, o quadro. A dívida foi postergada: o governo Vargas tomou algumas medidas que contrariavam os interesses dos credores internacionais. Nesse período, Vargas criou o Conselho Nacional do Café, atendendo assim a algumas das reivindicações das oligarquias cafeeiras.

  • "Realizaram-se seguidas e grandes queimas de café, de 1931 até 1943, em um total estimado entre 50 a 70 milhões de sacas, em Santos, e em outros portos, para a valorização do preço do café, o qual tinha caído muito durante a Grande Depressão de 1929. O total de sacas de café queimadas equivalia a 4 anos da produção nacional."

  • Após a Quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929, o preço do café (principal produto de exportação do Brasil naquela época) caiu muito. Os cafeicultores do estado de São Paulo pediram ao presidente uma política de valorização do café. Porém, Washington Luís não atendeu esta demanda, tendo como consequência imediata à perda de apoio político de muitos cafeicultores.


    https://www.historiadobrasil.net/brasil_republicano/governo_washington_luis.htm (15/11/2108)

  • Certo!!

    Conforme discutido detalhadamente na playlist “Era Vargas” https://www.youtube.com/watch?v=5KEPPpxJi08&list=PLCqK0roFTizMo_ZHSh0HA7IjBvaxr9Oof, a revolução de 1930 foi apoiada por diferentes grupos políticos, que representavam diferentes projetos de poder, entre eles oligarquias dissidentes, classes médias urbanas, tenentes, alta cúpula das forças armadas, Igreja, etc. Nessa mesma playlist, vídeo nº 12, falamos sobre a política de proteção do café implementada por Vargas em 1931, política que havia sido estadualizada por Arthur Bernardes. Com a Crise, a capacidade dos estados em financiar a compra do excedente ficou comprometida, recorrendo-se ao governo com a proposta de financiamento federal via Banco do Brasil. No entanto, Washington Luís, comprometido com a ortodoxia e a manutenção do padrão ouro, garantidos pela Caixa de estabilização Monetária, negou comprometer o governo federal com a política de proteção do Café.

    Aqui vale uma observação quanto a possível imprecisão entre o enunciado e o gabarito oficial. Essa imprecisão estaria relacionada ao trecho: “que havia sido abandonada pelo seu antecessor”.

    Quem foi o antecessor de Vargas? Washington Luís.

    Ele abandonou a política de proteção do café?

    Se você conhece profundamente o assunto, pode começar a questionar, afirmando, corretamente, que Arthur Bernardes, e não Luís, abandonou a política, ao transferir para os estados a responsabilidade com essa política.

    No entanto, se você pensar na política como um “ente” em crise mortal, incapacitado e moribundo, que, incapaz de sobreviver, busca socorro no governo federal, pode também concluir que, Washington Luís abandonou à própria sorte a política de proteção do café.

    E agora? Como decidir?

    É preciso conhecer o “espírito” da Banca, as intencionalidades por trás do enunciado. Aquilo que numa visão mais geral motivou a formulação da questão. Buscar o erro em detalhe como esse que pode ser subjetivamente interpretado  corresponde a procurar cabelo em ovo.

    Espero ter ajudado,

    Bons estudos professor

    Arão Alves




  • Sim, inclusive criou o Conselho Nacional do Café (CNC).

  • Esse avaliador foi no limite. Complicadíssimo afirmar que Washington Luís ou Arthur Bernardes deixaram o café a própria sorte. Até por que, em 1921, havia ocorrido uma política que é conhecida como 3º convênio de taubaté (o 2º teria ocorrido durante a primeira guerra, com Wenceslau). A partir de 24, inicia-se a política de valorização permanente do café. Isto foi feito dentro do Instituto de Fomento e Economia Agrícola do Estado do Rio de Janeiro (IFEA-RJ), criado em 1926. É incorreto falar que o Brasil não valorizou qualquer política do setor do café entre 1850 e, ao menos, 1945. No livro de Economia Brasileira do Gremaud, é possível achar estas informações, além de muitos materiais de qualidade na internet.

  • 12 Anos queimando café :/
  • Já me revoltei muito com essa assertiva, porém, depois de estudar cautelosamente a República do Café com Leite e especificamente o Governo Washington Luís, dá pra "forçar a barra" e concordar com a posição da banca.

    CRISE DE 29 NO BRASIL

    Malgrado as tentativas de estabilizar a economia nacional, a quebra da bolsa de Nova Iorque, em 24 de outubro, e a consequente crise econômica mundial de 1929 também atingiram a economia brasileira, sobretudo, a transação do principal produto de exportação do país, o café. O setor cafeeiro compreendia 70% dos produtos exportados pelo Brasil, e a queda do preço desse artigo afetou, consideravelmente, a economia nacional. Como de costume, os cafeicultores exigiram do presidente que reduzisse o valor da moeda (na época o mil-réis) para controlar a crise do setor. Essa proposta não foi aceita pelo presidente, assim se rompia o Convenio de Taubaté que amparava, durante mais de duas décadas, o ramo cafeeiro.

  • gabarito: certo, firme na luta você é um vencedor!