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ID
2790682
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2018
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Até 1880, em cerca de 80% do seu território, a África era governada por seus próprios reis, rainhas, chefes de clãs e de linhagens, em impérios, reinos, comunidades e unidades políticas de porte e natureza variados. No entanto, nos trinta anos seguintes, assistiu-se a uma transmutação extraordinária, para não dizer radical, dessa situação. Em 1914, com exceção da Etiópia e da Libéria, a África inteira estava submetida à dominação de potências europeias e dividida em colônias de dimensões diversas, mas de modo geral, muito mais extensas do que as formações políticas preexistentes e, muitas vezes, com pouca ou nenhuma relação com elas.

Albert Adu Boahen. A África diante do desafio colonial. In: História geral da África, VII: África sob dominação colonial, 1880-1935 (editado por Albert Adu Boahen), 2.ª ed. rev. Brasília: UNESCO, 2010, p. 3 (com adaptações)

Tendo o texto anterior como referência inicial, julgue (C ou E) o item que se segue.


As conferências de Bandung e de Belgrado foram marcos no movimento dos países não aliados e na formulação do conceito de Terceiro Mundo. As principais preocupações desse bloco de países incluíam a economia, a comunicação e o combate ao racismo e ao neocolonialismo. A despeito de esse bloco apresentar uma alternativa ao mundo bipolarizado, a participação de Cuba levou-o a aproximar-se do campo socialista já na conferência de Belgrado. 

Alternativas
Comentários
  • ERRADO.

     

    "Em abril de 1955 realizou-se em Bandung, Indonésia, uma conferência que reunia 29 países afro-asiáticos defendendo a emancipação total dos territórios ainda dependentes, repudiando os pactos de defesa coletiva patrocinados pelas grandes potências, bem como a Guerra Fria, e enfatizando, ainda, a necessidade de apoio ao desenvolvimento econômico. Apesar de suas limitações e ambiguidades, a Conferência de Bandung marcou a irrupção do Terceiro Mundo no cenário internacional. Ao lado desse evento, a crescente influência dos países neutralistas contribuiu para consolidar essa nova tendência. Em 1961 reuniu-se em Belgrado, Iugoslávia, a I Conferência dos Países Não Alinhados, na qual convergiu a política de Tito pela busca de uma Terceira Via nas relações internacionais, o neutralismo e o afro-asiatismo de Bandung. Entre os 25 membros do novo movimento figuravam Cuba, Iugoslávia e Chipre, ao lado dos afro-asiáticos (o Brasil participou como observador). Os Não Alinhados manifestaram-se contra o domínio das grandes potências e mencionaram a necessidade de uma nova ordem política e econômica mundial. Tito, Nasser, Sukharno, Nerhu e Nkrumah (presidente de Gana) foram as figuras proeminentes na estruturação do não alinhamento." (VISENTINI, Paulo Fagundes e PEREIRA, Analúcia Danilevicz. Manual do Candidato de História Mundial. Ed. FUNAG, 2012, p. 203)

     

    "No entanto, muitos desses países acabaram depois cobiçados por forças políticas e sociais ligadas a cada uma das duas facções da Guerra Fria, a capitalista e a comunista". (Wikipédia).

     

    Portanto, é incorreto afirmar que "a participação de Cuba levou o 'bloco terceiro-mundista' a aproximar-se do campo socialista já na conferência de Belgrado." 

     

  • Além do excelente comentário de Daniel Gonçalves, vale lembrar que a Revolução Cubana aconteceu em 1959, não se iniciou com ideais socialistas, tendo se associado à URSS apenas em 1961, portanto depois da Conferência de Bandung e antes da Conferência de Belgrado.